Com a falta de semicondutores e peças que paralisou a produção de diversos modelos e marcas, a Chevrolet teve que escolher em quais deles apostar suas fichas.

Apesar de ser líder com o Onix, a marca preferiu apostar no Tracker, o que "matou" as vendas do hatch em 2021. Com isso, o até então líder do mercado caiu para a terceira posição.

Mas a questão aqui não é o Chevrolet Onix, mas sim as qualidades ou fraquezas do Tracker, o carro que teve a produção priorizada e no acumulado do ano está no top 5 de SUVs mais vendidos, sendo o quatro mais vendidos entre os compactos.

A linha 2022 do Chevrolet Tracker, que completou um ano de mercado em março, apresentou como novidade a função de integração de smartphone com a central multimídia sem fio, tanto para o Android Auto quanto para o Apple CarPlay.

Na versão avaliada, a 1.2 Premier, o Tracker sai por R$ 131.430 e tem o pacote mais completo de toda a linha, além de ser hoje a única versão equipada com o propulsor 1.2 turboflex de até 133 cv.

Chevrolet Tracker Premier 1.2

Preço

R$ 131.430

Carros

3,7 /5

USUÁRIOS

4,9 /5

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ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Consumo

4,0

Desempenho

4,0

Design

3,0

Equipamentos

5,0

Espaço Interno

3,0

Manutenção

3,0

Segurança

4,0

Pontos Positivos

• Desempenho
• Tecnologia
• Dirigibilidade

Pontos Negativos

• Espaço
• Acabamento

Veredito

O Tracker chegou em um bom momento e ganhou uma parte significativa do mercado quando ofereceu motores turbo e tecnologias que só agora o cliente recebe em outros carros. Ele também se apoderou da boa central multimídia MyLink, que é um dos destaque do carro e da GM. É justificável que empresa tenha optado por manter a produção do SUV que tem maior valor agregado do que do Onix nesse momento de vacas magras.

Design e espaço interno

Em termos de design, o Tracker tem um bom desenho, apesar de ser simples. Seu principal apelo visual está na dianteira com a linguagem visual que a GM tem aplicado a todos seus modelos. Na traseira, a tampa do porta-malas é mais simples e não aposta em vincos para criar mais personalidade.

Olhando o carro de lado é possível ver a linha de cintura alta que acaba deixando as janelas pequenas para quem olha o carro, mas o deixam com o mesmo aspecto que tem o "irmão" Blazer - de bruto e atarracado.

Por dentro, o Tracker é exatamente como o Onix, já que usam a mesma plataforma. Isso, por um lado, significa que ele tem boa ergonomia para quem está atrás do volante e posicionamento de equipamentos e porta-objetos. Os bancos também são confortáveis para viagens de longos trechos.

No lado oposto significa que, apesar de ter um interior prático, não é exatamente um primor de qualidade no acabamento. Ele tem muito plástico duro o que deixa a desejar, tanto em termos visuais quanto sensitivos no toque do painel, por exemplo.

O painel de instrumentos é simples, mas bem completo e com boa visualização, apesar de não entrar na moda dos painéis virtuais, como alguns dos seus rivais de categoria.

Outro porém herdado do Onix é o tamanho da plataforma. O Tracker tem apenas 2,57 m de entre-eixos, só 2 cm a mais que o Onix. Isso reduz bem o espaço do banco traseiro, que acomoda dois adultos, mas não com tanto conforto quanto poderia. Especialmente se tiverem mais de 1,80 metro.

Consumo e desempenho

O Tracker 1.2 tem o melhor conjunto motriz disponível para o compacto SUV da Chevrolet. Seu motor é um 1.2 turboflex que rende até 133 cv e 21,4 mkgf quando está alimentado com etanol. O câmbio é sempre o automático de seis marchas.

Hoje, a versão Premier é a única com o motor 1.2 turbo, que é a melhor opção para o Tracker. Ele faz retomadas fáceis e vigorosas em rodovias e mantém facilmente os 120 km/h. O câmbio apresenta um bom escalonamento de marchas e forma um bom casamento com o propulsor, ajudando no bom rendimento.

O modelo peca em não oferecer aletas para trocas de marcha manualmente, que só é possível fazer por um botão na lateral da alavanca de câmbio.

O ajuste de suspensão também é bom e a GM conseguiu encontrar um bom compromisso entre conforto e firmeza para não permitir que o carro aderne demais nas curvas ou seja duro demais para o uso em piso ruim.

A direção tem um ajuste mais voltado ao conforto, mas não peca em termos de precisão, apesar de não ter uma calibragem mais "esportiva" de respostas mais diretas.

Equipamentos

O Tracker 1.2 Premier é bem completo. O modelo oferece muitas tecnologias, especialmente em termos de conectividade. Além da central multimídia de 8 polegadas MyLink, que passa a contar com integração sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, ele tem ainda o sistema OnStar.

É o sistema de concierge de informações e rastreamento do carro, além da possibilidade de chamar serviços de emergência em caso de acidentes. O Tracker traz ainda o Wi-Fi integrado que permite conectar até sete dispositivos de uma só vez na rede.

Ele tem ainda ar-condicionado digital, chave presencial com partida por botão, ajuste de altura e distância do volante, teto solar panorâmico, sensores de luz e chuva, faróis Full-LEDs, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, assistente de partida em rampa e de estacionamento.

Manutenção e segurança

No tocante ao pacote de segurança, o Tracker também vem bem equipado. São seis airbags em todas as versões, controles de tração e estabilidade, frenagem autônoma de emergência com alerta sonoro e visual e alerta de ponto cego.

O mais interessante do alerta de ponto cego é que ele fica posicionado não dentro dos espelhos retrovisores, mas sim pelo lado de fora do espelho, permitindo melhor visualização do alerta quando há um veículo fora do campo de visão do condutor.

O pacote das seis primeiras manutenções custa um total de R$ 3.964, sendo cada uma no intervalo de 10 mil km cada. Os valores, de 10 mil a 60 mil km são de R$ 424, R$ 744, R$ 632, R$ 812, R$ 608 e R$ 744, respectivamente.

Mercado

O Tracker está bem posicionado em termos do que entrega no mercado e oferece o que alguns rivais ainda não têm disponíveis, seja em termos de motorização ou de tecnologias.

Ele caiu no gosto do público e conseguiu se destacar em um segmento muito disputado atualmente no Brasil, se não o mais disputado, tanto pelo crescente interesse do público quanto pela grande oferta de rivais.