O Fiat Mobi resiste ao tempo na segunda posição entre os carros mais baratos do Brasil, perdendo apenas para o preço do Renault Kwid. Ao mesmo tempo em que o hatch subcompacto tem a dura missão de emplacar o maior volume possível, a luta para impedir os aumentos de preços não tem sido nada fácil.

Para essa categoria, cada cifra adicional "pesa" mais do que se fosse para um SUV, por exemplo. Aliás, os preços subiram tanto que até os pequenos, que um dia foram carros verdadeiramente populares, acabam tendo que dar um jeito de pagar de SUV. A versão que mais faz isso é a que testamos: a "aventureira" Trekking.

O carro é bonito, mas como dissemos, não podemos chamá-lo de popular. A unidade testada custa R$ 78.086, com a adição de itens como pintura Cinza Silverstone com teto Preto Vulcano e o Pack Top - que inclui faróis de neblina, regulagem de altura do volante e cintos dianteiros, comando interno de abertura do porta-malas e tanque de combustível, alarme antifurto, retrovisores elétricos e rodas de liga-leve R14.

Design

Apesar de estar há seis anos no mercado e sem grandes mudanças no visual, suas linhas e silhueta se mantêm atuais. Na versão Trekking, adiciona ainda mais itens que contribuem para se diferenciar.

Além de conseguir unir bem o formato mais quadrado com peças curvas no exterior, a combinação de cores das rodas, da máscara negra e os apliques consegue cumprir a tarefa de diferenciar a versão de topo das mais básicas.

Isso é extremamente importante quando sabemos que, ao contrário das opções mais simples, a Trekking foca no consumidor pessoa física.

Dirigibilidade

Desde que o VW up! saiu de linha, o Mobi sempre foi a melhor opção quanto à qualidade de rodagem do carro. Entrega certa robustez, consegue filtrar as imperfeições do solo sem ficar pulando ou torcendo tanto (coisas normais para carros leves e curtos), bem como consegue tirar proveito do peso reduzido para ser ágil nas curvas.

Na versão Trekking, podemos sentir que é mais instigante, devido ao seu retrabalho no sistema de suspensão. Entretanto, nenhuma das melhorias que beneficiam a versão de topo conseguiu modificar a ergonomia.

A posição dos bancos favorece a visibilidade do exterior e pode ter a altura regulada, mas mesmo para mim, que meço 1,72 m, não foi possível evitar que os joelhos ficassem raspando na cobertura da coluna de direção (mesmo com o volante na posição mais alta). Já que o assento traz a regulagem de altura, poderia (ou melhor, deveria) vir posicionado mais baixo na posição inicial.

Desempenho e consumo

Como já dissemos, o carro é bem ágil, principalmente até uns 70-80 km/h, graças aos seus 940 kg. O seu motor 1.0 Fire Evo Flex aspirado rende 74 cv com etanol a 6.250 rotações por minuto e 9,7 kgfm de torque a 3.850 rpm, sempre associado ao câmbio manual de cinco velocidades.

Segundo a Fiat, o subcompacto acelera de zero a 100 km/h em 13,8 segundos e pode chegar a 152 km/h com o mesmo combustível.

Para o Inmetro, o Mobi tem consumo urbano de 13 km/l com gasolina e de 8,9 km/l com etanol e rodoviário de 14,1 km/l e de 10,1 km/l, respectivamente.

Equipamentos e segurança

Traz volante multifuncional, console de teto com porta-objetos, espelho auxiliar e central multimídia UConnect com tela sensível ao toque de 7 polegadas, espelhamento de smartphones com Android Auto e Apple CarPlay com projeção sem fio, que pode parear até dois celulares ao mesmo tempo.

Além do seu computador de bordo, a tela personalizável exibe controle de todas as funções do veículo, com acesso via USB e Bluetooth. É bem fácil de usar e a conectividade é rápida.

A versão conta, ainda, com sensor de pressão dos pneus e porta-malas com tapete em carpete. Para a segurança, vem apenas com o obrigatório por lei: airbags frontais, para motorista e passageiro, freios ABS e controle de tração.

Vida a bordo

Não é segredo que o carro não é pensado para oferecer o maior interior possível. Acomoda quatro adultos, mas com limitações de espaço na fileira traseira.

Por uma questão de arquitetura, não sobrou muito espaço para o porta-malas também: apenas 215 litros.

Ou seja, se o carro será usado por um casal sem filhos, está de ótimo tamanho, desde que não seja usado para transporte de grandes volumes.