O Chevrolet Tracker está prestes a fazer três anos de mercado. Na época em que surgiu, estreou uma série de vantagens dentro do mercado de SUVs. Entre elas, novos patamares de dirigibilidade, tecnologia, segurança, conforto e desempenho. Ou seja, de uma hora para outra, o nível de exigência do segmento, para tudo aquilo que é mais importante nos carros, ficou mais refinado.

Mas o Tracker pouco mudou de lá para cá, ao contrário de seus concorrentes. Gosto de dizer que algo que foi bem feito, normalmente continuará passando essa percepção, mesmo com o passar dos anos. Tanto que o SUV da GM lidera seu segmento em vendas neste ano, com mais de 62 mil unidades vendidas até novembro.

Ainda assim, com o tempo, a tecnologia evolui. Daí vem a pergunta: será que o carro será sempre o bastante, ou deveria ter se atualizado um pouco mais?

Para os testes, escolhemos a versão Premier 1.2, que oferece tudo o que a GM entende que o consumidor dos SUVs compactos tem direito. O preço do carro conseguiu se manter relativamente bem ao longo desses três anos, e hoje sai por R$ 153.870.

Desde o seu lançamento, encareceu pouco mais de R$ 20 mil, o que, percentualmente, representa menos do que vários de seus concorrentes. Vamos aos fatos e descobrir se o carro ainda tem seu apelo.

Design e espaço interno

Tem um bom desenho, apesar de ser simples. Além das linhas suaves, fica evidente a sua cintura alta, que amplia a área visível de sua carroceria. Por dentro, o Tracker tem boa ergonomia para quem está atrás do volante. Se destaca pelo posicionamento de equipamentos e porta-objetos. Os bancos também são confortáveis para viagens de longos trechos.

Por outro lado, apesar de ter um interior prático, não explora o acabamento da forma como poderia. Ainda que as superfícies plásticas recebam trabalho para curvas e texturas, não encontramos nenhum tipo de material sensível ao toque, que reforçaria a sofisticação. O painel de instrumentos é simples, mas bem completo e com boa visualização, apesar de não entrar na moda dos painéis virtuais, como alguns dos seus rivais de categoria.

Por utilizar a plataforma do Onix, conta apenas com 2 cm a mais de entre-eixos do que o seu "irmão" hatch. Isso reduz o espaço do banco traseiro, que acomoda bem dois adultos, mas não muito além disso.

Consumo, desempenho e dirigibilidade

O Tracker 1.2 tem o melhor conjunto motriz disponível para o compacto SUV da Chevrolet. Seu motor é um 1.2 turboflex que rende até 133 cv e 21,4 kgf. (com etanol). Vem acompanhado com o câmbio automático de seis marchas.

Apenas de ter ótimo escalonamento de marchas e resposta ágil ao acelerar, em alguns cenários, fica "indeciso" sobre qual marcha escolher. Além disso, peca em não oferecer aletas para trocas de marcha manualmente, que só é possível fazer por um botão na lateral da alavanca de câmbio.

O ajuste de suspensão também é bom e a GM conseguiu encontrar um bom alinhamento entre conforto e firmeza para não permitir que o carro incline demais nas curvas ou seja duro demais para o uso em piso ruim. A direção tem um ajuste mais voltado ao conforto, mas não deixa de lado a precisão.

Equipamentos

O Tracker 1.2 Premier é bem completo. O modelo oferece muitas tecnologias, especialmente quanto a conectividade. Além da central multimídia de 8 polegadas MyLink, que passa a contar com integração sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, ele tem ainda o sistema OnStar.

Trata-se do sistema de concierge de informações e rastreamento do carro, além da possibilidade de chamar serviços de emergência em caso de acidentes. O Tracker traz, ainda, o Wi-Fi integrado que permite conectar até sete dispositivos de uma só vez na rede.

Ele tem ainda ar-condicionado digital, chave presencial com partida por botão, ajuste de altura e distância do volante, teto solar panorâmico, sensores de luz e chuva, faróis Full-LEDs, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, assistente de partida em rampa e de estacionamento.

Segurança

Também vem bem equipado. São seis airbags em todas as versões, controles de tração e estabilidade, frenagem autônoma de emergência com alerta sonoro e visual e alerta de ponto cego.

O mais interessante do alerta de ponto cego é que ele fica posicionado pelo lado de fora do espelho, permitindo melhor visualização quando há um veículo fora do campo de visão do condutor.

Mercado

Ele caiu no gosto do público e conseguiu se destacar em um segmento muito disputado atualmente no Brasil, se não o mais disputado. Isso fica evidente pelo crescente interesse do público e pela grande oferta de rivais.