'Sem anistia', BaianaSystem puxa coro de foliões no pós-Carnaval de SP


Martha Alves
colaboração para o UOL, em São Paulo
08/03/2025 16h53Atualizada em 09/03/2025 00h26
O som potente do Bloco Navio Pirata do BaianaSystem fez uma multidão pular enlouquecida no pós-Carnaval no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, na tarde deste sábado (8) sob coro de "Sem anistia".
O que aconteceu
Com o tema "Balacobaco - O Mundo Dá Voltas", o bloco transformou por algumas horas o parque um pedacinho da Bahia.
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A concentração do bloco começou às 14h. O cortejo começou por volta das 15 com Russo Passapusso cantando a música "Deixa a gira girar" e pedindo para os foliões levantarem as mãos para o alto e cantarem juntos. Em seguida, um poeta subiu ao palco para recitar uma poesia.
Por todos os lados havia foliões cantando junto e pulando ao som bloco. Em alguns momentos havia empurra empurra com os seguranças contendo a multidão para não ultrapassar o cordão de isolamento. Foram montados dois cordões de isolamento. "Vamos na moral, curte junto, não empurra", pede o vocalista do BaianaSystem.
Pitty cantou no bloco e lembrou que neste sábado é o Dia das Mulheres. "É uma data para as mulheres celebrarem o que já conquistaram e o que ainda falta conquistar", disse a cantora. Em outro momento do cortejo, Russo puxou o coro: "Sem anistia, sem anistia", grita cantor sendo seguido em coro por foliões.
Usando um brinco com símbolo do grupo, a bibliotecária Jéssica Souza, 33, disse que usa o acessório há quatro anos em todos os shows que vai do BaianaSystem. "Eu venho comprei o brinco há quatro anos de um camelô aqui no parque em um dia de bloco do BaianaSystem. Tem quatro anos que venho no bloco e todas as vezes eu uso o brinco", diz a fã.
Jéssica diz que o BaianaSystem é uma lavagem para começar o ano com toda a cultura que trazem para o carnaval de rua de São Paulo. Ela também elogiou os artistas convidados que participam do cortejo.
"As letras das músicas são muito fortes, é de lavar a alma. É de xingar quem tem que ser xingado vangloriar quem merece. A gente também se sente muito bem acolhido pelas pessoas que têm as mesmas ideias", afirma a bibliotecária.
A produtora cultural baiana Lidice Berman, 43, conta que deixou o marido em casa para curtir o bloco com as amigas. "Não fui ao Carnaval de Salvador porque o meu marido estava trabalhando lá e fiquei com as minhas filhas. Tô animada com o BaianaSystem, não tem como não se contagiar com essa energia da baiana", disse.
Sob um sol forte e calor de 29 graus com sensação térmica maior, um caminhão-pipa joga água nos foliões no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. A reportagem presenciou ao menos uma mulher sendo retirada do bloco em cadeira de rodas.
Para driblar o calor, foliões usavam chapéus e camisetas amarradas na cabeça, as mulheres shorts curtos e tops. Quem podia pulava Carnaval sem camisa.