Dolphin Mini convence como 1º elétrico, mas tem item que precisa melhorar
Lançado em fevereiro passado, depois do sucesso inicial do Dolphin, o Dolphin Mini chegou ao Brasil com a missão de ampliar as vendas da BYD como o carro elétrico mais barato do Brasil.
Com o preço sugerido de R$ 115.800 mantido desde então, o Mini não ficou abaixo dos R$ 100 mil como especulado, mas ainda é o automóvel a baterias mais acessível do nosso mercado.
Posicionado na mesma faixa e até mais barato do que versões mais completas de hatches compactos a combustão, o pequeno Dolphin impressiona com sua lista extensa de itens de série e também pelo acabamento interno, bem acima da média pelo que custa.
Não é surpresa que, em poucos meses de mercado, já é um dos carros elétricos mais vendido do país, com 10.536 emplacamentos até julho, de acordo com a Fenabrave, a federação das concessionárias - só fica atrás do Dolphin com maiores dimensões, que acumula 11.074 vendas no mesmo período.
Pelo que custa e oferece, o Dolphin Mini está atraindo um público em busca do seu primeiro automóvel totalmente elétrico ou, simplesmente, um carro urbano bem recheado com preço mais acessível.
Confira a seguir a avaliação do pequeno elétrico pelo UOL Carros após cerca de duas semanas de uso.
Desvendando o BYD Dolphin Mini
Design: o Dolphin Mini, com seus 3,78 m de comprimento, 1,71 m de largura e 1,54 m de altura, é um carro bem compacto e relativamente alto, considerando o seu porte.
Tais dimensões não costumam combinar com um design equilibrado e elegante, mas esse é exatamente o caso do Mini.
A dianteira em forma de cunha com faróis de LEDs afilados bem rente ao capô lembra modelos da Lamborghini e isso torna o carro mais atraente.
Não por acaso, o alemão Wolfgang Egger, chefe de design da BYD, já foi responsável pelo visual de carros da.... Lamborghini.
Nas laterais, as rodas de liga leve de 16 polegadas ajudam a afastar a aparência de "carrinho", assim como a traseira com lanternas de LED unidas por uma faixa iluminada que atravessa toda a extensão da tampa do porta-malas - que tem um aerofólio sobre o vidro traseiro, que traz desembaçador, mas não conta com limpador (algo de que não senti muita falta).
Um detalhe que poderia ser melhorado é a extremidade inferior da tampa traseira, posicionada bem rente ao para-choque e que fica mais propensa a amassados em caso de colisão.
Vida a bordo: a cabine traz acabamento bem acima da média para um carro na sua faixa de preço, mesclando materiais com diferentes cores e texturas e várias partes com acabamento macio ao toque - embora predominem os plásticos rígidos no habitáculo.
A BYD preferiu trazer o Mini ao Brasil em sua especificação mais equipada, que vem de série com ajustes elétricos do banco do motorista, por exemplo. Os bancos de couro sintético trazem revestimento em duas cores e um capricho que remete a modelos de categorias e preços bem superiores.
Os assentos são bastante confortáveis e os mimos a bordo incluem carregamento de celular por indução em um "berço" integrado ao apoio de braço e ao porta-copos que mantém o aparelho na posição correta.
Quanto ao espaço interno, o banco traseiro traz um espaço surpreendente para acomodar as pernas de dois ocupantes adultos - a configuração avaliada é para quatro passageiros.
A BYD acabou de lançar uma variante do Dolphin Mini homologada para cinco ocupantes por R$ 119.800, que também agrega monitoramento externo "360 graus" por câmeras.
Não sabemos se a variante para apenas quatro pessoas, como a avaliada, continuará disponível ou dará lugar a essa nova opção. Caso permaneça, minha recomendação é pagar menos e ficar com os quatro lugares.
Quanto ao porta-malas, a capacidade de 230 litros pode parecer pouca, mas essa litragem permite transportar bastante coisa no uso urbano para o qual o carro foi projetado.
Segurança: para ficar mais acessível, o Dolphin Mini não traz assistências semiautônomas à condução presentes no Dolphin "full size", como controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão, frenagem automática de emergência, assistente de manutenção de faixa e alerta de ponto cego.
Contudo, nos demais quesitos relacionados à segurança, vem bastante completo, trazendo de série seis airbags, freios a disco nas quatro rodas, monitoramento da pressão dos pneus, sensores de estacionamento traseiros e câmera de ré.
Desempenho: no papel, o Dolphin Mini não impressiona com seus 75 cv de potência e 13,8 kgf de torque em um carro com 1.239 kg
De fato, o tempo oficial de aceleração de zero a 100 km/h 14,9 segundos, com velocidade máxima em torno de 130 km/h, estão longe de empolgar.
Contudo, é fundamental ter em mente que a proposta do Mini é de um veículo para uso predominantemente urbano, onde ele se destaca. Até 70 km/h, as acelerações são bastante rápidas, graças ao torque instantâneo que todo carro elétrico proporciona.
Devido às dimensões compactas e à direção elétrica bem calibrada, o Dolphin Mini traz condução ágil.
Seu ponto fraco, contudo, é o ajuste das suspensões, macias ao gosto dos chineses, mas que balançam demais no nosso piso irregular e chegam a fazer o carro "quicar" a traseira em desníveis mais acentuados.
Consumo: segundo dados oficiais do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), o Doplhin Mini é um dos carro elétricos mais eficientes do mercado brasileiro, trazendo gasto energético de 0,41 MJ (megjoules) por quilômetro rodado. Sai da fábrica com baterias com capacidade de 38 kWh, que proporcionam autonomia de 280 km com uma carga completa de acordo com medição do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). No mundo real e com parcimônia ao pisar o acelerador, dá para passar facilmente os 300 km de alcance na cidade - onde as frenagens e as desacelerações ajudam a prolongar a carga das baterias.
Itens de série: traz banco do motorista com ajustes elétricos, central multimídia com tela giratória de 10,1 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, rodas de liga leve de 16 polegadas, câmera de ré, ar-condicionado digital, seis airbags, controle de velocidade de cruzeiro, faróis de LED com acendimento automático e ajuste de altura, bancos e volante de couro sintético, carregamento de celular por indução, chave presencial, seis airbags. freios a disco nas quatro rodas, volante com ajuste de altura e profundidade, navegador GPS nativo, controles de voz e freio de estacionamento elétrico com função auto hold.
Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.
BYD Dolphin Mini
Preço
R$ 115.800Pontos Positivos
- Design
- Bom desempenho na cidade com baixo consumo energético
- Bom pacote de itens de série
- Preço. É o carro elétrico mais barato do Brasil
Pontos Negativos
- Suspensão balança muito, especialmente no eixo traseiro
Veredito
O BYD Dolphin Mini traz muito conteúdo pelo preço e é o primeiro carro elétrico que realmente oferece bom custo-benefício ao preço de um hatch compacto topo de linha. Traz bom desempenho, especialmente em velocidades até 70 km/h, e autonomia suficiente para pequenas viagens. Além disso, tem visual bonito e espaço para acomodar com relativo conforto quatro pessoas de estatura média. O que precisa melhorar é o ajuste da suspensão, que balança demais.
Motorização
Elétrico, transversal
Combustível
Não utiliza combustível
Potência (cv)
75 cv
Torque (kgf.m)
13,8 kgfm
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
14,9 segundos
Velocidade máxima (km/h)
130 km/h
Consumo cidade (km/l)
7,4 km/kW (média geral)
Consumo estrada (km/l)
7,4 km/kW (média geral)
Câmbio
Não tem
Tração
Dianteira
Direção
Elétrica
Suspensão Dianteira
Independente, McPherson
Suspensão Traseira
Eixo de torção
Freios Dianteiros
Discos ventilados
Freios Traseiros
Discos ventilados
Pneus
175/55 R16
Rodas
16 polegadas
Altura (mm)
1.580 mm
Comprimento (mm)
3.780 mm
Entre-eixos (mm)
2.500 mm
Largura (mm)
1.715 mm
Ocupantes
4
Peso (kg)
1.239 kg
Porta-malas (L)
230 litros
Tanque (L)
Baterias com capacidade de 38 kWh, autonomia de 280 km (Inmetro)
Garantia
5 anos para o veículo e 8 anos para as baterias (uso particular)
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Airbags do tipo Cortina
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Piloto Automático
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Vidros Elétricos Traseiros
Central Multimídia
Rádio FM/AM
Entrada USB
Banco de Couro
Banco do motorista com ajuste de altura
Bancos com ajustes elétricos
Desembaçador Traseiro
Computador de Bordo
Acendimento automático dos faróis
Sensor de pressão dos pneus
Faróis com regulagem de altura
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.