Apesar do atraso da produção por causa da escassez de semicondutores, a Honda seguiu com o calendário estabelecido e lançou as versões turbo do HR-V. Com o inédito 1.5 DI VTEC Turbo Flex, as versões Advance e Touring, além de mais potentes, têm mais conectividade e conforto.

O Honda HR-V chegou ao mercado brasileiro em sua segunda geração, em 2015, mesmo momento em que foi lançado o Jeep Renegade. Na época, rivalizaram pela liderança do mercado. Eram as opções modernas de SUVs compactos no país, categoria, até então, protagonizada por Ford EcoSport e Renault Duster.

O Honda conseguiu consumidores cativos graças ao estilo arrojado, modularidade interna e a boa reputação do fabricante japonês no pós-venda.

O ciclo desta geração terminou no fim do ano passado, quando o motor 1.8 litro não foi adequado às novas leis de emissões e acabou descontinuado. Somente em agosto a nova geração foi lançada, utilizando um propulsor 1.5 litro aspirado com injeção direta de gasolina. O mesmo utilizado no City.

Agora, a opção 1.5 turbinada, que equipava a versão topo de linha da última geração, está de volta. E com a novidade: foi atualizado para ser bicombustível. Ele está presente nas versões Advance (R$ 176.800) e Touring (R$ 184.500).

Confira a avaliação de UOL Carros para as novas versões.

Novo Honda HR-V Touring 2023

Preço

R$ 184.500

Carros

3,7 /5

USUÁRIOS

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ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Consumo

4,0

Desempenho

4,0

Design

5,0

Equipamentos

5,0

Espaço Interno

3,0

Segurança

5,0

Pontos Positivos

• Conectividade via aplicativo
• Desempenho
• Auxílios de condução semiautônomos
• Modularidade interna
• Lista de equipamentos generosa

Pontos Negativos

• Não há opção de teto solar
• Qualidade da imagem da câmera de ré
• Tamanho do porta-malas

Veredito

O HR-V Touring está mais refinado, tem bom desempenho, evoluiu em conforto acústico e tem uma suspensão melhor calibrada para as estradas brasileiras. Além disso, tem uma lista de equipamentos de conforto e segurança ativa bem competitiva em relação aos concorrentes. Por outro lado, perde espaço no porta-malas e o teto solar, equipamento que era exclusivo para a versão. Uma estratégia da Honda para abrir espaço para o ZR-V, SUV de categoria superior que chegará ao mercado em 2023.

O destaque é o motor

Novo Honda HR-V Touring

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Divulgação/HondaDivulgação

A versão Touring sempre foi a mais desejada na linha HR-V. Além do motor turbinado, que oferece uma condução mais esportiva e empolgante em relação às configurações aspiradas, é para ela que Honda sempre reservou os itens de conforto e tecnologia mais refinados. Na nova geração, não poderia ser diferente, a versão tem de sobra o que as mais baratas ficam devendo.

O destaque, certamente, é o inédito motor 1.5 DI VTEC Turbo Flex. Com qualquer combustível, seu rendimento é o mesmo: 177 cv de potência e 24,5 kgfm de torque. De acordo com o Inmetro, o consumo (em km/l) com etanol é de 7,9 em trânsito urbano e de 8,8 na estrada. Com gasolina é de 11,3 na cidade e 12,6 em rodovias.

Apesar de os números não chamarem tanto a atenção como na versão aspirada - que chega a fazer 13,9 com gasolina na estrada -, são interessantes para um carro com esse patamar de potência.

O propulsor turbo é sempre associado a uma transmissão automática do tipo CVT, mas diferente da que trabalha em conjunto com o motor aspirado. É mais robusta para dar conta da força extra, além disso, o motorista pode fazer intervenções manuais pelos paddle shifters.

Nas versões turbo (Advance e Touring), a Honda oferece de série dois modos de condução extras: Sport e Econ. Com eles ativados, o motorista poderá privilegiar a performance, como trocas de marchas em rotações mais altas, ou a economia - para isso, alguns parâmetros são alterados, incluindo a entrada do compressor do ar-condicionado

Versão Touring tem mais luxo

Na Touring, como a que o UOL Carros avaliou, há mais luxo do que nas anteriores. Os ajustes do banco do condutor são elétricos, assim como a abertura da tampa do porta-malas. Basta simular um chute sob um dos sensores de movimento abaixo do para-choque traseiro para que a tampa abra automaticamente. O porta-malas também tem função que permite fechar a tampa sem o uso das mãos.

Além disso, assim como na configuração Advance, há algo inédito para a Honda no Brasil, a conectividade por aplicativo. Como já acontecia com o Chevrolet Tracker, Fiat Fastback e Hyundai Creta, o HR-V pode ser comandado e rastreado via aplicativo.

Isso acontece por conta de um chip de dados instalado na fábrica. Assim, por meio do app, o usuário pode dar partida no motor para climatizar a cabine ou localizar onde está seu veículo. Em caso de um acidente, se um airbag for deflagrado, um aviso será emitido para as autoridades. Também há como enviar comandos ao carro por voz. Após 12 meses, algumas dessas funções passam a ser pagas, mas a Honda ainda não revelou o valor, disse apenas que a proposta é que seja vantajoso para o cliente.

Design especial

A dianteira é fator de diferenciação entre as versões do HR-V. Nos modelos Advance e Touring, a grade é tem formato colmeia, ressaltando um caráter mais esportivo. Já as versões EX Honda Sensing e EXL Honda Sensing têm grade com filetes horizontais.

Outro elemento de diferenciação está nos faróis full LED (de série em todas as versões), que na Touring possui acabamento cromado na moldura interna do bloco do facho alto, enquanto nas outras versões a moldura é preta.

Na traseira, todas as versões têm lanternas fumê com LED nas luzes de posição e freio. Elas são unidas por uma barra horizontal de LED que também cumpre a função de luz de posição e, exclusivamente na Touring, tem acabamento fumê. As rodas, sempre em aro 17, também são únicas para a versão mais cara.

Impressões

A Honda tirou de linha o WR-V, que era uma espécie de Fit Cross, e irá lançar, em mais alguns meses, o ZR-V, um SUV derivado do Civic que irá concorrer com o Toyota Corolla Cross.

Essa adequação do portfólio explica a redução do porta-malas do HR-V, que perdeu 83 litros de capacidade. A plataforma foi atualizada, mas é a mesma do carro lançado em 2015. No entanto, a suspensão evoluiu e a posição do motorista 1 centímetro mais alta, mantém a condução desse SUV agradável.

A direção, que conta com assistência elétrica, é bem calibrada para diversas situações - desde as manobras de estacionamento até em velocidades mais altas, com o modo Sport ativado. Já o motor de 177 cv tem fôlego para dar segurança nas ultrapassagens,
o único porém é a atuação da transmissão CVT em giros mais altos. Ela exige uma condução mais gradual para ficar confortável aos ouvidos.

Em alguns momentos, a sensação que o carro está reclamando ao subir uma colina ou retomar a velocidade, mas ao acelerar gradualmente é possível sentir que não falta potência. A vantagem é a possibilidade de alterar a marcha manualmente pelas borboletas atrás do volante.

Por fim, as versões turbo do HR-V têm o melhor arranjo, principalmente para quem precisa pegar uma estrada em seu cotidiano, mas custam entre R$ 176.800 e R$ 184.500, por isso, acabam competindo com carros da categoria superior, onde há opções com mais espaço interno e porta-malas.

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