Duster 1.3 turbo: com novo motor, SUV melhora e pode matar irmão Captur
José Antonio Leme
do UOL, em São Paulo (SP)
14/02/2022 04h00
O Renault Duster teve sua última grande modificação em 2020. O modelo foi lançado no mercado logo antes de a pandemia chegar ao Brasil e começar a fechar tudo, de lojas a fábricas.
As mudanças que ele apresentou lá atrás foram boas e profundas, especialmente em termos de aparência. Lá também, ele perdeu o motor 2.0 e passou a ser o oferecido unicamente com o 1.6 de até 120, que é um bom motor para o custo-benefício, mas nem tanto para o desempenho.
No ano passado, ele sofreu um "golpe", ao estilo Caim e Abel. Viu seu irmão, Captur, a quem emprestou a plataforma para que o estiloso SUV chegasse ao Brasil, ser agraciado com o motor 1.3 turboflex antes e em todas as versões.
O troco chega agora, em 2022, ainda tímido. Já como linha 2023, a Renault deu ao Duster a oportunidade de aproveitar do motor 1.3 turbo, mas por enquanto apenas na versão de Iconic que custa R$ 135.590.
Nas vendas, o Duster já se descola com sobras do Captur, muito em questão das vendas diretas, é verdade. Mas com esse motor, suas qualidades e também um pouco de defeito que o Duster têm, ele pode começar a matar o Captur.
Renault Duster Iconic 1.3 turboflex
Preço
R$ 135.5903,0
4,0
3,0
3,0
5,0
3,0
Pontos Positivos
- Espaço interno
- Desempenho
Pontos Negativos
- Só dois airbags
- Acabamento
Veredito
O Duster melhora em um dos seus pontos mais difíceis em relação aos rivais que é a motorização, mas por enquanto apenas na versão de topo. Ele deve ganhar vida nova se a Renault resolver apostar nele e avançar em demais variantes com seu propulsor 1.3 turboflex
DESIGN E ESPAÇO INTERNO
Em termos de design, o Duster 2023 não tem grandes diferenças, afinal o carro nesse quesito ainda é "novo". Com a atual aparência, o SUV estreou em 2020, logo no início da pandemia.
As alterações para a linha 2023 na versão Iconic Turbo é o acabamento em preto brilhante na moldura frontal, capa dos retrovisores e barras de teto, além da adoção da moldura de plástico preto nas caixas de roda e banco com novo revestimento.
Se o estilo bruto do Duster continua a fazer certo sucesso nas ruas em relação a outros modelos, inclusive o Captur, mesmo evoluído para algo um pouco mais requintado, o acabamento continua a ser um problema.
Por dentro, o carro na mudança em 2020 ganhou novo painel, novas saídas de ar-condicionado, mas mantém um acabamento pobre, mesmo na versão mais cara, a Iconic turbo, de R$ 135 mil.
Na outra mão, o Duster se fortalece com o bom espaço interno e de porta-malas, que está entre os melhores do segmento. Cinco adultos conseguem viajar com conforto e carregar 475 litros na área para cargas.
A plataforma é a mesma que deu ao Sandero e o Logan também esses bons predicados em relação a seus rivais e apesar de estar em final de vida, ainda tem seus méritos.
Para quem vai na frente há bom espaço para as pernas, além de boa posição de guiar, com posição mais baixa ante ao Captur, o que favorece os mais altos sem prejudicar os baixinhos graças aos ajustes de altura de banco.
O carro peca também no posicionamento e também no tamanho dos porta-objetos no console central, além de ainda manter a entrada USB na central multimídia e não no console, ou seja há sempre um fio pendurado.
Além disso, mesmo sendo uma versão de topo, o Duster tem um painel de instrumentos bastante simples e pouco inspirador com uma tela de computador de bordo pequena, apesar de ter bastante informação.
CONSUMO E DESEMPENHO
A joia da coroa do Duster está sob o capô, é o motor 1.3 turboflex que estreia e muda completamente o comportamento do SUV com seus 170 cv e 27,5 mkgf, associado a um câmbio automático CVT que simula oito marchas.
O Duster está com respostas ágeis, retomadas vigorosas e não sofre para fazer ultrapassagens. Além disso, na cidade, é preciso menos pressão no acelerador para ter a melhor entrega, isso porque o torque máximo já está disponível a 1.600 rpm.
De acordo com a Renault, ele é capaz de fazer de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos e tem velocidade máxima de 190 km/h. O consumo declarado com gasolina na estrada é de 16,1 km/l e na cidade de 13,9 km/l. Com etanol, o consumo é de 11,7 km/l no percurso rodoviário e 9,9 km/l no urbano.
Em termos de direção e suspensão, a resposta não acompanha o desempenho renovado do novo motor. A suspensão do Duster ainda é muito focada em conforto o que não privilegia a estabilidade. No caso da direção elétrica as resposta também são anestesiadas.
EQUIPAMENTOS
O Duster Iconic TCe traz como itens de série a central multimídia com integração a Android Auto e Apple CarPlay por meio de entrada USB, rodas de liga leve de 17", ponteira de escape cromada, trio elétrico, chave presencial com partida por botão, ajustes de altura e distância da direção.
Há também faróis de neblina, maçanetas pintadas na cor do carro, volante revestido de couro, espelhos nos para-sóis, sensor de estacionamento traseiro, ar-condicionado automático e controle de velocidade (piloto automático) com função de limitador e start-stop que pode ser desligado.
Um dos itens mais legais do Duster é o sistema de câmera 360º que permite ter uma visão área e também das laterais do carro quando quiser, além da dianteira e traseira, o que ajuda em algumas manobras.
O carro das fotos está equipado com o único opcional disponível, o pacote Outsider, que adiciona borrachões nas portas e luzes extras com "quebra-mato" integrado por R$ 4.100.
SEGURANÇA
Se o Duster tem controles de tração e estabilidade integrados, um dos seus pecados é vir equipado com apenas dois airbags, quando, por exemplo, até o Kwid conta com quatro.
O carro traz ainda assistente de partida em rampa, fixação isofix para até duas cadeirinhas no banco traseiro e detector de ponto cego integrado aos espelhos retrovisores.
MERCADO
O mercado do Duster pode se tornar mais de pessoas físicas ao invés de pessoas jurídicas com essas mudanças. A chegada apenas na versão de topo do motor turbo é intencional.
Ele vende muito mais que o Captur, mesmo com o estilo "mais belo", o que é relativo, do irmão. A categoria está inchada de modelos de diferentes tamanhos e gostos e o Duster, com o adeus do EcoSport, se tornou o veterano da classe.
Há pouco que o Duster não tenha e está presente no Captur. Se a Renault reforçar seu pacote com os quatro airbags, melhora no acabamento e um novo painel, mais atraente, o Captur perde muito do seu motivo por existir, especialmente vendendo tanto menos.
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Motorização
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1.3, 16,V, turbo
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Combustível
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Etanol/Gasolina
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Potência (cv)
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170/162 a 5.500 rpm
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Torque (kgf.m)
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27,5 a 1.600 rpm
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Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
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9,2
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Velocidade máxima (km/h)
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190
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Consumo cidade (km/l)
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9,9 (etanol) / 13,9 (gasolina)
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Consumo estrada (km/l)
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11,7 (etanol) / 16,1 (gasolina)
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Câmbio
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Automático, CVT
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Tração
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Dianteira
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Direção
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Elétrica
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Suspensão Dianteira
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Independente, McPherson
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Suspensão Traseira
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Eixo de torção
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Freios Dianteiros
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Discos ventilados
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Freios Traseiros
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Tambor
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Pneus
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215/60 R17
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Rodas
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17 polegadas
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Altura (mm)
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1693
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Comprimento (mm)
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4376
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Entre-eixos (mm)
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2673
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Largura (mm)
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1832
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Ocupantes
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5
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Porta-malas (L)
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475
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Tanque (L)
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50
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Garantia
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3 anos
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Airbags Motorista
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Airbags Passageiro
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Controle de Estabilidade
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Controle de Tração
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Freios ABS
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Distribuição Eletrônica de Frenagem
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Ar-Condicionado
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Travas Elétricas
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Ar Quente
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Piloto Automático
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Volante com Regulagem de Altura
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Vidros Elétricos Dianteiros
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Vidros Elétricos Traseiros
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Central Multimídia
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Rádio FM/AM
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Entrada USB
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Banco do motorista com ajuste de altura
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Desembaçador Traseiro
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Computador de Bordo
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Acendimento automático dos faróis
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Faróis de neblina
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Sensor de pontos cegos
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