A General Motors anunciou a promessa de fabricar e vender apenas veículos elétricos a partir de 2035, e essa jornada rumo à eletrificação total inclui o Brasil.

A montadora sinalizou que pretende fabricar carros a baterias em nosso pais, onde já comercializa o Chevrolet Bolt EV, que vem para cá importado dos Estados Unidos.

À venda por R$ 329 mil, o Bolt EV ganhou recentemente uma série de atualizações, que incluem a nova frente e maior oferta de equipamentos.

Ele traz características que vão estar nos próximos carros elétricos da GM - quem sabe, também em um eventual Onix a baterias ou seu equivalente no futuro.

Confira a seguir minha avaliação do Bolt, após dirigi-lo por mais de 500 km.

ESPAÇO INTERNO E EQUIPAMENTOS

Com jeito de minivan, o Bolt EV tem no espaço interno um dos seus destaques.

O assoalho plano contribui bastante para o conforto a bordo, especialmente para os ocupantes do banco traseiro - onde a ausência de um túnel central ajuda a acomodar bem as pernas.

Com 2,60 m de distância entre-eixos e 1,61 m de altura, o Bolt trata bem até passageiros de grande estatura.

Os bancos de couro são muito confortáveis e o ajuste das suspensões filtra bem a maioria dos buracos e das imperfeições do piso.

Também agrada o isolamento acústico da cabine - juntos, os atributos citados reforçam a sensação de estar em um carro premium.

Nesta reestilização, o acabamento da cabine evoluiu bastante e a maior parte das superfícies traz revestimento macio ao toque.

Quanto à lista de equipamentos, o modelo elétrico da Chevrolet é bem servido: traz de série um excelente sistema de som Bose com subwoofer, recarga de celular por indução, central multimídia rápida e intuitiva com tela de 10,2 polegadas, conexão sem fio de smartphones via Android Auto e Apple CarPlay, banco do motorista com ajustes elétricos, bancos e volante com aquecimento e painel de instrumentos digital de oito polegadas.

DESEMPENHO E AUTONOMIA

Como todo carro elétrico, o Bolt EV tem torque instantâneo e sua aceleração empolga no uso urbano.

Na estrada ele também manda bem em termos de desempenho e passa segurança nas ultrapassagens e nas retomadas de velocidade.

De fato, fraco ele não é: são 203 cv de potência e 36,7 kgfm, disponíveis já na primeira rotação do motor elétrico.

Esse fôlego respeitável, somado ao quase silêncio a bordo e à ótima estabilidade, exigem atenção para não ultrapassar o limite de velocidade sem perceber - a aceleração de zero a 100 km/h acontece em bons 7,3 segundos, segundo a GM.

Para resolver esse problema, o carro conta com controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, que regula automaticamente a distância do veículo à frente.

O carro também conta com sistema de condução "com um só pedal", no caso o do acelerador - sempre que você deixa de acelerar, a redução de velocidade é intensa e ajuda a parar o veículo.

Esse recurso, que você aciona por meio de um botão no console central, ajuda a recarregar as baterias de 66 kWh e também poupa o sistema de freios. Também existe uma aleta no lado esquerdo do volante para intensificar essa desaceleração e também a recarga.

Por falar nas baterias, a General Motors informa que, totalmente carregadas, elas proporcionam até 459 km de autonomia no ciclo WLTP europeu - o que em tese possibilitaria ir de São Paulo até o Rio de Janeiro sem a necessidade de parada.

Durante os meus dias de convivência com o Bolt, não cheguei a esgotar as baterias, apesar de ter rodado mais de 500 km com ele.

Cheguei a recarregar o carro quando as respectivas baterias estavam com pouco menos da metade da capacidade e a autonomia informada no painel era de até 220 km.

Utilizei um carregador ultrarrápido, com 150 kW de potência, e as baterias chegaram a 100% em cerca de 40 minutos - o tempo informado pela fabricante.

A recarga teria sido mais rápida, não fosse uma limitação do Bolt, que "aceita" até 55 kW.

DESIGN

Na sua primeira reestilização, o Bolt mudou bastante, principalmente na dianteira, que ficou bem futurista e adequada à proposta do carro.

O conjunto ótico agora é dividido em duas seções: onde normalmente estariam os faróis, agora estão as luzes de condução diurna de LED.

Já os faróis, também iluminados por LEDs e com acendimento automático, foram posicionados mais abaixo e são integrados ao novo para-choque, cuja grade é fechada, por não haver um motor a combustão para arrefecer.

As lanternas traseiras também foram redesenhadas e trazem iluminação igualmente por meio de LEDs. Ficaram bonitas.

As novas rodas de liga leve de 17 polegadas com acabamento diamantado e detalhes em preto brilhante ajudam a compor o visual arrojado do carro e por dentro não é diferente.

SEGURANÇA

Equipado com dez airbags, o Bolt EV traz muitos equipamentos e assistentes à condução para reforçar a segurança a bordo.

O carro elétrico da General Motors traz os esperados controles de tração e estabilidade, mais alerta de colisão com frenagem automática de emergência e detecção de pedestres.

Ele também conta com o já citado controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, que não apenas mantém a velocidade desejada, como também freia o veículo sozinho para manter distância segura do carro logo à frente.

Além disso, o Bolt vem com assistente de permanência na faixa, que não chega a contornar as curvas de forma autônoma - ele dá uma leve puxada no volante para trazer o carro de volta ao centro das demarcações da pista.

Não bastassem esses equipamentos, ele é equipado com alerta de ponto cego nos retrovisores externos; sistema de câmeras com alta resolução e "visão 360 graus"; alerta de movimentação traseira ao acionar a ré; e monitoramento da pressão dos pneus, que são do tipo auto-vedante.

MERCADO

O mercado de carros elétricos no Brasil ainda é pequeno, embora haja cada vez mais opções ao consumidor.

Os preços dos veículos a baterias ainda são altos e, com o Bolt EV, isso não é diferente.

Custando R$ 329 mil, ele entrega desempenho, autonomia e tecnologia por muito menos do que marcas de luxo cobram por seus modelos elétricos equivalentes. Além disso, é um carro bem acabado e bastante confortável.

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