Hyundai Creta 2.0 tem lista de equipamentos boa, mas não o melhor motor
O Creta mudou, espantou, gerou polêmica, mas está aí com sua segunda geração e ocupando seu espaço no mercado como a primeira. Apesar do novo motor 1.0 turbo ocupar a maior parte das versões (três delas), a versão de topo, Ultimate, aposta em outro.
É a única equipada com o 2.0 da família Nu, mas com algumas melhorias que vieram junto com a nova geração e mudaram até a potência e torque ainda que timidamente do propulsor.
Mas será que vale a pena pagar os R$ 167.190 (São Paulo) exigidos pela versão mais completa e seu pacote? É o que UOL Carros quer descobrir.
Hyundai Creta 2.0 Ultimate
Pontos Positivos
- Lista de equipamentos
- Espaço interno
Pontos Negativos
- Acabamento
- Preço
Veredito
A versão 2.0 do Creta é a mais atraente de todas, especialmente pelo pacote de segurança ativa e passiva não disponível para as demais versões, bem como a lista de equipamentos. Essa versão merecia um motor turbo que desse mais pegada para um conjunto tão bem construído, ainda que visualmente polêmico.
DESIGN E ESPAÇO INTERNO
O espaço interno sempre foi um dos pontos fortes do Creta e na nova geração não deixou de ser. Há bom espaço para quem vai frente, os bancos são confortáveis e para quem vai atrás, apesar do túnel central, há bom espaço para as pernas dos três ocupantes em relação aos assentos dianteiros.
No quesito porta-malas, o Creta também é um dos melhores do segmento com seus 422 litros de capacidade, sem esquecer que foram reduzidos por mudanças na porta, já que era de 431 l na geração anterior, mas continua a ser um dos atrativos do carro.
O design, claro, continua a dividir opiniões, mas os números de venda aparentemente mostram que o carro caiu nas graças do público consumidor de SUVs, apesar de ter mudando 180º em termos de visual.
Não é um visual fácil de entender e gostar de cara, mas com o tempo dá para se acostumar e entender que ele é diferente do anterior que pouco chamava atenção, que não tinha presença.
A traseira, que é uma reclamação de muitos me parece mais fácil de compreender do que a dianteira, inclusive.
CONSUMO E DESEMPENHO
Sob o capô, o Creta Ultimate tem sua principal mudança se comparado as demais versões, o motor. Ele é o único que usa o 2.0 flex, que com algumas mudanças para redução de atrito, incluindo o lubrificante, conseguiu até ter um leve ganho de potência.
Agora ele entrega até 167 cv e 20,6 mkgf com etanol e 157,3 cv e 19,2 mkgf quando alimentado com gasolina. Antes o motor entregava 166 cv/156 cv e 20,5/19,1 mkgf. O câmbio continua a ser o automático de seis velocidades que já era utilizado.
Na prática, o motor continua bom quando exigido, mas a entrega de potência e torque só chega a uma rotação elevada se comparado a rivais com motor turbo, que entregam o máximo abaixo de 2 mil rpm.
Mas quando exigido, o motor entrega para ultrapassagens e retomadas, apesar de pedir mais acelerador que as versões com o motor turbo, sem ter tanto torque, que é o precisamos para acelerações, a mais que o 1.0 turbo.
O câmbio de seis marchas casou bem também com o motor 2.0 e tem uma calibragem boa. Para dar mais opções ao motorista, o Creta ganhou modos de condução: Eco, Normal e Sport, que mudam a resposta do acelerador, as trocas de marcha e a firmeza do volante.
Por isso, apesar de a suspensão ser voltada ao conforto, não a uma pegada de esportividade, é perceptível a mudança no comportamento, com uma direção mais pesada no modo Sport, que passa mais precisão nas manobras.
O Creta tem consumo declarado, de acordo com o Conpet de 10,9 km/l (gasolina)/ 7,7 km/l (etanol) na cidade e 12,4 km/l (gasolina)/ 8,7 km/l (etanol) na estrada.
EQUIPAMENTOS
De série, o Ultimate tem a melhor lista de equipamentos de toda a linha Creta. O modelo conta com sensor de pressão dos pneus, luzes diurnas e faróis de LEDs, ajuste de altura e distância do volante, trio elétrico e rodas diamantadas de 18", freio de estacionamento elétrico e painel e portas bicolor na combinação de marrom e um tom de branco.
Há ainda faróis de neblina, retrovisores rebatíveis eletricamente, carregador de celular por indução no console central, ar-condicionado digital e automático, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, chave presencial com partida por botão e borboletas para trocas de marcha atrás do volante.
A lista traz ainda o teto solar panorâmico, bancos de couro na cor marrom e com ventilação de três níveis no assento do motorista, painel de instrumentos virtual com tela de 7", sistema de câmera 360º com função para ponto cego ao ligar a seta e central multimídia com 10,25", navegador GPS integrado e Android Auto e Apple CarPlay por meio da entrada USB.
O sistema Bluelink está presente no carro e permite por meio de um aplicativo no smartphone abrir ou trancar as portas e vidros, acionar o motor à distância para ligar o ar-condicionado, além de rastrear e bloquear o veículo em caso de roubo.
MANUTENÇÃO E SEGURANÇA
No aspecto de segurança, o Creta Ultimate traz como as demais versões seis airbags de série, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e fixação de cadeirinhas no banco traseiro por meio de Isofix.
Não contabilizado, mas importante como item de segurança é o sistema de freio a disco nas quatro rodas e o alerta de uso do banco traseiro, o que evita que adultos distraídos esqueçam crianças no banco traseiro.
Uma das exclusividades é o pacote ADAS que inclui a frenagem autônoma de emergência com alerta de colisão frontal, farol alto adaptativo, detector de fadiga, controle de velocidade adaptativo (ACC) e leitor de faixa de rodagem com correção no volante.
Em termos de revisão, o pacote do Creta, com seis revisões a cada 10 mil cada, custa um total de R$ 4.214,18. O valor médio, por revisão é de 702,36, mas o valor exato de cada uma entre 10 e 60 mil km é de R$ 404,19, R$ 794,27, R$ 698,97, R$ 850,77, R$ 666,21 e R$ 829,77, respectivamente.
MERCADO
No lançamento, ainda em 2021, a Hyundai dizia que esperava que as versões com o motor 1.0 turbo vendessem mais e puxassem os números, o que deve estar ocorrendo.
Infelizmente o melhor que o Creta tem está no pacote que vai chegar em um público mais restrito, disposto a pagar mais pelo modelo que independente disso tem boas qualidades para quem busca um SUV de viés familiar.
Resta esperar que em algum momento a Hyundai adote o pacote ADAS, exclusivo da versão 2.0 nas demais versões como fazem alguns rivais de segmento, ou ao menos na versão 1.0 Platinum, que é a de topo com motor turbo.
Motorização
2.0, 4 cil., 16V
Combustível
Etanol / Gasolina
Potência (cv)
167 (E) | 157.3 (G) @6,200 RPM
Torque (kgf.m)
20.6 (E) | 19.2 (G) @4,700 RPM
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
9.3
Velocidade máxima (km/h)
190
Consumo cidade (km/l)
10,9 km/l (gasolina)/ 7,7 km/l (etanol)
Consumo estrada (km/l)
12,4 km/l (gasolina)/ 8,7 km/l (etanol) na estrada.
Câmbio
Automático, 6 marchas
Tração
Dianteira
Direção
Elétrica
Suspensão Dianteira
Independente, McPherson
Suspensão Traseira
Eixo de torção
Freios Dianteiros
Discos ventilados
Freios Traseiros
Discos sólidos
Pneus
215 / 55 R18
Rodas
6.5J x 18
Altura (mm)
1,635
Comprimento (mm)
4,300
Entre-eixos (mm)
2,610
Largura (mm)
1,790
Ocupantes
5
Peso (kg)
1,300
Porta-malas (L)
422
Tanque (L)
50
10.000 km
R$ 404.19
20.000 km
R$ 764.27
30.000 km
R$ 698,97
40.000 km
R$ 850,77
50.000 km
R$ 666,21
60.000 km
R$ 829,77
Garantia
5 anos
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