Lá em meados dos anos 2000, os sedãs como o Honda Civic eram o sonho da classe média/alta brasileira. Duas décadas se passaram e o prestígio da categoria foi duramente abalado pela popularização dos SUVs.

Enquanto não existe uma definição da venda da 11ª geração, o Civic se vira como pode. Na linha 2021, uma das novidades está na versão LX. Mais equipada, ela também ficou mais cara: agora custa R$ 107.200, um aumento de R$ 4 mil sobre a tabela anterior.

Apesar do reajuste, ainda vale a pena comprar o Civic "peladão"? É isso que você vai descobrir na avaliação de UOL Carros.

Apesar de estar nas ruas há três anos, o Civic ainda tem um design bastante agradável.

As linhas futuristas da 10ª geração fazem bastante sucesso por aqui e inspiraram outros modelos da marca, como a reestilização do HR-V e o Accord.

Embora seja a versão de entrada, o Civic LX tem um estilo sofisticado. Na frente, a grade cromada e os apliques na parte inferior do para-choque aproximam o carro das configurações mais caras.

Maçanetas e capas dos espelhos retrovisores são pintadas na cor da carroceria e existe um aplique cromado na parte superior das janelas. Atrás, o estilo mais sisudo é rompido pelas belas lanternas em formato de bumerangue, que delimitam os traços da tampa do porta-malas. Lá dentro, a capacidade volumétrica é de generosos 525 litros.

Confortável e espaçosa, a cabine tem espaço generoso para quatro adultos. Quem viaja no banco de trás conta com bom espaço para as pernas, embora o teto mais baixo possa incomodar um pouco se você tiver mais de 1,80 metro. O encosto, inclusive, tem posição mais inclinada e prolongamentos laterais para acomodar melhor o corpo.

Apenas o acabamento no painel de instrumentos poderia melhorar: algumas partes possuem plástico rígido de qualidade ruim.

Não há novidades no motor 2.0 flex, que entrega 155 cv / 150 cv e torque máximo de 19,5 kgfm / 19,3 kgfm.

Apesar de ter bom rendimento no dia-a-dia, ele não traz a mesma esperteza do rival Corolla, cujo motor de 2-litros rende 177 cv / 169 cv e torque máximo de 21,4 kgfmc com etanol ou gasolina.

A condução é suave como em todos os modelos da Honda e o isolamento acústico agrada bastante a bordo. A suspensão possui uma calibragem mais firme que poderia absorver melhor a buraqueira diária, mas é feita na medida para quem gosta de uma condução mais esportiva.

O sedã possui ótima estabilidade e a carroceria inclina pouco nas curvas, honrando o legado das gerações anteriores.

Mas evidentemente ainda está longe do Civic Si. Na versão LX, o sedã foi feito para andar sem muita pressa, especialmente por conta do câmbio CVT, que preza pelas trocas suaves.

O consumo, porém, poderia melhorar: os números do Inmetro indicam 7,2 km/l na cidade e 8,9 km/l na estrada com etanol. Se o combustível for gasolina, as médias são de 10,5 km/l no perímetro urbano e 13 km/l na estrada.

A lista de itens de série ganhou reforços na linha 2021.

Todas as versões saem de fábrica com sensor crepuscular, faróis com regulagem de altura e central multimídia com tela tátil de 7 polegadas e suporte a Android Auto e Apple CarPlay - esta última aposentando o velho rádio que equipava o Civic LX.

O sedã ainda vem com 6 airbags, controles de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampas, sensor de pressão dos pneus, ganchos para fixação de cadeirinhas Isofix, botão Econ, lanternas em LED, ar-condicionado digital, iluminação no porta-luvas e nos espelhos dos para-sóis, freio de estacionamento elétrico, piloto automático, câmera de ré, rodas de liga leve de 17 polegadas, volante revestido em couro e vidros elétricos nas quatro portas.

Alguns equipamentos ficam de fora nesta versão de entrada. A chave ainda exerce o papel tradicional, já que não há destravamento das portas por chave presencial nem partida do motor por botão.

Já os bancos são revestidos em tecido (de aparência muito bonita, diga-se) em vez de couro, que combina com o revestimento preto do teto.

O pacote de itens de segurança do Civic LX é satisfatório.

O sedã vem com 6 airbags (dois frontais, dois laterais e dois do tipo cortina), controles de estabilidade e de tração e assistência de partida em rampas.

Assim como o restante da linha Honda, o Civic não possui preços tabelados nas revisões. É por isso que vale a pena pesquisar bem antes de decidir onde realizar a manutenção. Pelo menos os valores estão dentro da média da categoria de sedãs e não apresentam tantas disparidades na rede autorizada.

Nada muda no segmento de sedãs médios: Corolla e Cruze são os grandes concorrentes do Civic.

No caso da versão LX, os rivais são o Toyota Corolla GLi (R$ 114.590), que traz o motor 2.0 Flex de 177 cv e 21,4 kgfm quando movido a etanol. O arquirrival oferece o airbag para proteção dos joelhos do motorista (inexistente no Civic), mas não vem com ar-condicionado digital nem câmera de ré.

Outro competidor é o Chevrolet Cruze LT (R$ 110.690), cujo motor 1.4 turbo entrega até 153 cv e 24,5 kgfm quando movido a etanol. Além de ser o único do trio com motorização turbo, ele oferece sensores de estacionamento traseiros e sistema de telemática OnStar de fábrica.