A Fiat Toro segue em uma escada de sucesso no mercado após sua primeira reestilização. Agora com o motor 1.3 turboflex, a picape tem uma vida diferente.

A versão de entrada é a Endurance, disponível a partir de R$ 128.990 - há ainda um modelo Endurance com o antigo motor 1.8 flex, mas essa é destinada somente a vendas diretas.

A Toro 'pé de boi', destinada ao trabalho, perde uma série de componentes. Mas, ainda assim, consegue entregar um conjunto minimamente satisfatório para quem deseja um modelo com melhor custo-benefício do que as variantes mais caras e completas.

Será que vale a pena investir na opção mais em conta da reestilizada picape média? É o que mostraremos a partir de agora.

Design e espaço interno

Em termos de espaço, a Toro acomoda bem quatro adultos. Um quinto ocupante, sentado no meio do banco traseiro, tende a sofrer um pouco devido ao túnel central mais alto.

Os bancos são confortáveis para quem vai na frente e tem uma densidade adequada para o ocupante que pode vir a passar horas e horas sentado nele no trânsito.

Uma mudança que foi bem-vinda com a reestilização foi a melhor oferta de porta-objetos pela cabine: a maior parte no console central, que não contava com espaço aceitável antes e agora tem dois, além de dois porta-copos. Até o espaço das portas agora é realmente utilizável, já que cabe até garrafa d'água ali.

Em termos de design, por dentro o modelo é mais simples até no material do que as demais versões. O plástico cru fica à mostra e até o bauzinho central perde a tampa/apoio de braço, sendo só um espaço aberto ali.

Por fora, a picape fica mais austera olhando de frente, onde ela perde até os frisos cromados que outras versões têm na grade. É plástico preto e rodas de aço com calotas.

Consumo e desempenho

O motor 1.3 turboflex deu outra vida às versões flexíveis da Toro, que são as mais vendidas em detrimento as opções turbodiesel. O quatro cilindros entrega até 185 cv e 27,5 mkgf quando alimentado com etanol.

Para este e todas as demais versões, o câmbio é o automático de seis velocidades - não há mais opção com câmbio manual na gama, nem mesmo na Endurance 1.8.

O desempenho é sensivelmente melhor com o novo propulsor. Arrancadas e acelerações ganham corpo facilmente se comparado a quem sofria para ver o ponteiro do velocímetro subir. As trocas de marcha em geral são suaves, mas às vezes o câmbio dá uma certa vacilada na hora de responder ao acelerador.

Para mitigar essa pequena demora entre o comando e a resposta a Toro, conta com o modo de condução Sport, que estica as trocas de marchas e eleva o giro do motor para aproveitar melhor o fôlego do propulsor, mas aí anda mais e bebe mais também.

O consumo declarado pela Fiat, e que aparece nas medições do Inmetro para etiquetagem veicular (Conpet), é de 9,4 km/l (gasolina) / 6,5 km/l (etanol) na cidade e 10,8 km/l (gasolina) / 8 km/l (etanol) na estrada. São números normais e aquém de surpreendentes para um motor turbo.

O acerto de suspensão melhorou junto com a reestilização da picape. Ela está um pouco mais firme e deita menos nas curvas, mas para os buracos continua a ser um "Fiat": isso significa que absorve bem os impactos tão comuns nas nossas cidades.

O que ajuda a melhorar um pouco mais o conforto na Toro Endurance é a medida dos pneus, que são 215/65 R16. Como têm um perfil maior, eles também servem como "amortecedor" de impactos, diferentemente das versões mais completas que usam rodas maiores e pneus de perfil menor.

A direção elétrica tem uma pegada voltada ao conforto, exceto quando o modo Sport é ativado que a mudança é evidente no "peso" da direção, que fica mais precisa e direta.

Equipamentos

Mesmo sendo a versão "pé de boi", a Endurance vem bem equipada - o que era necessário pelo valor cobrado. Ela tem protetor da caçamba e painel de instrumentos virtual com 7 polegadas, que pode ser configurado de diversos modos conforme o gosto do motorista.

A central multimídia de 7" também é de série e já conta com integração a Android Auto e Apple CarPlay por meio de USB ou sem fio. Essa é a mesma utilizada pela Fiat Strada e também no Mobi Trekking.

Há duas entradas USB na frente, dos tipos A e C, e uma na traseira para carregar dispositivos. Os espelhos contam com tilt down, que rebatem para baixo automaticamente ao acionar a marcha ré, volante multifuncional e ar-condicionado - que não é automático, nem digital.

O pacote traz ainda desembaçador do vidro traseiro, coluna de direção com ajuste de altura e distância, controle de velocidade (piloto automático), trio elétrico, sensor de obstáculos traseiro e de pressão nos pneus e luzes diurnas de LEDs.

O único opcional da picape é a capota marítima, que custa R$ 1.000.

Manutenção e segurança

A Toro Endurance conta com um pacote de segurança padrão da casa dos mais de R$ 100 mil. Ela tem controles de tração e estabilidade com função de diferencial bloqueante (TC+ Locker).

O pacote traz ainda assistente de partida em rampa (Hill Holder) e seis airbags: dois dianteiros, dois laterais para a frente e os de cortina, que protegem a cabeça de todos os ocupantes em caso de impacto lateral.

O pacote de manutenção da Toro conta com seis revisões fechadas que acontecem a cada 10 mil km e valor total de 4.436. Cada uma das seis custa R$ 416, R$ 692, R$ 584, R$ 828, R$ 604 e R$ 1.312, respectivamente.

Mercado

Em termos de mercado, a Toro por enquanto reina sozinha e continua a brigar mesmo com SUVs compactos e médios. A Renault Oroch nunca conseguiu encarar a Toro de igual para a igual.

O modelo já tem outras rivais sendo preparadas e algumas até prontas, mas só lá fora. É o caso da Ford Maverick e da Hyundai Santa Cruz.

O modelo da Ford está anunciada para desembarcar por aqui e a Santa Cruz também deve vir, mas ainda não está confirmada.

Fora isso, a GM também já confirmou a nova Montana, agora na categoria da Toro, mas o modelo tende a ser apresentado em 2022 e chegar em 2023. Já a Volkswagen ainda decidiu se colocará ou não o projeto da Tarek em movimento na categoria.