No cenário automotivo, muitos adeptos de carros zero-quilômetro estão migrando para veículos seminovos.
Pagar R$ 70 mil por um seminovo completo tornou-se mais racional do que investir o mesmo valor em um subcompacto novo, devido à oferta de itens como ar-condicionado, central multimídia e câmbio automático.
Desde a pandemia em 2020, carros "de entrada" deixaram de ser produzidos devido à escassez de peças, forçando as montadoras a focarem em modelos mais lucrativos.
A estratégia das montadoras foi priorizar modelos mais lucrativos, abandonando carros de volume, como exemplificado pela Ford que deixou de produzir Ka e Fiesta.
Com a ausência de novos automóveis de entrada, a tendência é que os seminovos "baratos" também desapareçam, impactando a acessibilidade.
O presidente da Fenauto, Enilson Sales, alerta que o problema persistirá enquanto a indústria não se preocupar em ganhar volume, levando os brasileiros a recorrerem a carros mais antigos.
Juca Varella/Folha Imagem
A escassez de peças em 2020 e 2021 resultou na redução da produção de carros com até três anos de uso, diminuindo as opções de seminovos e aumentando a procura, o que naturalmente eleva os preços.
O presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, afirmou que não está nos planos oferecer produtos mais baratos, argumentando que o brasileiro busca carros mais sofisticados.
Chamorro destacou que a definição de um "carro de entrada" varia para diferentes famílias, dificultando a categorização precisa.
Montadoras, como a Volkswagen, veem o mercado de usados como suprindo bem a demanda por opções mais baratas.
Apesar de investimentos anunciados por diversas montadoras, o foco está em eletrificação e produtos de maior valor agregado, indicando que a situação de carros seminovos baratos pode persistir.
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