Ford Mustang Mach 1: com seus 483 cv, ele gosta mesmo é de estar na pista
Primeiro chegou o Mustang GT, que estreou no Brasil com alarde enorme como rival do Chevrolet Camaro, que já estava aqui há anos. Depois, veio o Mustang Black Shadow, com mesma mecânica, mas acabamento diferenciado e detalhes de fibra de carbono.
Eis que este ano a Ford "subiu o sarrafo" da disputa com o Camaro ao oferecer aqui o Mach 1. O modelo que celebra uma das versões mais cultuadas do Mustang traz alguns "detalhes extras", não só no visual, mas principalmente na mecânica.
O Mach 1 herdou uma série de melhorias de versões mais radicais do cupê, como o Shelby GT 350 e o GT 500, o que garantiu aumento de potência e também um viés esportivo, mais focado no uso em pista do que as versões anteriores.
Isso tem um custo: R$ 523.950. O modelo foi anunciado em abril, quando a marca abriu a pré-venda, por R$ 499 mil. Contudo, com as flutuações do câmbio semana após semana, o modelo já está quase R$ 25 mil mais caro, subindo a R$ 523.950, mas isso não espanta quem quer e pode colocar o esportivo norte-americano na garagem.
Ford Mustang Mach 1
Pontos Positivos
- Estilo
- Motor
- Dinâmica
Pontos Negativos
- Preço
Veredito
O Mach 1 é o mais empolgante das três versões do Mustang que a Ford já vendeu até agora no Brasil, sem sobra de dúvida. Mas também é o que menos vai agradar quem quer um carro para uso cotidiano porque é o tem mais pegada de pista. As melhorias trazem não só números de desempenho maiores em relação a outros Mustangs vendidos aqui, mas também fazem do Mach 1 um carro com mais pedigree, já que se aproveitou de componentes testados e aprovados em configurações mais radicais, que produziram uma melhoria significativa no muscle car.
DESIGN E ESPAÇO INTERNO
Em termos de design, o Mach 1 tem seu valor e suas características, apesar de manter as linhas que já conhecemos das demais versões do Mustang.
Seu principal destaque está na grade do motor, que tem dois nichos redondos. Isso é uma reedição do visual do Mach 1 original, que trazia faróis auxiliares extras dentro da grade.
Infelizmente, a Ford perdeu a oportunidade de reeditar esses faróis extras usando LEDs. De longe, fica legal a proposta e para quem conhece o carro original consegue reconhecer, mas de perto, parece que faltou algo melhor para ocupar aquela área ou mais esforço do design para deixá-lo mais próximo do original.
Além desse detalhe na grade, o Mach 1 tem novos para-choque dianteiro e rodas de 19 polegadas com medidas diferentes para a dianteira e a traseira. Completa o visual externo a faixa esportiva preta que corre o carro do capô ao porta-malas.
Dependendo da cor escolhida para a carroceria (são oito opções de cores), a faixa preta é acompanhada de outra, mais fina, na cor laranja ou branca.
Por dentro, o design do Mach 1 original ressurge na mesma padronagem do revestimento de couro nos bancos. No painel está a plaqueta com o nome "Mach 1" e o número de chassi daquela série especial. Por fim, há as soleiras iluminadas que acompanham a cor que estiver ativada para o interior do carro - são oito disponíveis.
Em termos de espaço, não há muito o que falar ou esperar de um carro cuja vocação é puramente esportiva. Apesar de ser homologado para quatro pessoas, no banco traseiro só conseguem ir com conforto crianças ou adultos que não tenham mais do que 1,50 m.
Na frente há bastante conforto para dois adultos e a posição de guiar é bem confortável e fácil de encontrar. Para os motoristas que querem mais a pegada de pista, o banco pode ser ajustado a altura mínima, onde se vê quase nada do capô.
O acabamento é bom, tem qualidade, mas não é altamente luxuoso conforme o preço sugere. Se não falta nada em termos de equipamentos ou conforto, é preciso lembrar que o Mach 1, apesar do preço, não é um carro tão segmentado assim no seu mercado principal, os EUA.
CONSUMO E DESEMPENHO
Sob o capô, o Mach 1 traz o já conhecido e bem popular motor V8 5.0 Coyote. É um motor bem moderno, com construção toda de alumínio, desde o bloco até o cabeçote.
No caso do Mach 1, ele recebeu alguns "presentes" das versões Bullitt e dos Shelby GT 350 e GT 500, que são as versões preparadas do Mustang que carregam o sobrenome de Carroll Shelby desde a primeira geração.
Para chegar aos 483 cv (nas demais versões, eram 466 cv) e 56,7 kgfm, o V8 recebeu melhorias que alteraram até os limites do motor: a potência máxima chegava a 7.000 rpm e agora é entregue a 7.250 rpm, enquanto o torque máximo, anteriormente disponível a 4.600 rpm, vem a 4.900 rpm.
As novidades técnicas incluem as barras anti torção de maior diâmetro, que vieram do Bullitt, deixando o carro ainda mais firme; e a caixa de ar aberta, que melhora a vazão na admissão do muscle car.
Do Shelby GT 350, o Mach 1 herdou o coletor de admissão de ar, o corpo de borboleta do acelerador e novo sistema de arrefecimento do motor - maior e com mais capacidade.
Do Shelby GT 500 vêm as ponteiras de escape perfuradas nas laterais, o difusor traseiro no para-choque, as novas buchas da suspensão traseira e um radiador para resfriar o diferencial traseiro.
Na prática, o Mach 1 é um carro mais arisco, mesmo no modo normal (não há modo eco) e que definitivamente prefere trabalhar em giros elevados e podendo entregar o melhor que tem em termos de esportividade. Por mais que tenha DNA de carro de rua, o Mach 1 é o mais destinado as pistas ante os três Mustangs vendidos até agora no País.
A direção é precisa, a suspensão é mais firme e, no modo esportivo, o motorzão grita e faz barulho que não deixa passar despercebido pelas ruas. Para ficar mais discreto, só se o proprietário escolher os modos que "matam" o som do escape ao desativar o sistema de membranas que permite controlar o nível de som, tanto na partida quanto durante o uso.
Já o câmbio automático de dez marchas que ele divide com o Camaro (pois é...) recebeu novo conversor de torque para respostas mais ágeis.
O pacote fica completo com os modos de condução que já conhecemos desde o GT: normal, molhado, esportivo, esportivo+, pista, arrancada (drag) e personalizável. No último você pode escolher a resposta do trem de força, da calibragem da direção e do nível de intervenção do ABS e do ESP (controle de estabilidade).
Os demais fazem a calibragem automaticamente desses parâmetros, além da dureza dos amortecedores, que são controlados por meio de uma carga magnética no óleo, que os deixa mais firmes ou mais macios.
EQUIPAMENTOS
O Mach 1 é bem equipado, como já era o Black Shadow. O pacote, que é único, sem opcionais, inclui o painel virtual de 12 polegadas que muda conforme o modo de condução.
Há também a central multimídia Sync com conexão a Android Auto e Apple CarPlay e sistema de som premium da grife Bang&Olufsen.
Ele traz, ainda, câmera de ré, assistente de partida em rampa, sensores de pressão individuais nos pneus, além de sensores de chuva e luminosidade que acendem os faróis full-LED automaticamente.
Ele passa a oferecer ainda o Ford Pass. Com um aplicativo no smartphone é possível ter acesso a telemetria do carro (consumo, hodômetro, agendamento de revisão, bloqueio das portas, partida remota para ligar o ar-condicionado, além de alerta de acionamento do alarme e localização do veículo.
MANUTENÇÃO E SEGURANÇA
Como dizia o slogan de uma marca de pneus, "potência não é nada sem controle". Por isso o Mach 1 traz o pacote de assistência ativa e passiva de segurança completo.
Isso inclui frenagem autônoma de emergência com alerta de colisão frontal e detecção de pedestres, farol alto automático, controle de velocidade adaptativo (ACC), leitor de faixa de rodagem com correção no volante.
Por fim, traz oito airbags (os extras são de joelho para motorista e passageiro), controles de tração, de estabilidade e o assistente de partida em rampa.
MERCADO
O Mustang Mach 1 tem, tecnicamente, apenas o Camaro SS como rival - mas isso está ficando cada vez mais distante. A potência aumentou, a dirigibilidade é mais acerta e o carro, com a estratégia de atender a mercados globais, tenta até entrar na seara de disputar espaço com esportivos europeus, que historicamente, são melhores que os americanos.
O custo-benefício de potência por cada real pago já não é o mesmo de outrora, mas ainda assim, o Mach 1 tem uma bela oferta perto do preço de outros carros por seus quase 500 cv.
Motorização
5.0, V8, 32V
Combustível
Gasolina
Potência (cv)
483 a 7.250
Torque (kgf.m)
56,7 a 4.900
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
4,3
Velocidade máxima (km/h)
250
Câmbio
Automático, 10 marchas
Tração
Traseira
Direção
Elétrica
Suspensão Dianteira
Independente, McPherson
Suspensão Traseira
Independente, multilink
Freios Dianteiros
Discos, ventilados
Freios Traseiros
Discos, ventilados
Pneus
255/40 R19 (dianteira) / 275/40 R19 (traseira)
Rodas
R 19
Altura (mm)
1379
Comprimento (mm)
4788
Entre-eixos (mm)
2720
Largura (mm)
1915
Ocupantes
4
Peso (kg)
1783
Porta-malas (L)
382
Tanque (L)
60
10.000 km
R$ 1.299
20.000 km
R$ 1.299
30.000 km
R$ 2.349
40.000 km
R$ 1.399
50.000 km
R$ 1.399
60.000 km
R$ 3.459
Garantia
3 anos
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Airbags do tipo Cortina
Airbags para joelho do motorista
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Piloto Automático
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Central Multimídia
Rádio FM/AM
Entrada USB
Banco de Couro
Banco do motorista com ajuste de altura
Bancos com ajustes elétricos
Desembaçador Traseiro
Computador de Bordo
Acendimento automático dos faróis
Faróis de neblina
Frenagem autônoma de emergência
Alerta de permanência em faixa
Sensor de pressão dos pneus
Sensor de pontos cegos
Alerta de colisão
Faróis com regulagem de altura
Bloqueio do diferencial
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