Fiat Argo Trekking com CVT vale mais que Pulse de entrada?
Guilherme Menezes
Do UOL, em São Paulo
31/01/2023 04h00
Seis meses depois do Cronos, agora é o Argo que ganha o câmbio automático CVT. Por meio do novo equipamento, a Fiat busca reforçar aspectos como eficiência e comodidade. O modelo avaliado parte de R$ 96.990, mas o exemplar dos nossos testes adiciona a cor Cinza Silverstone (R$ 1.990) e o interior Trekking Top R$ 2.990. Assim, custa R$ 101.970.
Em nossos testes, vemos como o modelo fica ainda mais integrado à gama. Tem motor, câmbio, plataforma e itens em comum a carros mais caros. Os principais diferenciais são as modificações funcionais para a sua proposta aventureira. A Fiat é tradicional nessa parte, só lembrar da finada (mas longeva) linha Adventure.
Como se sai a novidade? Vale a pena considerando os R$ 98.990 cobrados pelo Pulse manual, ou até mesmo os R$ 105.990 do SUV na versão Drive CVT? Os preços são muito próximos, mas, ainda que a Fiat saiba disso, ela afirmou no evento de lançamento do Argo CVT que acredita que há espaço bem definido para ambos os modelos.
Fiat Argo Trekking CVT
Preço
R$ 96.9904,0
4,0
4,0
4,0
3,0
4,0
3,0
Pontos Positivos
- Proposta aventureira: boa altura em relação ao solo e pneus de uso misto.
- Design
- Facilidade de usar as telas
Pontos Negativos
- Preço muito similar ao do SUV Pulse
- Pouco espaço para objetos
- Poderia ter mais airbags
Veredito
Para a proposta, o Argo Trekking é bem eficiente, sem abandonar o conforto do câmbio automático e o visual de bom gosto. Ainda que o condutor rode apenas nas cidades, os buracos nas vias e os engarrafamentos não deixam de se assemelharem à utilização aventureira. A "pulga" que fica atrás da orelha é a proximidade dos preços, tanto em relação ao Pulse de entrada (que é apenas R$ 2 mil mais caro sem nenhum adicional), quanto ante o Pulse CVT, que custa R$ 4 mil a mais do que o carro da avaliação, ou R$ 9 mil a mais do que sem os extras.
Design
- Prestes a completar cinco anos de mercado, o Fiat Argo ainda mantém uma aparência atual e, na minha opinião, ainda é um dos hatches compactos mais bonitos do mercado.
- Reestilização introduzida em meados do ano passado foi bastante discreta, mas fez bem ao Argo, que ganhou grade frontal redesenhada e o novo logotipo da marca italiana.
- Na parte aventureira, ganhou grafismos foscos na cor cinza chumbo, tanto no capô, quanto nas saias laterais e na tampa traseira do porta-malas. Além do emblema dos dois triângulos que distinguem a versão Trekking.
- Isso sem falar dos 5,5 cm a mais de elevação da suspensão, das barras de teto e dos pneus de uso misto, que legitimam ainda mais o carro para a sua proposta.
- A traseira não mudou, mas ainda chama atenção o desenho das lanternas, que lembra o de modelos mais recentes da marca italiana como os SUVs Pulse e Fastback. Ela tem um fino contorno em black piano que reforça a sua presença.
- Por dentro, a mudança perceptível é o novo volante, lançado inicialmente no Pulse e que foi incorporado depois ao restante da gama. Os bancos, por sua vez, trazem a inscrição "Trekking" mais uma vez, além das costuras na cor laranja.
Espaço interno e equipamentos
- Vem bem equipado. Traz partida por botão com chave presencial e ar-condicionado digital, além de abertura das portas a distância, vidros elétricos nas quatro portas, central multimídia de sete polegadas com Android Auto e Apple Car Play, volante multifuncional, controle de velocidade de cruzeiro e sensores de estacionamento traseiros.
- Os recursos de entretenimento são intuitivos de visualizar e manusear, mas as telas dos carros cresceram tanto nos últimos anos que a do Argo não está mais entre as maiores.
- O banco do motorista tem ajuste de altura, mas a regulagem mais baixa ficou alta demais para o meu gosto, enquanto o volante é ajustável apenas em altura. Ainda assim, a ergonomia evoluiu em relação ao modelo pré-reestilização.
- Não é a tarefa mais fácil guardar o celular no apertado espaço disponível nas portas. No console central, há apenas um porta-copos, que não é dos mais generosos. E no painel, um pequeno porta-objetos serve apenas para objetos menores.
- Há uma entrada USB extra para quem vai sentado no banco traseiro e superfície macia para apoiar os cotovelos.
- Bom também é que o quadro de instrumentos tem mostrador digital e configurável. O sistema de som, por sua vez, consegue reproduzir com certa qualidade graves e agudos.
- Na hora de viajar, o espaço para cinco ocupantes é apenas razoável para os troncos, bem como a capacidade do porta-malas, que pode levar 300 litros. Entretanto, o espaço para as pernas é bem honesto para quem vai atrás.
Desempenho e consumo
- O motor 1.3 Firefly aspirado entrega uma boa combinação de desempenho e baixo consumo, com seus 107 cv de potência e 13,7 kgfm de torque. Não chega a empolgar nas acelerações e nas retomadas, mas traz força de sobra tanto na cidade quanto na estrada.
- Com CVT, a condução é suave, progressiva e confortável. O motor fica mais ruidoso apenas se você pisar até o fim do curso do acelerador.
- Com etanol, faz 8,9 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada. Com gasolina, respectivamente, os números são 12,7 km/l e 13,9 km/l.
- Vem com rodas de liga-leve de aro 15 montadas em pneus de uso misto (Pirelli ATR 205/65R15). Quando somamos com a distância livre do solo de 21 cm, o hatch fica mais valente ao passar por valetas, lombadas e até trilhas leves.
- No dia a dia, outros itens também agradam a leveza da direção elétrica nas manobras e a boa visibilidade, inclusive a proporcionada pelos retrovisores. Agora que o carro tem controle eletrônico de estabilidade, dá para contornar nas curvas com mais segurança, mesmo com os pneus de uso misto.
Segurança
- Traz de série os controles de tração e estabilidade, que em breve serão obrigatórios em todos os carros novos vendidos no Brasil, bem como os sensores de pressão dos pneus.
- Contudo, deixa a desejar em outros aspectos, como a oferta apenas dos airbags frontais obrigatórios por lei.
- Vale destacar que até subcompactos como Renault Kwid já vêm de série com quatro bolsas infláveis.
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Motorização
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1.3 16v aspirado
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Combustível
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Flex
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Potência (cv)
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107 cv
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Torque (kgf.m)
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13,7 kgfm
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Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
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11,2
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Velocidade máxima (km/h)
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173
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Consumo cidade (km/l)
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8,9 km/l (etanol) e 12,7 km/l (gasolina)
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Consumo estrada (km/l)
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10,1 km/l (etanol) e 13,9 km/l (gasolina)
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Câmbio
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Automático CVT
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Tração
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Dianteira
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Direção
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Elétrica
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Suspensão Dianteira
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McPherson
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Suspensão Traseira
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Eixo de torção
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Freios Dianteiros
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Discos ventilados
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Freios Traseiros
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Tambores
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Pneus
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Pirelli ATR 205/65R15
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Rodas
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15 polegadas
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Altura (mm)
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1568 mm
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Comprimento (mm)
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4002 mm
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Entre-eixos (mm)
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2520 mm
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Largura (mm)
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1749 mm
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Ocupantes
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5
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Peso (kg)
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1235 kg
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Porta-malas (L)
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300 l
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Tanque (L)
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48 l
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Airbags Motorista
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Airbags Passageiro
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Controle de Estabilidade
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Controle de Tração
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Freios ABS
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Distribuição Eletrônica de Frenagem
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Ar-Condicionado
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Travas Elétricas
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Ar Quente
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Piloto Automático
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Volante com Regulagem de Altura
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Vidros Elétricos Dianteiros
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Vidros Elétricos Traseiros
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Central Multimídia
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Rádio FM/AM
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Entrada USB
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Banco de Couro
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Banco do motorista com ajuste de altura
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Desembaçador Traseiro
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Computador de Bordo
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Faróis de neblina
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