Fiat Toro Ranch: versão diesel ainda vale a pena com novo motor turboflex?
José Antonio Leme
Do UOL, em São Paulo (SP)
09/11/2021 04h00
O grande apelo das versões a diesel da Fiat Toro sempre esteve na entrega que esse motor proporcionava, especialmente se comparado ao que era oferecido nas outras opções, o 1.8 e o 2.4 flexíveis.
Agora, com o novo motor 1.3 turboflex, o diesel ainda continua valendo a pena? Para tentar responder essa pergunta, a Fiat apostou também na diferenciação visual das versões mais completas.
Por R$ 198.890, a Toro Ranch traz um apelo visual distinto para tentar justificar seu preço e posicionamento já atingindo preço das versões de entradas de picapes médias. O UOL Carros teve a oportunidade de avaliar o modelo e conta se faz sentido trocar o diesel pelo flex no posto.
Fiat Toro Ranch 2.0
Preço
R$ 198.8904,0
3,0
3,0
4,0
3,0
4,0
Pontos Positivos
- Equipamentos
Pontos Negativos
- Preço
Veredito
A picape Ranch tem um público muito específico que quer manter o visual do fora de estrada, aquela coisa de carro que vai para a fazenda. Em termos práticos, o dinheiro extra da Ultra faz mais sentido e o visual mais esportivo, sem cromados, tem um apelo mais jovem e mais urbano - apesar de o pacote da Ranch ser bom e completo.
Design e espaço interno
A Toro Ranch, de todas as versões disponíveis da picape, é a que mais apela ao estilo das "irmãs" da marca Ram. A pegada americana fica evidente pelo excesso de cromados por fora, mas ao mesmo tempo a linha interior segue o encontrado nas picapes americanas.
Isso significa, em termos práticos, um certo exagero visual por fora. A grade com design diferenciado nas versões Ranch e Ultra, mas acabamento cromado na primeira, deixa "gritante" a dianteira em meio ao trânsito.
Por dentro, o acabamento é adequado e o couro marrom com o nome da versão estampado nos encostos melhora a sensação de refinamento que o novo desenho interno proporciona, apesar do excesso de plástico.
O espaço continua bom para quatro adultos, o quinto ocupante sofre com o túnel central. Por outro lado, a ergonomia da nova Toro é exemplar ao oferecer muitos porta-objetos e também melhora na distribuição dos componentes pelo painel.
Consumo e desempenho
Sob o capô, o já conhecido motor 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 mkgf. Esse motor ganhou outra nomenclatura: TD350, que representa o torque na medida Newton-Metro (NM).
Ele vem associado ao câmbio automático de nove velocidades, que é um casamento bastante feliz desde o início da existência da Toro, e com sistema de tração nas quatro rodas sob demanda, com função 4x4 reduzida e bloqueio.
A suspensão da Toro foi recalibrada, o que fez muito bem a picape no uso no asfalto, onde a carroceria balançava demais nas curvas. Agora o modelo está mais estável e gostoso de guiar em longas viagens, por exemplo.
O que continua deficitário é a resposta da direção. Na versão turboflex, o modelo oferece a função Sport que endurece a direção, deixando o carro mais "na mão", entregando uma resposta mais precisa.
Já a versão Ranch, a diesel, não traz essa opção e a direção é mais focada no conforto. No geral, isso até agradará a maioria dos clientes desse produto.
A resposta do diesel não é tão rápida quanto do motor a gasolina, mas por outro lado o torque é amplo e quase 10 mkgf maior, o que, com carro carregado, faz toda a diferença e mostra o melhor lado de usar o diesel.
Com um novo e bom motor flex, muita gente pode pensar que correr atrás das versões a diesel, que são invariavelmente mais caras (UOL Carros já explicou os motivos aqui), não faz sentido. Mas, dependendo do uso e aplicação, pode ser sim.
Em tempos de gasolina e etanol com preço nas alturas, é preciso lembrar que apesar de o valor do diesel também ter sofrido com aumentos, ele ainda é mais em conta e oferece melhor relação de km por litro.
De acordo com os dados divulgados pela própria Fiat, que constam também no Inmetro (Conpet Veicular), a Toro Ranch tem média de 10 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada. Na outra ponta, o motor flex entrega, com gasolina, que tem melhor autonomia, apesar de menos potência que o etanol, consumo de 9,4 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada.
Na vida real, UOL Carros conseguiu médias melhores que as declaradas pela Fiat, chegando a 13,5 km/l. Isso, claro, depende do modo de conduzir de cada um.
Equipamentos
Um dos grandes destaques da versão a diesel em termos de equipamentos é a central multimídia de 10,1" com tela vertical, tal qual as "irmãs" da linha Ram, como a 1500 Rebel.
Ela tem também a grade diferenciada, espelhos retrovisores cromados, santantônio e estribos cromados, para-barro, revestimento de couro marrom nos bancos e aplique que simula madeira no painel, capota marítima e faróis de neblina.
Há ainda o painel de instrumentos virtual com tela de 7" que tem diferentes telas, protetor de cárter, leitor de pressão nos pneus, duas entradas USB na frente, (tipo A e tipo C), uma terceira entrada tipo A, para carregar dispositivos no banco traseiro.
O pacote traz ainda carregador de celular por indução, sensores de luminosidade, chuva e de obstáculos na frente e atrás, retrovisor eletrocrômico interno, chave presencial com partida por botão e navegação GPS integrada e câmera de ré.
Por fim, ela conta com faróis e lanternas Full-LEDs, ar-condicionado de duas zonas de climatização e o sistema Connect Me, que permite oferecer Wi-Fi integrado para até oito dispositivos dentro do carro, além das funções de conciérge e segurança, como rastreamento e limitação de movimento.
Manutenção e segurança
Em termos de segurança, o pacote é bem completo. A Toro Ranch traz sete airbags, controle de tração e estabilidade calibrado para o uso no fora de estrada e controle eletrônico de descida.
Há o pacote de segurança ADAS que oferece frenagem autônoma de emergência com alerta sonoro e visual, farol alto automático e leitor de faixa de rodagem.
Mercado
A Ranch é a versão mais completa da gama. A única diferença em termos de equipamentos para a Ultra é a capota rígida. O pacote é bom, bem completo e recheado.
Ela tem a resposta para quem quer uma picape mais prática para o dia a dia, mas com o mesmo estilo do campo que as Toyota Hilux, Ford Ranger e Chevrolet S10, por exemplo.
Mas para quem está focado no diesel por causa do trabalho, há versões mais interessantes e com preço justo de custo-benefício para botar peso e exigir.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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Motorização
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2.0, 4 cil., 16V, turbo
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Combustível
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Diesel
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Potência (cv)
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170 a 3.750 rpm
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Torque (kgf.m)
-
35,7 a 1.750 rpm
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Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
-
12,4
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Velocidade máxima (km/h)
-
189
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Consumo cidade (km/l)
-
10
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Consumo estrada (km/l)
-
12,5
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Câmbio
-
Automático, 9 marchas
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Tração
-
4x4 sob demanda
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Direção
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Elétrica
-
Suspensão Dianteira
-
Independente, McPherson
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Suspensão Traseira
-
Independente, Multilink
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Freios Dianteiros
-
Discos ventilados 305 mm
-
Freios Traseiros
-
Tambor, 295 mm
-
Pneus
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225/60 R18
-
Rodas
-
6,5? x 18?
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Altura (mm)
-
1.734
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Comprimento (mm)
-
4.945
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Entre-eixos (mm)
-
2.990
-
Largura (mm)
-
1.845
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Ocupantes
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5
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Peso (kg)
-
1.918
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Porta-malas (L)
-
1000
-
Tanque (L)
-
60
-
10.000 km
-
R$ 768
-
20.000 km
-
R$ 1.204
-
30.000 km
-
R$ 1.460
-
40.000 km
-
R$ 2.008
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50.000 km
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R$ 1.056
-
60.000 km
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R$ 1.476
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Garantia
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3 anos
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Airbags Passageiro
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Airbags Laterais
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Airbags do tipo Cortina
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Airbags para joelho do motorista
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Controle de Estabilidade
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Controle de Tração
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Freios ABS
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Distribuição Eletrônica de Frenagem
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Ar-Condicionado
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Travas Elétricas
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Ar Quente
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Piloto Automático
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Volante com Regulagem de Altura
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Vidros Elétricos Dianteiros
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Vidros Elétricos Traseiros
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Central Multimídia
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Rádio FM/AM
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Entrada USB
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Entrada Auxiliar
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Banco de Couro
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Banco do motorista com ajuste de altura
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Bancos com ajustes elétricos
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Desembaçador Traseiro
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Teto Solar
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Computador de Bordo
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Acendimento automático dos faróis
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Faróis de neblina
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Frenagem autônoma de emergência
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Alerta de permanência em faixa
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Sensor de pressão dos pneus
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Alerta de colisão
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Abertura elétrica do porta-malas
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Faróis com regulagem de altura
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Bloqueio do diferencial
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