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Cayenne híbrido dá inveja a carros econômicos sem perder emoção esportiva

Rafaela Borges

Colaboração para o UOL

08/10/2021 04h00

O Porsche Cayenne reinventou o segmento de SUVs ao acrescentar esportividade a um tipo de veículo que antes tinha aptidão quase exclusivamente familiar. Ao longo dos anos, o modelo foi mudando de geração e evoluindo. Em 2019, foi lançada a versão Coupé, com apelo visual mais esportivo e centro de gravidade mais baixo, que deixa a dirigibilidade próxima a de um carro baixo.

O Cayenne Coupé Turbo S E-Hybrid é, por enquanto, a versão mais esportiva do carro no Brasil. Com preço inicial de R$ 1.059.000, será em breve superado pelo Cayenne GT, que é mais rápido e já está em pré-venda - por quase R$ 1,2 milhão.

Apesar de ser um pouco mais lento na hora de acelerar, por causa do peso da bateria do motor elétrico (o GT, só a combustão, é bem mais leve), o SUV cupê é o mais potente. A combinação do propulsor a eletricidade com o 4.0 V8 garante ao modelo 680 cv.

Como todo Porsche, o Cayenne Coupé Turbo S E-Hybrid tem muitas possibilidades de personalização. O exemplar testado por UOL Carros estava com quase tudo o que o modelo tem a oferecer. Entre esses opcionais há a cor especial Giz, que custa R$ 15.852, e as rodas de 22", por R$ 9.591.

Outro opcional é o teto de fibra de carbono, que reduz ainda mais o centro de gravidade, mas acaba ocupando o lugar do teto solar. Esse componente faz parte de um pacote de R$ 89.158.

Cayenne Coupé Turbo S E-Hybrid

Carros
4,4 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

5,0

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4,0

4,0

3,0

5,0

Pontos Positivos

  • Agilidade
  • Dirigibilidade

Pontos Negativos

  • Falta carregador de celular sem fio
  • Porta-malas

Veredito

Houve tempo em que carros híbridos e esportividade estavam longe de ser sinônimos. Mas, com o uso cada vez mais frequente da tecnologia, isso mudou. O motor elétrico passou a ser usado, em alguns casos, não com foco na economia, e sim no desempenho. O Cayenne Coupé Turbo S E-Hybrid é a materialização bem sucedida dessa combinação. E isso com um bônus e tanto: um consumo de deixar modelos sem nenhuma pretensão esportiva morrendo de inveja.

Design e interior

A dianteira do Cayenne Coupé é marcado pelos faróis full-LEDs com quatro pontos de iluminação diurna. Esta é uma assinatura presente em vários modelos da Porsche, como o elétrico Taycan. Há ainda radar para o controlador de velocidade adaptativo e câmera - o SUV cupê tem o sistema 360.

Lateralmente, além das rodas de 22", chamam a atenção as pinças na cor verde limão dos freios de carbono-cerâmica. E há a coluna C rebaixada, características de SUVs cupês, modelos que reúnem características de dois segmentos.

A traseira tem duas saídas de escape para o motor V8. Além disso, há um aerofólio móvel, para melhorar a aerodinâmica. O sistema pode abrir e fechar automaticamente, conforme a velocidade e as condições de direção. Há a opção de o motorista fazer isso manualmente, deixando-o sempre aberto, por meio de um botão na central multimídia.

No exemplar testado, a parte de baixo do para-choque é de fibra de carbono. Já o interior vem de série revestido com esse material nas portas. Por ali, também estão caixas de som da Burmester - outras versões do Cayenne vêm de série com o da marca Bose.

O painel tem apenas um elemento analógico, o conta-giros, que fica no centro. Os outros cinco mostradores são virtuais e personalizáveis. Dá para ver dados como mapa do navegador GPS ou o cronômetro, para saber o tempo de volta em uma pista, entre outras opções.

O painel tem um formato côncavo, apontando ao motorista, algo que reforça a filosofia da Porsche de planejar o carro ao redor de quem dirige. Já o central multimídia traz tela sensível ao toque e oferece comandos para quase todas as funções do carro.

Os bancos são esportivos, com apoio de cabeça integrado ao encosto, e podem ser revestidos totalmente de couro ou com combinação de tecido. Há diversas opções de ajustes, inclusive para o apoio lateral e o comprimento do assento.

Espaço e equipamentos

Imagem: Reprodução/Porsche

O Cayenne Coupé é um SUV de porte grande, equivalente ao Audi Q8, ao BMW X6 e ao Mercedes-Benz GLE Coupé. São 4,94 m de comprimento e 1,99 m de altura, o que faz com que o carro seja bem difícil de manobrar. Mesmo com auxílios como câmeras 360 e sensores dianteiros, traseiros e laterais, ele não cabe em qualquer vaga.

O entre-eixos é de 2,90 metros e o banco traseiro é um pouco mais baixo que o do SUV convencional, para que a coluna C rebaixada não comprometa a acomodação de passageiros altos. Duas pessoas têm excelente espaço para as pernas atrás.

No exemplar avaliado, o centro do banco de trás tem um console. Com isso, a capacidade do carro é para apenas quatro ocupantes, dois na frente e dois atrás. No entanto, essa configuração é opcional. De série, o Cayenne pode levar cinco pessoas.

E há boa acomodação para quem vai no meio, pois o carro é largo e o túnel central não é muito alto. Além disso, o console em que estão as saídas de ar não é pronunciado para a frente, para não atrapalhar a acomodação das pernas do passageiro.

E por falar em ar-condicionado, há duas zonas na frente e duas atrás. Nessa parte, os passageiros também podem ajustar não apenas a temperatura, mas também o direcionamento e a velocidade do ar.

O porta-malas tem 460 litros de capacidade, bem abaixo da média do segmento. Não é dos mais amplos, mas dá para levar pelo menos duas malas médias (23 kg) e uma pequena (15 kg). Isso sem o estepe, que é um item de série no Brasil. O projeto original não prvê espaço para guardar a quinta roda. Por isso, ela fica no compartimento de bagagem.

A opção para quem quer viajar sem contratempos é deixar o estepe em casa e comprar um kit de reparos para os pneus. O item é vendido nas concessionárias da Porsche. Também de série é o carregador da bateria, com 7,2 kW. Com ele, a recarga do componente, que tem 14,1 kWh, leva duas horas e meia.

O Cayenne Coupé Turbo S E-Hybrid vem com sistema de manutenção em faixas e controlador de velocidade adaptativo, que freia e acelera o carro automaticamente. A suspensão é pneumática. Com ela, o vão livre do solo varia de 19 cm, no nível mais baixo, para 24,5 cm, no mais alto.

O carro tem diversas entradas USB do tipo C para recarga de aparelhos eletrônicos tanto na frente quanto atrás. Porém, fica devendo carregador de smartphones por indução (sem fio).

Desempenho

Imagem: Reprodução/Porsche

O motor V8 entrega 550 cv de potência e o elétrico, mais 136 cv. Além da alta potência combinada de 680 cv, o Cayenne oferece total de 91,8 mkgf de torque. Toda essa força vence sem dificuldades qualquer resistência que os altos 2.535 kg do carro ameacem oferecer.

O SUV cupê é uma flecha na hora de acelerar, e vai de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos. Mas, com o sistema Sport Response acionado, o tempo cai para 3,8 segundos, fazendo desse modelo um dos utilitários-esportivos mais rápidos do mundo.

O Sport Response, acionado no centro do seletor dos modos de condução, no volante, deixa todos os sistemas do carro prontos a responder com total capacidade durante 20 segundos, provocando uma sensação de aceleração avassaladora. Com tanta força, a traseira até ameaça dar uma leve escapadinha, mas nada que chegue a assustar.

O Cayenne é equipado com sistema de tração nas quatro rodas por demanda. Há controles de estabilidade e tração, além de vetorização do torque - aplica mais frenagem em rodas que estão na parte de dentro de uma curva.

Tudo isso aprimora a estabilidade do Cayenne, que graças ao centro de gravidade mais baixo que o de um SUV convencional e à suspensão com preparação esportiva, já é excelente por natureza. Ao volante do SUV, a sensação é a de guiar um hatch ou sedã.

Em curvas e alta velocidade, não se nota inclinação ou balanço de carroceria, especialmente com a suspensão no modo mais esportivo. Há os modos normal (no caso dessa versão, híbrido), Sport e Sport Plus, além daquele que permite ao carro rodar apenas com o motor elétrico.

A autonomia por recarga é de 40 km. Porém, é também possível recarregar a bateria por meio do modo E-Charge, usando o motor a combustão. Rodando 30 km na cidade, já se ganha autonomia para 10 km.

Mas, nesse caso, se perde a vantagem econômica e sustentável que só a recarga na tomada vai proporcionar. O consumo médio, aliás, ficou em 12 km/l tanto na cidade quanto na estrada.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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