Por que picapes leves como Fiat Strada são sucesso de vendas só no Brasil?

As picapes leves parecem ter sido feitas para o Brasil. E foram mesmo: a Fiat inaugurou o segmento nos anos 70 e desde então ele se consolidou no país. Mas por que este tipo de veículo vende tanto?

Em 1978, a Fiat lançou o segmento de picapes leves com a 147 Pick-Up. Mesmo pequena, ela tinha uma capacidade de carga bastante considerável. Reinou sozinha por quatro anos.

Apenas em 1982 é que as rivais reagiram. A Ford aproveitou o projeto do Corcel para fazer a Pampa, uma valente picape que teve até versão 4x4, até hoje uma exclusividade sua.

A VW Saveiro era derivada do Gol e tinha o mesmo motor 1.6 refrigerado a ar do hatch. Sua capacidade de carga era de 570 quilos. O estilo mirava no público jovem.

O segmento de picapes médias veio com força ao Brasil nos anos 90. Ford Ranger e Chevrolet S10 abriram um novo nicho para quem achava as picapes leves pequenas demais e as grandes... grandes demais!

Mitsubishi L200, Nissan Frontier e Toyota Hilux desembarcaram aqui com fama de robustez e preço competitivo. A Hilux, inclusive, rapidamente brigaria pela ponta na categoria.

E já que falamos da Hilux, o modelo foi o carro mais vendido da Argentina pelo 2º ano consecutivo. Em 2019, a picape teve 25.120 emplacamentos. VW Amarok e Ford Ranger também ficaram no top 10.

O domínio das picapes médias é ainda maior nos EUA. Lá, a Ford F-150 é o carro mais vendido há mais de 20 anos. No ano passado foram quase 900 mil unidades emplacadas. RAM 1500 e Chevy Silverado vêm logo atrás.

Aqui, as picapes médias como a Chevrolet S10 são cobiçadas, mas caras e grandes demais. É verdade que elas vendem bem nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sul. No restante do país, o brasileiro que usa picapes para trabalhar prefere, em geral, modelos menores e mais baratos.

É o caso da Fiat Strada, que estreou em 1998. Lançada em um mercado onde já haviam Ford Courier e Corsa Pick-Up, ela não teve dificuldades para se firmar.

Líder absoluta há 20 anos, a Strada não mudou de geração, mas fez várias inovações. Entre elas, a cabine estendida e a inusitada cabine dupla, que depois ganharia uma terceira porta.

Diante de um segmento tão atraente, a Chevrolet tentou entrar na briga com a Montana. O estilo cativou muita gente, mas sua sucessora decepcionou. No fim das contas, a Montana ficaria renegada ao terceiro lugar da categoria.

Nos últimos anos, a briga pelo topo se polarizou entre Saveiro e Strada. A representante da VW, porém, não conseguia alcançar a rival mesmo com projeto mais moderno.

De toda maneira, agora com cabine dupla 'de verdade' e motor 1.3 Firefly, a nova Strada tem tudo para ampliar seus domínios.