SUV médio mais vendido do Brasil, o Jeep Compass recebeu uma série de atualizações na linha 2025 lançada em abril - enquanto a nova geração, prevista para 2026, não chega às concessionárias.

Dentre as principais novidades estão a ampliação da garantia total de três para cinco anos, válida para toda a gama da Jeep, e a introdução do motor 2.0 turbo Hurricane a gasolina de 272 cv e 40,8 kgfm - disponível exclusivamente nas novas versões Overland, com preço sugerido de R$ 266.990, e Blackhawk, por R$ 279.990.

Esta última é a configuração avaliada neste test-drive do UOL Carros. Com quase 300 cv e custando perto de R$ 300 mil, o Compass Blackhawk traz preço, desempenho e equipamentos de SUVs de categorias superiores. Além de andar muito bem, também traz detalhes visuais exclusivos que reforçam seu caráter mais esportivo e tração 4x4.

Desvendando o Jeep Compass Blackhawk

Design: por dentro e por fora, o Jeep Compass já dá sinais de que merece uma atualização mais profunda - a geração atual foi lançada em 2016 e recebeu uma leve reestilização no fim de 2020. Ainda assim, continua sendo um carro atraente. Especialmente na versão Blackhawk, traz uma série de detalhes visuais exclusivos que ajudam a amenizar os efeitos da idade do respectivo projeto.

Traz grade frontal que troca o desenho com formato de colmeias por aletas, além de diferenciais estéticos como pinças de freio vermelhas, rodas de 19 polegadas com design esportivo, revestimento de suede nos bancos e no painel e detalhes de acabamento interno e externo escurecidos.

Espaço interno: nesse quesito, o Jeep Compass nunca se destacou. Especialmente no banco traseiro, o espaço disponível para os passageiros não é muito generoso e pessoas mais altas podem passar por algum aperto.

O porta-malas, segundo a medição da Jeep, tem capacidade para 476 litros de bagagens - contudo, no mundo real, estão disponíveis pouco mais do que 400 litros de espaço utilizável.

Vida a bordo: traz acabamento interno de boa qualidade, com revestimentos macios ao toque e revestimentos de diferentes texturas. A configuração Blackhawk dá um passo além, trazendo uma espécie de camurça em parte dos bancos e também no painel. Na cabine, também agrada o visual escurecido que predomina e inclui o tecido do teto, bem caprichado.

Pessoalmente, agrada a profusão de botões para ajustes variados, desde o seletor de tipos de terreno, do sistema de tração 4x4, até os comandos físicos do ar-condicionado - diferentemente de outros veículos da atualidade, os controles (ainda) não estão concentrados na tela da central multimídia - que, por sinal, é muito boa.

O painel digital, por sua vez, traz um toque de modernidade esperado para um SUV nessa faixa de preço - contudo, a respectiva interface é um tanto poluída, com excesso de informações.

Segurança: a partir a versão Longitude, vem com pacote de assistências à condução semiautônoma de nível 2, que agora agrega tecnologia de centralização do veículo nas faixas, quando o controle de velocidade de cruzeiro adaptativo é ativado.

Na prática, essa centralização permite que o veículo faça boa parte das curvas "sozinho", desde que o condutor mantenha as mãos no volante - como em outros veículos, sensores desativam as assistências após alguns segundos, caso o motorista retire as mãos da direção. O sistema funciona muito bem e agrega bastante segurança e tecnologia a bordo.

Na versão Blackhawk avaliada, o Compass vem de fábrica com sete airbags e traz frenagem automática de emergência com alerta de colisão. Também conta com detecção de tráfego cruzado traseiro, monitoramento de pontos cegos, assistente semiautônomo de estacionamento e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros.

Desempenho: o novo motor Hurricane de 272 cv e 40,8 cv, acoplado à transmissão automática de nove velocidades, deu, literalmente, um novo fôlego ao SUV médio. É o mesmo conjunto presente no Jeep Wrangler e na Ram Rampage - no Compass, casou como uma luva para quem busca um carro ágil e gostoso de acelerar.

Ao pisar fundo, as costas chegam a "grudar" no banco, tamanha é a força disponível. Na versão avaliada, as suspensões receberam um ajuste um pouco mais rígido, sem abrir mão do conforto, e os freios foram reforçados para lidar com a potência e torque maiores. O conjunto ficou bastante equilibrado e dá para dizer que a performance é de um automóvel verdadeiramente esportivo.

Para completar, nessa configuração, o SUV médio traz de série tração 4x4 com seletor de tipos de terreno, proporcionando mais versatilidade no dia a dia - apesar da vocação mais esportiva e voltada ao uso predominantemente no asfalto.

Equipamentos: vem com série itens desejáveis como teto solar panorâmico, porta-malas com acionamento elétrico e sensor de presença, escapamento com ponteira dupla, carregador de celular por indução e ar-condicionado automático com dois ajustes independentes de temperatura.

A partir da linha 2025, o sistema de som premium da Beats é item de série em todas as configurações, trazendo oito alto-falantes e subwoofer a partir da Longitude. Também é a partir dessa configuração que o SUV conta com central multimídia de 10,1 polegadas, que, na linha 2025, oferece roteador wi-fi com um ano de plano de dados gratuito - após esse período, o serviço passa a ser pago.

Somente na versão Blackhawk, os bancos dianteiros trazem ajustes elétricos tanto para o motorista quanto para o passageiro - o banco do motorista é elétrico a partir da configuração Limited.

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