Honda City: sedã fica mais tecnológico, mas novo motor 1.5 não empolga
José Antonio Leme
Do UOL, em São Paulo
15/12/2021 11h00
A Honda mudou completamente o City. Seu sedã compacto premium ganhou desde plataforma até um novo motor, mas todas as mudanças, de certo modo são tão sutis, que parecem apenas uma evolução.
O modelo feito em Itirapina (SP), ainda ganhou não-oficialmente uma função nada fácil: substituir o Civic que deixa de ser produzido aqui e vai se tornar um carro de nicho a partir da segunda metade de 2022.
Na versão de topo, Touring, avaliada por UOL Carros, o City custa R$ 123.100 (R$ 127.700 para SP) e ao mesmo tempo que tem um valor salgado e parece uma evolução em termos de visual e motor, dá um salto de tecnologia e equipamentos se comparados as gerações anteriores, que eram bem frugais.
Honda City
4,0
3,0
3,0
4,0
4,0
4,0
Pontos Positivos
- Equipamentos
- Suspensões
Pontos Negativos
- Desempenho
Veredito
O City deve ter uma melhora nos seus números. Tanto pela saída do Civic do mercado (por enquanto) quanto pelo salto de tecnologia e inovação que ele deu. A Honda demorou, mas fez uma bela mudança no seu sedã e vale dizer que antes tarde do que nunca nesse caso.
DESIGN E ESPAÇO INTERNO
Em termos de design, o City 2022 mudou o suficiente para ficar parecido com o Civic que está se despedindo, mas com linhas mais comedidas. O modelo está mais elegante, com mais presença que o anterior, mas não apelou a linhas tão ousadas quanto tinha o sedã médio.
O dono de sedã geralmente é um cliente conservador, então a Honda optou por não ousar tanto, especialmente para atender o aspecto familiar e não ficar tão polêmico quanto o último Civic nacional, que não agradou a gregos e troianos com sua aparência disruptiva para o segmento.
Com 53 mm a mais na largura e 94 mm no comprimento, o City compreende bem quatro adultos com cerca de 1,80 metro com muito conforto. Na frente os bancos acomodam bem e abraçam bem os ocupantes, atrás também há conforto.
O motorista consegue encontrar a melhor posição de guiar, independente das suas medidas, já que os ajustes de banco são amplos em distância e altura; o volante tem ajustes amplos em altura, mas não em distância.
O porta-malas é um dos pontos altos do City: são 519 litros de capacidade, mais do que alguns modelos da categoria de sedãs médios, ou seja, carros maiores que ele.
A disposição dos espaço e porta-objetos é boa. O que incomoda é a inclinação da central multimídia, especialmente para quem gosta (ou precisa) guiar com o banco na posição mais baixa. A tela não fica tão clara na visibilidade, apesar de ser muito boa nas respostas.
CONSUMO E DESEMPENHO
Sob o capô está uma das maiores novidades, mas que vai dar trabalho para o consumidor normal entender que é novo, que é o motor. Diferentemente do esperado, a Honda optou por um novo 1.5 flex ao invés do aguardado 1.0 turbo, versão menor do 1.5 turbo usado no Civic e no CR-V.
O 1.5 novo não tem peças compartilhadas com o antigo e sua principal novidade é o duplo comando variável de válvulas, ou seja, na abertura e no fechamento das válvulas, além da injeção direta de combustível.
A vantagem da injeção direta é proporcionar uma melhor queima do etanol ou gasolina, garantir menor geração de resíduos dentro do propulsor e como consequência disso tudo melhorar o consumo.
O novo propulsor rende 126 cv com etanol ou gasolina e torque de 15,8 mkgf e 15,5 mkgf, respectivamente. O antigo tinha 115 cv e 15,3 mkgf. Outra mudança está no câmbio: sai o antigo CVT e entra um novo, que simula 7 marchas com função Sport.
Na prática, o carro não apresenta uma diferença sensível no comportamento. O motor trabalha mais "liso" sem tanto atrito e com isso passa impressão de gerar também menor ruído que o anterior, especialmente quando exigido.
O câmbio CVT funciona melhor em baixas rotações, onde com o duplo comando de válvulas consegue ser mais esperto no ciclo urbano. Quando se exige do motor e do câmbio, em alta, surge aquela característica morosidade da resposta do CVT.
Como se espera de todo Honda, a suspensão é firme, mas não chega a ser dura. O modelo consegue filtrar bem as imperfeições do piso, enquanto mantém a estabilidade nas curvas, mas sem grandes emoções.
A mesma avaliação serve para a calibragem da direção elétrica, que está em um limiar da calibragem mais direta que poderia ter, mas optou ainda pelo conforto, já que, em geral, o City é um carro familiar.
EQUIPAMENTOS
Desde a versão de entrada o City 2022 traz chave presencial com partida por botão, central multimídia com tela de 8 polegadas e integração sem fio a Android Auto e Apple CarPlay e câmera de ré com faixas adaptativas.
A opção Touring é bem equipada, já que conta também com painel semi-virtual com tela de TFT colorido de 7", faróis e lanternas Full-LEDs e sensor de obstáculos dianteiro, além do traseiro.
Há ainda banco do motorista e volante multifuncional com ajuste de distância e altura, borboletas atrás do volante para troca de marchas e assistente de partida em rampa.
As rodas de liga leve estão disponíveis em todas as versões com a mesma medida, de 16", e o mesmo desenho. Há ainda sensor de pressão nos pneus com alerta no painel.
MANUTENÇÃO E SEGURANÇA
Em termos de segurança, o City vem bem equipado, é preciso assumir. O modelo conta com seis airbags, ganhou os famigerados controles de tração e estabilidade, sem os quais nem poderia ser vendido a partir de 2022 no Brasil e muito mais na versão de topo, a Touring.
Um dos itens exclusivos dessa versão é o pacote Honda Sensing, presente no Civic e no Accord, por exemplo. Ele adiciona ao carro o ACC (controle de velocidade adaptativo), leitor de faixa com correção no volante e centralização, farol alto automático e frenagem autônoma de emergência.
Além disso, o City incorporou o sistema Lane Watch, para eliminação de ponto cego. É uma câmera integrada ao espelho retrovisor direito que, ao acionar a seta ou pressionar um botão na chave de seta, ativa o sistema e projeta a imagem na central multimídia.
MERCADO
O City tem um público cativo e fiel dentro da marca, ao exemplo do que ocorria com o Civic. Quem está na marca não troca e muita gente troca um modelo pelo outro.
Com a chegada desta nova geração, mais completa e moderna, para quem não abre mão de mais tecnologia além dos outros predicados que o carro já oferecia, o City pode ganhar um novo público.
Com isso fica mais parelho ao VW Virtus especialmente. O Toyota Yaris que também seria um rival natural está um pouco abaixo em termos de espaço, desempenho e equipamentos.
Se vai ter ou não a missão de agradar antigos proprietários do Civic (a Honda diz que não é uma substituição), ele vai acabar se tornando uma opção para quem quiser trocar o antigo sedã médio e continuar dentro da marca japonesa, mas o tempo vai dizer se ele é bom para isso.
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Motorização
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1.5, 4 cil, 16V
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Combustível
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Etanol / Gasolina
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Potência (cv)
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126 a 6.200 rpm
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Torque (kgf.m)
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15,8 / 15,6 a 4.600 rpm
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Consumo cidade (km/l)
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9,2 km/l / 13,1 km/l
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Consumo estrada (km/l)
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10,5 km/l / 15,2 km/l
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Câmbio
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Automático, CVT
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Tração
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Dianteira
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Direção
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Elétrica progressiva
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Suspensão Dianteira
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Independente, McPherson
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Suspensão Traseira
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Eixo de torção
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Freios Dianteiros
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Discos ventilados
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Freios Traseiros
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Tambor
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Pneus
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185/55R16
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Rodas
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16 polegadas
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Altura (mm)
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1.477
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Comprimento (mm)
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4.549
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Entre-eixos (mm)
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2.600
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Largura (mm)
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1.748
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Ocupantes
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5
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Peso (kg)
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1.170
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Porta-malas (L)
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519
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Tanque (L)
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44
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Airbags Motorista
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Airbags Passageiro
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Airbags Laterais
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Airbags do tipo Cortina
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Controle de Estabilidade
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Controle de Tração
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Freios ABS
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Distribuição Eletrônica de Frenagem
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Ar-Condicionado
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Travas Elétricas
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Ar Quente
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Piloto Automático
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Volante com Regulagem de Altura
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Vidros Elétricos Dianteiros
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Vidros Elétricos Traseiros
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Central Multimídia
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Rádio FM/AM
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Entrada USB
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Banco de Couro
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Banco do motorista com ajuste de altura
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Desembaçador Traseiro
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Computador de Bordo
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Acendimento automático dos faróis
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Faróis de neblina
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Frenagem autônoma de emergência
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Alerta de permanência em faixa
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Sensor de pressão dos pneus
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Alerta de colisão
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Faróis com regulagem de altura
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Bloqueio do diferencial
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