O Jaguar F-Pace foca no requinte e na tradição a serviço das famílias. A versão híbrida plug-in P400e R-Dynamic, por sua vez, incorpora, ainda, os últimos desenvolvimentos da marca no âmbito da eficiência, onde tem sido uma das verdadeiras pioneiras, desde a década passada. Só que, por não abandonar as suas raízes, adiciona boas doses de desempenho.

Ponto de atenção é que a montadora não se insere na porção mais participativa das vendas premium, dentro do mercado brasileiro, ante rivais alemãs como Audi, BMW, Mercedes-Benz e até a sueca Volvo. Por que isso acontece, considerando que não é qualquer fabricante que consegue equilibrar qualidades que se contrapõem tanto?

Por mais que a Jaguar fale alto na hora de ser exclusiva, o brasileiro costuma ser muito conservador dentro de alguns assuntos, e carros estão entre eles - principalmente dentro do segmento de luxo. Será que se o público buscasse conhecer o SUV dos nossos testes, que custa R$ 627.950, o cenário poderia começar a mudar?

O que permeia o carro é o fato de que é diferente dos demais em alguns aspectos, o que é sempre algo bom, desde que ocorra da maneira correta. Será que é o caso do F-Pace? Vocês poderão descobrir mais detalhes disso a seguir.

Design

Não faz muito tempo que o modelo ganhou faróis mais finos, novo capô com visual mais esportivo, bem como para-choques, entradas de ar e a grade dianteira com novo visual.

E se, em geral, os modelos híbridos adotam tonalidades frias para os logotipos (fazendo alusão à eficiência), a Jaguar vai contra as tendências mais uma vez e adota a característica cor vermelha para compor o fundo do brasão da Jaguar, presente ao centro da dianteira e nas calotinhas no meio das rodas de 21 polegadas.

Para reforçar o dinamismo e a sensação de velocidade, o F-Pace aposta na fluidez das linhas, que suavizam as caídas do teto. Por outro lado, recebe o contraste de linhas mais marcadas. Em geral, o SUV une a agressividade do cupê F-Type com a robustez característica dos modelos de seu segmento.

No interior, traz costuras na cor caramelo e três padrões de tonalidades no painel. No caso da unidade testada, a parte superior é escura, com um friso na cor metálica logo em baixo, dividindo o interior caramelo, que é sempre associado com a proposta mais elegante.

O cluster e a central multimídia são tomados pelas tonalidades mais escuras, o que continua a, mais uma vez, reforçar a linguagem visual mais requintada. As formas dos mostradores, dos bagageiros e dos seletores contrastam quadrados com círculos, toque que, além de agradável, também se diferencia dos demais modelos do segmento premium.

Espaço interno e vida a bordo

Além do visual já citado, a qualidade dos materiais chama atenção. O toque é macio em todos os cantos do interior. Além disso, a experiência sonora do sistema de som Meridian com 16 alto falantes é um show à parte.

Quanto ao espaço interno, está dentro do esperado, chegando a superar até alguns de seus rivais. É possível acomodar três adultos na fileira traseira com tranquilidade. Além disso, a geometria do porta-malas e a capacidade total que supera os 600 litros fazem do modelo um carro pronto para pegar estrada com toda a família.

Em dias mais ensolarados, vale destacar que pode não ser bom colocar as mãos no seu belíssimo teto solar panorâmico, uma vez que ele tende a "segurar" a temperatura. Evite queimar as mãos.

O isolamento acústico é um atributo invejável no F-Pace. O seu motor a combustão, além de potente, também é silencioso. Passa muito pouco ruído para a cabine. Para compensar, há um ronco simulado que sai pelos alto-falantes. Com tudo isso, pode estar fazendo o barulho que for no ambiente externo que quase não se escuta nada.

Ergonomia e dirigibilidade

Os bancos de couro perfurado contribuem muito para o refresco dos ocupantes nos dias mais quentes, além de unirem com perfeição o compromisso do conforto com a precisão do tronco do motorista.

Ao contrário da maioria dos seus rivais, a dirigibilidade do F-Pace tende a ser mais de utilitário, com posição mais elevada ao volante. Ainda que isso não esteja tão alinhado com a tocada esportiva, é possível encontrar os limites do carro e o ponto de equilíbrio da carroceria com naturalidade.

A suspensão tende mais à calibração macia do que rígida, quando os ressaltos na via são suaves. Em terrenos mais acidentados, nota-se com mais clareza a carga dos amortecedores, que impedem que o curso do conjunto chegue até o batente. Mas não deixa de dar impactos mais secos ao passar em buracos, por conta do perfil dos pneus não ser tão alto, graças às rodas de 21 polegadas.

Migrando para a parte de ergonomia, a visibilidade das telas são claras, mas é preciso um pouco mais de tempo para memorizar como faz para interagir com todos os recursos, quando comparamos com os rivais.

Não me refiro à parte da interface da multimídia em si, cujas funcionalidades estão todas bem dispostas, mas sim com relação aos diferentes padrões dos comandos presentes no console, bem como os manetes da climatização.

Enquanto na parte mais inferior do console há botões, rodinhas e manetes, os controles do ar condicionado exigem que se pressione ou puxe os comandos redondos para a regulagem da velocidade do vento e da sua temperatura.

Consumo e desempenho

A tradição da Jaguar com carros de alto desempenho se faz presente logo que pisamos fundo no acelerador. A resposta vem a "toque de caixa", graças ao motor elétrico. Além disso, o seu motor a combustão é bem elástico, o que proporciona boas doses de pressão contra os assentos em toda a faixa de rotações.

Quando unimos essa aceleração de respeito com o ronco simulado nas caixas de som, é impossível não se imaginar em um SUV com motor V8.

No caso, é equipado com motor a gasolina, de dois litros e com turbocompressor, que gera 300 cv e 40 kgfm. Só que como vem também com um motor elétrico que funciona em conjunto de forma permanente, gera de forma combinada 404 cv e 64 kgfm.

O movimento é enviado às quatro rodas, de forma integral, por meio de um câmbio automático de 8 marchas. Com isso tudo, acelera até 100 km/h em meros 5,3 segundos e chega aos 240 km/h de velocidade final, com limitação eletrônica.

Se fosse um SUV "das antigas" com toda essa potência e desempenho, jamais faria 7,2 km/l na cidade e 9,4 km/l na estrada, conforme declarado pela fabricante. Ainda assim, não é um carro pensado para ser usado só com o motor elétrico, que tem 53 km de autonomia (WLTP) quando a unidade a combustão é tirada da equação - o que não é muito, mas também não é pouco para a proposta.

Segurança e equipamentos

Vem com os seguintes itens:

• Sistema de infoentretenimento Pivi Pro com tela sensível ao toque de 11,4 polegadas;
• Sistema de navegação GPS integrado;
• Apple CarPlay e Android Auto;
• Painel de instrumentos digital totalmente personalizável de 12,3 polegadas;
• Sistema de som Meridian com 16 alto-falantes;
• Câmera de visão traseira com sensores de estacionamento dianteiros e traseiros;
• Faróis LED adaptativos com iluminação diurna em LED;
• Bancos dianteiros elétricos e aquecidos com ajuste de memória;
• Teto solar panorâmico deslizante;
• Climatização de duas zonas;
• Controle de cruzeiro adaptativo com função Stop & Go;
• Freio de estacionamento elétrico;
• Seletor de modo de condução Jaguar Drive Control com modos Eco, Dynamic, Rain/Ice/Snow e Adaptive Surface Response;
• Bancos dianteiros com ventilação;
• Head-up display;
• Câmera de 360º;
• Teto solar panorâmico;
• Rodas de 21 polegadas.

Jaguar F-Pace P400e R-Dynamic