JAC T60 Plus: testamos SUV chinês 'diferentão' que tenta desafiar Compass
Presentes no Brasil há mais de dez anos, as marcas chinesas de automóveis já não são mais novidade, embora ainda tenham participação pequena em nosso mercado.
Para se sobressaírem ante rivais já estabelecidos, os carros chineses se valem de uma estratégia já conhecida: mais itens de série por preços abaixo dos cobrados pela concorrência e prazo de garantia acima da média.
Com o dólar nas alturas, já não é mais possível oferecer preços tão agressivos como há alguns anos.
O jeito, então, tem sido enfatizar outros argumentos, como tecnologia embarcada, itens de segurança e design. Lançado no fim do ano passado, o JAC T60 Plus aposta fortemente no último quesito. O SUV médio ganhou dianteira futurista, mantendo o motor 1.5 turbo de injeção indireta e a transmissão CVT com seis marchas simuladas.
O utilitário esportivo oriental parte de R$ 120.990, custa menos e traz mais equipamentos na comparação com o Jeep Compass de entrada - que ainda vai ganhar turbo e CVT. Vale a pena colocar o T60 Plus na garagem?
JAC T60 Plus
Preço
R$ 118.990Pontos Positivos
- Design
- Itens de série
- Preço
Pontos Negativos
- Não é flex
- Preço das revisões
Veredito
O JAC T60 Plus é mais equipado e mais barato do que o Jeep Compass de entrada, trazendo espaço interno parecido. Tem motor turbo e câmbio CVT, itens que proporcionam bom desempenho e (ainda) não estão disponíveis no Compass. Novo design não passa despercebido. É uma opção a se considerar entre SUVs médios, porém a concorrência de marcas mais estabelecidas é grande e deve vender pouco.
Ao ganhar o sobrenome "Plus", o JAC T60 não passa despercebido nas ruas.
A dianteira retilínea exibe conjunto ótico em dois níveis, trazendo luzes de condução diurna de LED rentes ao capô e com desenho super esguio - os faróis, ainda halógenos, ficam no para-choque.
O design da frente definitivamente chama a atenção e lembra a solução adotada pela Fiat Toro, cuja iluminação também é bipartida. Também remete a modelos recentes da Citroën como o C4 Cactus.
A traseira mudou menos, mas também chama a atenção com lanternas de LEDs interligadas por um filete iluminado, posicionado logo abaixo do vidro da tampa do porta-malas.
Ao mesmo tempo, as laterais, que não mudaram, destoam um pouco do aparência frontal bem futurista.
Com dimensões parecidas com as do Compass, SUV médio mais vendido, o espaço interno é muito bom para quatro pessoas e acomoda um quinto passageiro com dignidade.
O porta-malas, com capacidade para 650 litros, não aparenta ser tão grande, mas atende bem famílias com bagagens.
O acabamento geral é bom, com superfícies macias ao toque e painel central revestido com material sintético similar a couro com costuras aparentes.
Com 168 cv de potência e 21,4 kgfm de torque disponíveis a 2.000 rpm, o T60 Plus anda bem e tem fôlego de sobra para encarar ladeiras e fazer retomadas.
A JAC informa aceleração de zero a 100 km/h em 9,6 segundos, que, se não chega a empolgar, é mais do que adequada para um veículo com 1.365 kg em ordem de marcha.
A impressão que se tem é de que o câmbio CVT, embora tenha modo esportivo e seis marchas simuladas para trocas manuais, dá uma "segurada" na performance. Ao pisar fundo no acelerador, os giros sobem bastante e de forma brusca. Poderia ser mais suave, como em rivais que também conta com transmissão continuamente variável.
Quanto à dirigibilidade, a calibragem é mais voltada ao conforto. A direção elétrica progressiva é bem leve nas manobras de estacionamento e reduz a assistência em velocidades mais altas.
As suspensões é que poderiam estar mais adaptadas ao nosso piso ruim: seu ajuste não tem nada de esportivo, porém é comum apresentarem fim de curso e batidas secas ao passar por buracos e outras irregularidades do asfalto.
Abastecido apenas com gasolina, traz consumo apenas mediano para um motor turbo: cerca de 9 km/l na cidade, sem muito trânsito, e menos de 12 km/l na estrada. Poderia ser melhor.
Por R$ 120.990, o T60 Plus já vem bastante recheado de equipamentos, como teto solar com acionamento elétrico, ar-condicionado digital de uma zona com saída para o banco traseiro, volante multifuncional revestido de couro com costuras aparentes, sensor de chave, freio de estacionamento eletrônico com função auto hold e central multimídia de 10,25 polegadas com Android Auto e Apple Car Play.
Pagando R$ 124.990, a lista de itens de série é acrescida de bancos de couro, projetor de LED nas portas (que exibe o logotipo do carro no chão) e painel de instrumentos 100% digital.
Considerando preço e conteúdo, o pacote é atraente. Porém, nem tudo é perfeito: a multimídia, embora grande, não oferece respostas tão rápidas aos comandos de toque e sua navegação é um pouco confusa.
Relativamente acessível em relação ao que traz de conteúdo, o T60 Plus não é tão competitivo ao se observar o preço das revisões programadas - que podem ser parceladas em quatro vezes sem juros.
A dos primeiros 10.000 km sai por R$ 656, enquanto as demais custam R$ 876 (20.000 km), R$ 876 (30.000 km), R$ 1.492 (40.000 km), R$ 700 (50.000 km) e R$ 1.140 (60.000 km).
A título de comparação, o Compass flex tem revisões a cada 12 mil km e as seis iniciais custam, respectivamente, R$ 441, R$ 672, R$ 767, R$ 693, R$ 1.400 e R$ 788.
Ou seja: as seis primeiras revisões do JAC têm o custo de R$ 5.740, enquanto o Jeep cobra R$ 4.761.
Vale destacar que o modelo chinês têm seis anos de garantia, contra três do rival - que pode ser ampliada mediante custo extra.
Em relação à segurança, o T60 Plus é bem servido, trazendo airbags laterais e de cortina, controles de tração e estabilidade, monitoramento da pressão dos pneus, ajuste da altura dos faróis e imobilizador do motor em caso de colisão.
O JAC T60 Plus é bem recheado, traz visual diferente, oferece vários itens de segurança e tem motor mais potente e moderno do que seus concorrentes diretos - incluindo o Jeep Compass flex.
Também tem preço inferior ao dos seus rivais com lista de equipamentos semelhante.
No entanto, não é um carro barato, nem poderia ser levando em conta o que oferece e a cotação do dólar, por se tratar de um veículo importado.
Ao mesmo tempo, até por conta do câmbio desfavorável, é mais caro de manter do que o Compass, que nos próximos meses também terá opções com turbo e CVT.
Para completar, vende muito menos e, naturalmente, não tem a mesma liquidez do Jeep na hora da revenda.
A novidade da JAC prova que carros chineses podem, sim, ser uma alternativa a ser considerada. Porém, ainda é uma aposta.
Motorização
1.5, turbo, 16V, 4 cilindros em linha, injeção indireta
Combustível
Gasolina
Potência (cv)
168 cv a 5.500 rpm
Torque (kgf.m)
21,4 kgfm a 2.000 rpm
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
9,6 s
Velocidade máxima (km/h)
195 km/h
Consumo cidade (km/l)
9,6 km/l
Consumo estrada (km/l)
11,2 km/l
Câmbio
CVT
Tração
Dianteira
Direção
Elétrica progressiva
Suspensão Dianteira
Independente, tipo McPherson
Suspensão Traseira
Eixo de torção
Freios Dianteiros
Discos ventilados
Freios Traseiros
Discos sólidos
Pneus
215/50 R17
Rodas
17 polegadas
Altura (mm)
1.660 mm
Comprimento (mm)
4.410 mm
Entre-eixos (mm)
2.620 mm
Largura (mm)
1.800 mm
Ocupantes
5
Peso (kg)
1.365 kg
Porta-malas (L)
650 l
Tanque (L)
50 l
10.000 km
4 x R$ 164
20.000 km
4 x R$ 219
30.000 km
4 x R$ 219
40.000 km
4 x R$ 373
50.000 km
4 x R4 175
60.000 km
4 x R$ 285
Seguro
n/d
Garantia
6 anos
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Airbags do tipo Cortina
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Piloto Automático
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Vidros Elétricos Traseiros
Central Multimídia
Rádio FM/AM
Entrada USB
Entrada Auxiliar
Banco de Couro
Banco do motorista com ajuste de altura
Desembaçador Traseiro
Teto Solar
Computador de Bordo
Acendimento automático dos faróis
Faróis de neblina
Sensor de pressão dos pneus
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