A Mercedes-Benz saiu atrás na corrida dos carros elétricos em relação a seus concorrentes Audi e BMW. Entretanto, a marca rapidamente recuperou o tempo perdido com uma enxurrada de lançamentos - que em breve chegarão ao Brasil.

Um dos mais impressionantes é o EQS, um sedã de porte grande que traz tudo de mais moderno na gama atual da empresa. Movido por dois motores, ele entrega mais de 600 cv e consegue rodar mais de 500 km sem recarregar.

UOL Carros avaliou o carro elétrico mais luxuoso e sofisticado da Mercedes-Benz e conta suas impressões a seguir.

Mercedes-AMG EQS 53

Preço

R$ 1.399.900

Carros

4,9 /5

ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Consumo

5,0

Desempenho

5,0

Design

5,0

Equipamentos

5,0

Espaço Interno

5,0

Manutenção

4,0

Segurança

5,0

Pontos Positivos

• Desempenho
• Design

Pontos Negativos

• Preço

Veredito

Difícil achar um carro elétrico mais impressionante do que o EQS. É verdade que existem modelos mais rápidos e até mais estilosos, mas o sedã da Mercedes-Benz esbanja tecnologia a bordo. Some isso ao visual futurista e ao alto nível de sofisticação típico dos melhores carros da marca alemã e você entenderá porque o EQS é tão encantador. Lembre-se apenas de reservar pouco mais de R$ 1 milhão para levá-lo para casa.

Design e espaço interno

As linhas arredondadas do EQS fazem com que ele pareça menor do que realmente é. Além de serem futuristas, elas contribuem para um coeficiente aerodinâmico de 0,23 - um dos menores entre todos os veículos produzidos atualmente. Essa medida é importante para determinar a resistência do veículo à ação do vento. Assim, no caso dos carros elétricos, isso contribui para melhorar a autonomia.

Na frente, o sedã traz faróis mais amendoados e uma "grade" frontal (que é uma peça fechada) com as barras verticais que identificam os modelos da AMG. Curiosamente, o capô não pode ser aberto pelo proprietário, já que, assim como no BMW iX, apenas profissionais treinados pela fabricante podem abri-lo para realizar manutenções.

As maçanetas embutidas "surgem" assim que o veículo é destravado, algo que pode ser feito pela própria chave ou simplesmente à medida em que alguém se aproxime do veículo com a chave no bolso. A traseira tem lanternas interligadas por uma barra horizontal de LEDs, compondo um visual bastante elegante e limpo. No logotipo da estrela de três pontas fica a maçaneta da tampa do amplo porta-malas, que acomoda 580 litros.

A cabine é provavelmente a parte mais impressionante do EQS 53. Existem três telas gigantescas de encher os olhos: a do painel de instrumentos tem 12,8 polegadas, enquanto a tela da central multimídia possui nada menos do que 17,7 polegadas. E como se não bastasse, existe uma terceira tela, também de 12,8 polegadas à frente do passageiro. Esta última pode comandar várias funções do sistema de entretenimento, além da capacidade de ser pareada com um fone de ouvido via Bluetooth.

Diante de tantas telas fica até difícil falar de outra coisa. Mesmo assim, o volante de três raios possui boa empunhadura e uma infinidade de comandos agrupados nos raios horizontais. Já o acabamento é de ótima qualidade, como é de praxe em qualquer modelo da Mercedes-Benz.

O espaço interno é muito bom, inclusive no banco de trás, que é considerado o lugar mais nobre nos sedãs de alto luxo da marca alemã. Apesar do assoalho um pouco mais alto por conta da presença das baterias, ninguém vai se sentir desconfortável ali atrás. Há bom espaço também para a cabeça dos ocupantes, mesmo com a curvatura do teto.

Desempenho e consumo

O EQS é movido por dois motores elétricos síncronos (um em cada eixo), resultando na potência combinada de 658 cv e torque instantâneo de espantosos 96,9 kgfm.

Segundo a marca, o sedã precisa de 3,8 segundos para ir de 0 a 100 km/h e a velocidade máxima é de 220 km/h, limitada eletronicamente. Inclusive, a bateria de 107,8 kWh é a maior entre todos os carros elétricos vendidos no Brasil, sendo que a autonomia varia entre 526 km e 580 km. Tudo depende de alguns fatores importantes, como o modo de condução selecionado e, claro, o peso do seu pé direito no pedal do acelerador.

Se os mais de 650 cv não forem suficientes para você, existe o pacote AMG Dynamic Plus, que incrementa os números de desempenho do EQS. Com ele, o sedã chega aos 761 cv (exatamente a mesma cavalaria do Porsche Taycan Turbo S) e 104 kgfm, que fazem o carro acelerar de 0 a 100 km/h em 3,4 s e atingir a velocidade máxima de 250 km/h.

A unidade avaliada por UOL Carros trazia a dose extra de potência. E junto com ela veio uma sensação difícil de descrever. Tudo que posso dizer é que, após liberar o controle de largada, seu corpo recebe um impacto que dificilmente experimentei até hoje, tamanha a força exercida no seu peito.

Só não dá para resolver a ausência do ronco metálico típico dos modelos da AMG. A solução encontrada pelos alemães foi desenvolver um som especialmente para o modo Sport Plus, o qual lembra bastante o de uma nave espacial acelerando. Quem já viu algum episódio da série "Guerra nas Estrelas" vai curtir.

Equipamentos

Caso o desempenho dos dois motores elétricos não te impressione, acredito que a tecnologia embarcada vai te deixar de queixo caído. Tome nota: o EQS 53 sai de fábrica com itens como bancos com massageadores, head up display, suspensão adaptativa a ar, iluminação ambiente com 64 opções de cores e sistema de som Burmester de alta definição, entre outros.

São nos detalhes que o sedã impressiona. Caso você precise sair de uma vaga apertada, o eixo traseiro direcional (capaz de esterçar as rodas traseiras em até 10 graus) faz com que as manobras sejam muito mais fáceis. Precisa entrar em uma garagem ou passar por aquela valeta mais alta? Basta selecionar a função que eleva a suspensão.

O sistema de navegação por satélite aproveita a tecnologia de realidade aumentada para indicar as direções do trajeto da forma mais clara possível. As imagens da câmera frontal são projetadas na tela da central multimídia, enquanto setas mostram o caminho a ser seguido. É como se fosse um videogame da vida real.

Segurança

Como é de se esperar, o EQS traz um completo pacote de assistências à condução. Inclua aí alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa de rolamento, alerta de tráfego cruzado, câmera com visão em 360 graus, sensor de pontos cegos e airbags até nos cintos de segurança.

Concorrentes

A briga no segmento de sedãs esportivos elétricos é concentrada nos alemães. Além do EQS, Audi RS e-tron GT e Porsche Taycan brigam pelo mesmo consumidor. Ambos são construídos sobre a mesma plataforma J1, já que as duas marcas são controladas pelo Grupo Volkswagen.

Apesar do parentesco, os modelos se diferenciam já no design: enquanto o representante da Audi investe em um estilo mais futurista, o Taycan mergulha fundo na esportividade que caracteriza os carros da Porsche.

No caso do RS e-tron GT, os dois motores entregam potência combinada de 598 cv, podendo chegar aos 645 cv no modo Overboost. O torque combinado é de 84,6 kgfm.

Enquanto isso, o Taycan está disponível em várias versões, sendo que a mais possante delas é a Turbo S. São nada menos do que 761 cv combinados e torque instantâneo de absurdos 107,1 kgfm.