Honda City: sedã fica mais tecnológico, mas novo motor 1.5 não empolga
A Honda mudou completamente o City. Seu sedã compacto premium ganhou desde plataforma até um novo motor, mas todas as mudanças, de certo modo são tão sutis, que parecem apenas uma evolução.
O modelo feito em Itirapina (SP), ainda ganhou não-oficialmente uma função nada fácil: substituir o Civic que deixa de ser produzido aqui e vai se tornar um carro de nicho a partir da segunda metade de 2022.
Na versão de topo, Touring, avaliada por UOL Carros, o City custa R$ 123.100 (R$ 127.700 para SP) e ao mesmo tempo que tem um valor salgado e parece uma evolução em termos de visual e motor, dá um salto de tecnologia e equipamentos se comparados as gerações anteriores, que eram bem frugais.
Honda City
Pontos Positivos
- Equipamentos
- Suspensões
Pontos Negativos
- Desempenho
Veredito
O City deve ter uma melhora nos seus números. Tanto pela saída do Civic do mercado (por enquanto) quanto pelo salto de tecnologia e inovação que ele deu. A Honda demorou, mas fez uma bela mudança no seu sedã e vale dizer que antes tarde do que nunca nesse caso.
DESIGN E ESPAÇO INTERNO
Em termos de design, o City 2022 mudou o suficiente para ficar parecido com o Civic que está se despedindo, mas com linhas mais comedidas. O modelo está mais elegante, com mais presença que o anterior, mas não apelou a linhas tão ousadas quanto tinha o sedã médio.
O dono de sedã geralmente é um cliente conservador, então a Honda optou por não ousar tanto, especialmente para atender o aspecto familiar e não ficar tão polêmico quanto o último Civic nacional, que não agradou a gregos e troianos com sua aparência disruptiva para o segmento.
Com 53 mm a mais na largura e 94 mm no comprimento, o City compreende bem quatro adultos com cerca de 1,80 metro com muito conforto. Na frente os bancos acomodam bem e abraçam bem os ocupantes, atrás também há conforto.
O motorista consegue encontrar a melhor posição de guiar, independente das suas medidas, já que os ajustes de banco são amplos em distância e altura; o volante tem ajustes amplos em altura, mas não em distância.
O porta-malas é um dos pontos altos do City: são 519 litros de capacidade, mais do que alguns modelos da categoria de sedãs médios, ou seja, carros maiores que ele.
A disposição dos espaço e porta-objetos é boa. O que incomoda é a inclinação da central multimídia, especialmente para quem gosta (ou precisa) guiar com o banco na posição mais baixa. A tela não fica tão clara na visibilidade, apesar de ser muito boa nas respostas.
CONSUMO E DESEMPENHO
Sob o capô está uma das maiores novidades, mas que vai dar trabalho para o consumidor normal entender que é novo, que é o motor. Diferentemente do esperado, a Honda optou por um novo 1.5 flex ao invés do aguardado 1.0 turbo, versão menor do 1.5 turbo usado no Civic e no CR-V.
O 1.5 novo não tem peças compartilhadas com o antigo e sua principal novidade é o duplo comando variável de válvulas, ou seja, na abertura e no fechamento das válvulas, além da injeção direta de combustível.
A vantagem da injeção direta é proporcionar uma melhor queima do etanol ou gasolina, garantir menor geração de resíduos dentro do propulsor e como consequência disso tudo melhorar o consumo.
O novo propulsor rende 126 cv com etanol ou gasolina e torque de 15,8 mkgf e 15,5 mkgf, respectivamente. O antigo tinha 115 cv e 15,3 mkgf. Outra mudança está no câmbio: sai o antigo CVT e entra um novo, que simula 7 marchas com função Sport.
Na prática, o carro não apresenta uma diferença sensível no comportamento. O motor trabalha mais "liso" sem tanto atrito e com isso passa impressão de gerar também menor ruído que o anterior, especialmente quando exigido.
O câmbio CVT funciona melhor em baixas rotações, onde com o duplo comando de válvulas consegue ser mais esperto no ciclo urbano. Quando se exige do motor e do câmbio, em alta, surge aquela característica morosidade da resposta do CVT.
Como se espera de todo Honda, a suspensão é firme, mas não chega a ser dura. O modelo consegue filtrar bem as imperfeições do piso, enquanto mantém a estabilidade nas curvas, mas sem grandes emoções.
A mesma avaliação serve para a calibragem da direção elétrica, que está em um limiar da calibragem mais direta que poderia ter, mas optou ainda pelo conforto, já que, em geral, o City é um carro familiar.
EQUIPAMENTOS
Desde a versão de entrada o City 2022 traz chave presencial com partida por botão, central multimídia com tela de 8 polegadas e integração sem fio a Android Auto e Apple CarPlay e câmera de ré com faixas adaptativas.
A opção Touring é bem equipada, já que conta também com painel semi-virtual com tela de TFT colorido de 7", faróis e lanternas Full-LEDs e sensor de obstáculos dianteiro, além do traseiro.
Há ainda banco do motorista e volante multifuncional com ajuste de distância e altura, borboletas atrás do volante para troca de marchas e assistente de partida em rampa.
As rodas de liga leve estão disponíveis em todas as versões com a mesma medida, de 16", e o mesmo desenho. Há ainda sensor de pressão nos pneus com alerta no painel.
MANUTENÇÃO E SEGURANÇA
Em termos de segurança, o City vem bem equipado, é preciso assumir. O modelo conta com seis airbags, ganhou os famigerados controles de tração e estabilidade, sem os quais nem poderia ser vendido a partir de 2022 no Brasil e muito mais na versão de topo, a Touring.
Um dos itens exclusivos dessa versão é o pacote Honda Sensing, presente no Civic e no Accord, por exemplo. Ele adiciona ao carro o ACC (controle de velocidade adaptativo), leitor de faixa com correção no volante e centralização, farol alto automático e frenagem autônoma de emergência.
Além disso, o City incorporou o sistema Lane Watch, para eliminação de ponto cego. É uma câmera integrada ao espelho retrovisor direito que, ao acionar a seta ou pressionar um botão na chave de seta, ativa o sistema e projeta a imagem na central multimídia.
MERCADO
O City tem um público cativo e fiel dentro da marca, ao exemplo do que ocorria com o Civic. Quem está na marca não troca e muita gente troca um modelo pelo outro.
Com a chegada desta nova geração, mais completa e moderna, para quem não abre mão de mais tecnologia além dos outros predicados que o carro já oferecia, o City pode ganhar um novo público.
Com isso fica mais parelho ao VW Virtus especialmente. O Toyota Yaris que também seria um rival natural está um pouco abaixo em termos de espaço, desempenho e equipamentos.
Se vai ter ou não a missão de agradar antigos proprietários do Civic (a Honda diz que não é uma substituição), ele vai acabar se tornando uma opção para quem quiser trocar o antigo sedã médio e continuar dentro da marca japonesa, mas o tempo vai dizer se ele é bom para isso.
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Motorização
1.5, 4 cil, 16V
Combustível
Etanol / Gasolina
Potência (cv)
126 a 6.200 rpm
Torque (kgf.m)
15,8 / 15,6 a 4.600 rpm
Consumo cidade (km/l)
9,2 km/l / 13,1 km/l
Consumo estrada (km/l)
10,5 km/l / 15,2 km/l
Câmbio
Automático, CVT
Tração
Dianteira
Direção
Elétrica progressiva
Suspensão Dianteira
Independente, McPherson
Suspensão Traseira
Eixo de torção
Freios Dianteiros
Discos ventilados
Freios Traseiros
Tambor
Pneus
185/55R16
Rodas
16 polegadas
Altura (mm)
1.477
Comprimento (mm)
4.549
Entre-eixos (mm)
2.600
Largura (mm)
1.748
Ocupantes
5
Peso (kg)
1.170
Porta-malas (L)
519
Tanque (L)
44
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Airbags do tipo Cortina
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Piloto Automático
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Vidros Elétricos Traseiros
Central Multimídia
Rádio FM/AM
Entrada USB
Banco de Couro
Banco do motorista com ajuste de altura
Desembaçador Traseiro
Computador de Bordo
Acendimento automático dos faróis
Faróis de neblina
Frenagem autônoma de emergência
Alerta de permanência em faixa
Sensor de pressão dos pneus
Alerta de colisão
Faróis com regulagem de altura
Bloqueio do diferencial
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