Hyundai Creta 2.0 tem lista de equipamentos boa, mas não o melhor motor
José Antonio Leme
do UOL, em São Paulo (SP)
14/03/2022 04h00
O Creta mudou, espantou, gerou polêmica, mas está aí com sua segunda geração e ocupando seu espaço no mercado como a primeira. Apesar do novo motor 1.0 turbo ocupar a maior parte das versões (três delas), a versão de topo, Ultimate, aposta em outro.
É a única equipada com o 2.0 da família Nu, mas com algumas melhorias que vieram junto com a nova geração e mudaram até a potência e torque ainda que timidamente do propulsor.
Mas será que vale a pena pagar os R$ 167.190 (São Paulo) exigidos pela versão mais completa e seu pacote? É o que UOL Carros quer descobrir.
Hyundai Creta 2.0 Ultimate
3,0
3,0
3,0
4,0
5,0
3,0
4,0
Pontos Positivos
- Lista de equipamentos
- Espaço interno
Pontos Negativos
- Acabamento
- Preço
Veredito
A versão 2.0 do Creta é a mais atraente de todas, especialmente pelo pacote de segurança ativa e passiva não disponível para as demais versões, bem como a lista de equipamentos. Essa versão merecia um motor turbo que desse mais pegada para um conjunto tão bem construído, ainda que visualmente polêmico.
DESIGN E ESPAÇO INTERNO
O espaço interno sempre foi um dos pontos fortes do Creta e na nova geração não deixou de ser. Há bom espaço para quem vai frente, os bancos são confortáveis e para quem vai atrás, apesar do túnel central, há bom espaço para as pernas dos três ocupantes em relação aos assentos dianteiros.
No quesito porta-malas, o Creta também é um dos melhores do segmento com seus 422 litros de capacidade, sem esquecer que foram reduzidos por mudanças na porta, já que era de 431 l na geração anterior, mas continua a ser um dos atrativos do carro.
O design, claro, continua a dividir opiniões, mas os números de venda aparentemente mostram que o carro caiu nas graças do público consumidor de SUVs, apesar de ter mudando 180º em termos de visual.
Não é um visual fácil de entender e gostar de cara, mas com o tempo dá para se acostumar e entender que ele é diferente do anterior que pouco chamava atenção, que não tinha presença.
A traseira, que é uma reclamação de muitos me parece mais fácil de compreender do que a dianteira, inclusive.
CONSUMO E DESEMPENHO
Sob o capô, o Creta Ultimate tem sua principal mudança se comparado as demais versões, o motor. Ele é o único que usa o 2.0 flex, que com algumas mudanças para redução de atrito, incluindo o lubrificante, conseguiu até ter um leve ganho de potência.
Agora ele entrega até 167 cv e 20,6 mkgf com etanol e 157,3 cv e 19,2 mkgf quando alimentado com gasolina. Antes o motor entregava 166 cv/156 cv e 20,5/19,1 mkgf. O câmbio continua a ser o automático de seis velocidades que já era utilizado.
Na prática, o motor continua bom quando exigido, mas a entrega de potência e torque só chega a uma rotação elevada se comparado a rivais com motor turbo, que entregam o máximo abaixo de 2 mil rpm.
Mas quando exigido, o motor entrega para ultrapassagens e retomadas, apesar de pedir mais acelerador que as versões com o motor turbo, sem ter tanto torque, que é o precisamos para acelerações, a mais que o 1.0 turbo.
O câmbio de seis marchas casou bem também com o motor 2.0 e tem uma calibragem boa. Para dar mais opções ao motorista, o Creta ganhou modos de condução: Eco, Normal e Sport, que mudam a resposta do acelerador, as trocas de marcha e a firmeza do volante.
Por isso, apesar de a suspensão ser voltada ao conforto, não a uma pegada de esportividade, é perceptível a mudança no comportamento, com uma direção mais pesada no modo Sport, que passa mais precisão nas manobras.
O Creta tem consumo declarado, de acordo com o Conpet de 10,9 km/l (gasolina)/ 7,7 km/l (etanol) na cidade e 12,4 km/l (gasolina)/ 8,7 km/l (etanol) na estrada.
EQUIPAMENTOS
De série, o Ultimate tem a melhor lista de equipamentos de toda a linha Creta. O modelo conta com sensor de pressão dos pneus, luzes diurnas e faróis de LEDs, ajuste de altura e distância do volante, trio elétrico e rodas diamantadas de 18", freio de estacionamento elétrico e painel e portas bicolor na combinação de marrom e um tom de branco.
Há ainda faróis de neblina, retrovisores rebatíveis eletricamente, carregador de celular por indução no console central, ar-condicionado digital e automático, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, chave presencial com partida por botão e borboletas para trocas de marcha atrás do volante.
A lista traz ainda o teto solar panorâmico, bancos de couro na cor marrom e com ventilação de três níveis no assento do motorista, painel de instrumentos virtual com tela de 7", sistema de câmera 360º com função para ponto cego ao ligar a seta e central multimídia com 10,25", navegador GPS integrado e Android Auto e Apple CarPlay por meio da entrada USB.
O sistema Bluelink está presente no carro e permite por meio de um aplicativo no smartphone abrir ou trancar as portas e vidros, acionar o motor à distância para ligar o ar-condicionado, além de rastrear e bloquear o veículo em caso de roubo.
MANUTENÇÃO E SEGURANÇA
No aspecto de segurança, o Creta Ultimate traz como as demais versões seis airbags de série, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e fixação de cadeirinhas no banco traseiro por meio de Isofix.
Não contabilizado, mas importante como item de segurança é o sistema de freio a disco nas quatro rodas e o alerta de uso do banco traseiro, o que evita que adultos distraídos esqueçam crianças no banco traseiro.
Uma das exclusividades é o pacote ADAS que inclui a frenagem autônoma de emergência com alerta de colisão frontal, farol alto adaptativo, detector de fadiga, controle de velocidade adaptativo (ACC) e leitor de faixa de rodagem com correção no volante.
Em termos de revisão, o pacote do Creta, com seis revisões a cada 10 mil cada, custa um total de R$ 4.214,18. O valor médio, por revisão é de 702,36, mas o valor exato de cada uma entre 10 e 60 mil km é de R$ 404,19, R$ 794,27, R$ 698,97, R$ 850,77, R$ 666,21 e R$ 829,77, respectivamente.
MERCADO
No lançamento, ainda em 2021, a Hyundai dizia que esperava que as versões com o motor 1.0 turbo vendessem mais e puxassem os números, o que deve estar ocorrendo.
Infelizmente o melhor que o Creta tem está no pacote que vai chegar em um público mais restrito, disposto a pagar mais pelo modelo que independente disso tem boas qualidades para quem busca um SUV de viés familiar.
Resta esperar que em algum momento a Hyundai adote o pacote ADAS, exclusivo da versão 2.0 nas demais versões como fazem alguns rivais de segmento, ou ao menos na versão 1.0 Platinum, que é a de topo com motor turbo.
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Motorização
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2.0, 4 cil., 16V
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Combustível
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Etanol / Gasolina
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Potência (cv)
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167 (E) | 157.3 (G) @6,200 RPM
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Torque (kgf.m)
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20.6 (E) | 19.2 (G) @4,700 RPM
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Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
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9.3
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Velocidade máxima (km/h)
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190
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Consumo cidade (km/l)
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10,9 km/l (gasolina)/ 7,7 km/l (etanol)
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Consumo estrada (km/l)
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12,4 km/l (gasolina)/ 8,7 km/l (etanol) na estrada.
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Câmbio
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Automático, 6 marchas
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Tração
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Dianteira
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Direção
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Elétrica
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Suspensão Dianteira
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Independente, McPherson
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Suspensão Traseira
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Eixo de torção
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Freios Dianteiros
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Discos ventilados
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Freios Traseiros
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Discos sólidos
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Pneus
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215 / 55 R18
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Rodas
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6.5J x 18
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Altura (mm)
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1,635
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Comprimento (mm)
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4,300
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Entre-eixos (mm)
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2,610
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Largura (mm)
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1,790
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Ocupantes
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5
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Peso (kg)
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1,300
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Porta-malas (L)
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422
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Tanque (L)
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50
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10.000 km
-
R$ 404.19
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20.000 km
-
R$ 764.27
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30.000 km
-
R$ 698,97
-
40.000 km
-
R$ 850,77
-
50.000 km
-
R$ 666,21
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60.000 km
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R$ 829,77
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Garantia
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5 anos