Quase dois anos após sair de linha no Brasil, o Honda Civic volta ao País, agora importado da Tailândia e com nova geração. Em versão única de R$ 244.900, o sedã médio traz mudanças no visual, mais equipamentos de segurança e tecnologia e economia de combustível bastante aprimorada.

Por que custa consideravelmente mais do que os R$ 190.590 do Toyota Corolla Altis Hybrid Premium? A resposta é simplesmente que ambos já não são mais considerados rivais, ao contrário do que acontecia no passado em que conviviam juntos no mercado.

Agora, o Civic almeja uma fatia superior de clientes, beirando os carros premium das fabricantes alemãs. Como veremos a seguir, o carro entrega acabamento, equipamentos e tecnologias que já são compatíveis com as categorias superiores.

Mas, ao contrário do Accord (este que, aí sim, competiu diretamente com os sedãs de marcas de luxo), o carro dos nossos testes consegue entregar mais versatilidade. Isso porque não é tão grande, ao mesmo tempo que não fica devendo praticamente nada em relação ao "irmão" maior.

Honda Civic

Carros

4,0 /5

USUÁRIOS

4,7 /5

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ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Consumo

5,0

Desempenho

4,0

Design

4,0

Equipamentos

5,0

Espaço Interno

5,0

Segurança

5,0

Pontos Positivos

• Acabamento e materiais refinados
• Dirigibilidade ágil, confortável e econômica
• Conectividade, segurança e espaço interno

Pontos Negativos

• Potência despenca quando a energia das baterias chega ao fim
• Visual poderia ser um pouco mais despojado
• Raspa um pouco a dianteira em valetas

Veredito

O Honda Civic evoluiu em todos os sentidos que se pode imaginar. Até que poderia ter um visual um pouco mais despojado, pois ainda que o seu público seja mais maduro, não quer dizer que não goste de um pouquinho de arrojo. É bem macio, econômico, refinado e teve um salto na qualidade dos sistemas de conectividade. Acelera muito bem (enquanto tiver energia para o motor elétrico) e espaço interno também é grande destaque. Aos que questionam sobre o seu preço, acham caro apenas os que não se dão conta de que o Corolla não é mais o seu competidor. O Civic agora se posiciona entre o seu antigo rival japonês e os carros premium alemães. Quando confrontamos o preço com os seus atributos, a compra faz sentido (até mais do que alguns dos modelos superiores do mercado).

Design

• Perdeu o apelo mais jovial e voltado à esportividade. Agora, em sua 11ª geração, tende mais ao "conservador", com design que reforça mais o lado da elegância.
• Ficou 4,2 cm mais comprido, 3 mm mais largo e 1 mm mais baixo, enquanto a distância entre-eixos cresceu 3,5 cm. Isso é perceptível a olho nu.
• Por fora, ponto alto está no visual das rodas. É um dos elementos que mais atrai as atenções de forma imediata. As linhas das laterais e a caída da coluna C adicionam charme e sensação de velocidade.
• Na parte de dentro, o visual apela mais para as linhas retas e para as superfícies com áreas grandes. Isso muda em relação à geração anterior, que tinha diferenças de inclinação em partes como o painel.
• Saídas de ar condicionado integradas, com padrão de colmeia da grade, e que percorrem toda a parte frontal, talvez seja o elemento que mais chama atenção à primeira vista.

Espaço interno e vida a bordo

• A Honda acertou em cheio na escolha dos materiais e das texturas. Além disso, o espaço interno ficou bem generoso dentro do carro, que pode acomodar três adultos tranquilamente, com capacidade do porta-malas de 495 litros.
• Nível de refinamento que o Civic atingiu faria até mesmo o Accord perder um pouco de sentido, caso ainda fosse oferecido no Brasil.
• Outro destaque é o 'Sistema de Estabilização Corporal', tecnologia antifadiga adotada nos bancos para melhorar o suporte do corpo, evitando o esforço constante para a retomada do posicionamento ideal, que é justamente o que traz a sensação de cansaço.
• Ponto de grande evolução foram as telas. Ainda que, entre as marcas japonesas, a Honda sempre tivesse tido ligeiro destaque sobre a modernidade das tecnologias empregadas nos sistemas de conectividade, nunca foi capaz de bater de frente com os equipamentos mais refinados. Com a chegada do Civic, isso mudou, pela primeira vez.
• Central multimídia: capacidade de processamento, qualidade da interface e forma de manuseá-la não ficam devendo para carros de categoria premium. O sistema de som Bose do som complementa com a capacidade sonora de carros premium.
• Cluster, por sua vez, já se opõe ao de marcas como Audi e BMW, pois apesar de digital, não explora o mesmo lado esportivo que os alemães. Ainda assim cumpre bem o seu papel de informar os dados de viagem com boa visibilidade.

Ergonomia e dirigibilidade

• Passa a impressão de ser um sedã médio-grande na dirigibilidade. Além de crescer em relação à 10ª geração, ficou ainda mais macio na sua calibragem de suspensão. Como se não bastasse, a parte estrutural ganhou 8% a mais de rigidez.
• Manteve a precisão na hora de fazer curvas. Carro é firme o bastante quando precisa lidar com irregularidades no solo e, assim, mantém muito bem a estabilidade.
• Bom isolamento acústico com a adoção de espumas especiais anti-ruído. Praticamente não se ouve nada do exterior. Além disso, o campo de visão é bom. É possível saber onde estão os limites da carroceria com tranquilidade.
• Cuidado com as valetas: único cuidado que se deve ter é não raspar a parte de baixo do pára-choque dianteiro, algo que senti que ocorre um pouco mais frequentemente do que com a antiga geração.

Consumo e desempenho

• Vendido em única versão híbrida, vem equipado com dois motores elétricos, combinados a um motor 2.0 a combustão (ciclo Atkinson), que entrega desempenho comparável ao de carros equipados com turbocompressor, mas com o comportamento mais linear, típico dos carros aspirados.
• Enquanto a unidade a combustão gera 143 cv e 19,1 kgfm, a potência e o torque combinados são, respectivamente, de 184 cv 32,1 kgfm.
• Não existe câmbio: uma única marcha conecta o sistema motriz com as rodas dianteiras. Há relação também para a marcha ré. Além disso, chega a ser mais eficiente do que o "irmão" maior Accord.
• Faz 18,3 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada, sempre abastecido com gasolina. Sim, ele é mais econômico na cidade do que na estrada. Isso é comum entre praticamente todos os carros híbridos, que se beneficiam das desacelerações e das frenagens (mais comuns na cidade) para a regeneração de energia para as baterias.
• Aceleração até 100 km/h não é divulgada oficialmente, mas o faz em torno dos 7,5 segundos. Mas não é só a rapidez que chama atenção, como também a resposta quase imediata ao pisar no acelerador.
• Regeneração das baterias, ao tirar o pé do pedal direito, ajuda nas desacelerações mais contundentes, algo que poupa o motorista de ter que ficar usando os freios com tanta frequência.
• Único porém: quando a energia das baterias chega ao fim, a potência do carro despenca sem atuação do motor elétrico, algo que compromete, por exemplo, a capacidade de realizar ultrapassagens.

Equipamentos e segurança

Sua lista de itens é bem recheada. Destaque para:

• Cluster com tela de TFT colorida de 10,2 polegadas
• Central multimídia com tela de 9" Apple CarPlay e Android Auto
• Carregador de celular por indução
• Paddle shifters para dosagem de regeneração de energia do conjunto mecânico
• Controle de cruzeiro adaptativo com função de congestionamento
• Frenagem autônoma de emergência
• LKAS: Sistema de assistência de permanência em faixa, que detecta as faixas de rodagem e ajusta a direção com o objetivo de auxiliar o motorista a manter o veículo centralizado nas linhas de marcação;
• RDM: Sistema para mitigação de evasão de pista, que detecta a saída da pista e ajusta a direção com o objetivo de evitar acidentes;
• AHB: Ajuste automático de farol, que é a comutação noturna automática dos fachos baixo e alto dos faróis de acordo com a situação.
• LKAS: Mantém o Civic Híbrido no centro da faixa mesmo em situações de vento lateral, inclinação da pista e ultrapassagem de veículos longos.
• Notificação Automática de colisão: Na eventualidade do motorista se envolver em um acidente com deflagração do airbag, o carro enviará uma mensagem à central de relacionamento myHonda Connect, que poderá acionar suporte médico e os contatos de emergência previamente cadastrados pelo usuário.
• Detecção remota de falha: O carro constantemente avalia o bom funcionamento de seus sistemas. Ao encontrar alguma falha, na qual uma luz se acende no painel do veículo, um breve descritivo da ocasião (e como proceder) estará disponível no aplicativo.
• Alarme de segurança: Se o alarme de segurança do veículo for disparado, um alerta será enviado para o celular do usuário, em qualquer lugar que ele esteja.
• Localização do veículo estacionado: Verificação da localização na qual o veículo se encontra estacionado e, se desejar, estabelecimento de rota até o carro.
• Painel de informações do veículo: Verificação remota do status das portas, janelas, luzes e calibragem dos pneus, além do diagnóstico geral.
• Rastreamento do veículo em movimento: Acompanhamento da localização do carro em tempo real no mapa.
• Controle geográfico: O usuário determina, no mapa, uma área de controle. Em seguida, seleciona se deverá ser notificado quando o veículo entrar ou sair deste perímetro.
• Alerta de velocidade: Após determinar uma velocidade máxima, o usuário receberá uma notificação todas as vezes que o veículo rodar além deste limite estabelecido.
• Assistência 24h: Veículos novos Honda têm 2 anos de assistência 24h grátis. Por essa função do aplicativo, o cliente poderá solicitar serviços de guincho, chaveiro, carga de bateria, entre outros.
• Controles remotos: Através de comandos no app, o usuário poderá remotamente acionar o ar-condicionado, ligar o motor do carro, destravar e travar portas e acionar buzinas e luzes.
• Últimas viagens: Dados de todas as viagens serão gravados e armazenados no aplicativo e o usuário poderá, posteriormente, verificar a trajetória e estatísticas da viagem, tais como duração e velocidades máxima e média.
• Assistente de Voz: Por meio do assistente de voz Google, o usuário poderá realizar comandos remotos e verificar status do carro (Painel de Controle).