Jeep Commander: 'Compassão' herda qualidades e defeitos do irmão menor
Cerca de dois meses após a apresentação do Jeep Commander, novo produto da marca, UOL Carros tem a possibilidade de um contato mais profundo com o modelo.
O SUV de sete lugares se torna o maior carro da Jeep produzido no Brasil, acima de Renegade e Compass, respectivamente. O Commander se aproveitará da mesma base dos outros dois modelos que são sucessos de vendas nas suas categorias e tentará usar isso a seu favor.
Na versão de topo, Overland TD380, o modelo custa R$ 287.990 ou R$ 297.697 para o Estado de São Paulo. Essa é a versão mais completa com a motorização turbodiesel e tração 4x4.
Com um bom histórico dos irmãos menores, será que o Commander herdou mais defeitos ou qualidades de Renegade e Compass? É o que vamos mostrar nessa avaliação.
Jeep Commander Overland TD380
Pontos Positivos
- Segurança
- Trem de força
- Versatilidade
Pontos Negativos
- Acabamento
- Painel de instrumentos
Veredito
O Commander tem mais qualidade que defeitos. A Jeep acertou a mão no produto de modo geral e aproveitará a boa fama que fez com os modelos menores. Poderia ter investido em mais diferenciações na cabine, especialmente em acabamento. Apesar de oferecer um pacote bem completo, visualmente é igual ao do irmão menor, o que pode passar a ideia de menos requinte do que pretende.
Design e espaço interno
O design da Jeep sempre traz algumas coisas bem previsíveis. A necessidade de manter as sete barras na dianteira, que são marcantes e evocam o espírito esportivo e 4x4 lá do primeiro modelo, é uma benção e uma maldição.
Apesar disso, a marca conseguiu mudar a dianteira do Commander em relação ao Compass e optou por novos faróis - estreitos e alongados - e as sete barras mais também mais largas.
Na lateral é provavelmente onde o design ficou menos resolvido do Commander. O modelo precisou crescer no balanço traseiro para poder adotar a terceira fileira de bancos.
Olhando de lado, a última seção, bem quadrada, não conversa tão bem com a dianteira, mais afilada e elegante. Ficou um aspecto brigão entre a necessidade de entregar espaço e ter um visual que dê ao Commander um ar mais requintado para a categoria em que brigará.
Por dentro o SUV é quase idêntico ao Jeep Compass. Os equipamentos são os mesmos e muda apenas em pequenos detalhes.
No apoio de braço central, o Commander tem uma inscrição "Jeep 1941", os bancos de couro tem padrão diferente e no painel o revestimento de couro foi substituído por camurça, na cor preta ou marrom, dependendo da escolha de cor dos bancos - brancos ou marrom.
Uma das coisas que chamam a atenção no Jeep Commander como um cuidado bem-vindo foi a amplitude de abertura das portas traseiras para facilitar o acesso de quem precisa adentrar na terceira fileira.
Falando nela, para acomodar adultos com certo conforto é preciso ter ocupantes pequenos na segunda fileira de bancos, podendo reduzir a distância dela para a primeira fileira. Ainda assim, adultos nos últimos assentos ficarão com as pernas muito retraídas, o que por muito tempo não será confortável.
Por outro lado, o acesso e a mobilidade das segunda e terceira fileiras é bem prática e permite a entrada com facilidade, além do ajuste da inclinação dos encostos.
Quando a terceira fileira está recolhida fica no nível do assoalho, o que não atrapalha o espaço de carga, que é de 661 litros com cinco lugares em uso e de 233 litros com sete lugares.
O revestimento que cobre o porta-malas quando está com apenas cinco lugares tem um lugar especial para ser acomodado dentro do assoalho, junto com o macaco.
Consumo e desempenho
O Commander foi desenvolvido sobre a plataforma small wide, a mesma de Renegade e Compass. Isso inclui usar os motores e câmbio que também já estavam presentes nos outros carros da marca.
O motor 2.0 turbodiesel recebeu o nome de TD380. Ele teve algumas melhorias e manteve os 170 cv, mas o torque subiu para 38,7 mkgf. Ele também vem com o sistema de Arla 32, que ajuda a filtrar as impurezas na emissões de gases.
O câmbio é o automático de nove marchas com sistema de tração 4x4 com reduzida, bloqueio e modos de condução para diferentes tipos de piso: areia/lama, neve e automático.
Levando em conta que tem dois lugares extras, o aumento de peso foi pouco: se comparado ao Compass de topo, o Trailhawk, são 118 kg a mais. Isso, claro, reduz o desempenho, mesmo com os 3 mkgf de torque extra que tem o motor diesel no Commander.
Mas com seus 1.908 kg, o Commander anda bem e consegue manter sem esforço os 120 km/h em vias rodoviárias. Quando necessário, até entrega mais com o torque amplo e entregue desde cedo do motor a diesel.
O câmbio foi bem calibrado para lidar com o peso extra e continua associado ao motor 2.0 turbodiesel, então não "bate cabeça" durante as trocas, seja no modo manual ou automático.
Do Compass, herdou um ajuste mais firme de suspensão, que melhora o conforto ao rodar no asfalto, mas ainda entrega o conforto necessário em estradas de terra. O que fica a desejar, também herdado do Compass, é a resposta da direção, bastante entorpecida, sem uma resposta muito ágil.
Apesar do motor a diesel, que é naturalmente barulhento se comparado ao motor a gasolina, a Jeep fez um ótimo trabalho de isolamento acústico no Commander, que mantém o conforto interno, mesmo quando o motor é exigido a mais.
Equipamentos
A lista de equipamentos do Commander é bem ampla, mas não surpreendente. A versão Overland tem como diferenciais as rodas de 19" (são 18" na versão Limited) e o teto solar panorâmico, que faz uma baita diferença para quem vê de dentro.
De série há painel de instrumentos virtual de 10", mesma medida da central multimídia. Não havia tempo hábil para alterações, portanto, o Commander sofre com o painel virtual o mesmo problema do Compass, que é uma resolução aquém do esperado e do entregue por rivais. O assistente de estacionamento semiautônomo também está presente no pacote.
Há ainda duas entradas USB (tipo A e C) na frente, carregador de celular por indução, navegador GPS integrado com informações em tempo real e Wi-Fi a bordo com conexão para até oito dispositivos no caso, com pacotes de internet diversos disponíveis para assinatura. Trio elétrico e chave presencial com partida por botão também estão presentes.
O SUV vem equipado também com o sistema Adventure Intelligence, que permite rastrear, bloquear e acessar funções como vidros, portas e ar-condicionado a distância. O sistema permite também fazer limitações no horário, área de circulação e velocidade atingida. Ele também permite conexão, além do smartphone ao smartwatch e os assistentes pessoais Amazon Alexa e Google Assistant.
Na versão Overland há ainda o sistema de som da grife Harman-Kardon e ajuste elétrico no assento e no encosto para os dois bancos dianteiros; na Limited é apenas o do motorista. Outra exclusividade é a abertura elétrica do porta-malas com sensor para movimentos sob o para-choque. No Limited é elétrico, mas sem o sensor.
Manutenção e segurança
A segurança do Commander, desde as versões de entrada contam com controles de tração, estabilidade e assistente de partida em rampa com função Hold. O pacote de airbags conta com sete bolsas infláveis no SUV médio-grande.
Há ainda o pacote ADAS, de segurança ativa e passiva, que inclui o controle de velocidade adaptativo (ACC), frenagem autônoma de emergência com alerta de colisão frontal, alerta de ponto cego nos espelhos retrovisores e assistente de manutenção na faixa de rolagem com correção no volante.
São seis as revisões programadas do Commander com motor a diesel. O valor total das revisões é de exatos R$ 8.500. O valor separado de cada uma é de R$ 1.026, R$ 1.078, R$ 1.643, R$ 2.110, R$ 1.052, R$ 1.591, respectivamente. Se são mais caras, vale lembrar que cada revisão das versões a diesel ocorrem em um intervalo maior, a cada 20 mil km.
Mercado
Na versão de topo, Overland TD380 4x4, ela tem poucos concorrentes. Seu concorrente direto é o Mitsubishi Outlander, que com o motor 2.2 turbodiesel na versão HPE-S custa R$ 289.990, o que R$ 2 mil a mais só que o Commander.
Mas, apesar disso, essa versão quer é roubar clientes dos SUVs derivados de picapes com seus 7 lugares, como o SW4, Pajero Sport e Trailblazer, que custam muito mais e são opções por causa dos sete lugares do que pela maior capacidade off-road.
Motorização
2.0, 4 cil., 16V, turbo
Combustível
Diesel
Potência (cv)
170 a 3.750 rpm
Torque (kgf.m)
38,7 a 1.750 rpm
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
11,6
Velocidade máxima (km/h)
197
Consumo cidade (km/l)
10,3
Consumo estrada (km/l)
12,9
Câmbio
Automático, 9 marchas
Tração
4x4 sob demanda
Direção
Elétrica
Suspensão Dianteira
Independente, McPherson
Suspensão Traseira
Independente, Multilink
Freios Dianteiros
Discos ventilados, 305 mm
Freios Traseiros
Discos sólidos, 320 mm
Pneus
235/50 R19
Rodas
7,5? x 19?
Altura (mm)
1.700
Comprimento (mm)
4.769
Entre-eixos (mm)
2.794
Largura (mm)
1.859
Ocupantes
7
Peso (kg)
1.908
Porta-malas (L)
661
Tanque (L)
61
10.000 km
R$ 1.026
20.000 km
R$ 1.078
30.000 km
R$ 1.643
40.000 km
R$ 2.110
50.000 km
R$ 1.052
60.000 km
R$ 1.591
Garantia
3 anos
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Airbags do tipo Cortina
Airbags para joelho do motorista
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Piloto Automático
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Vidros Elétricos Traseiros
Central Multimídia
Rádio FM/AM
Entrada USB
Banco de Couro
Banco do motorista com ajuste de altura
Bancos com ajustes elétricos
Desembaçador Traseiro
Teto Solar
Computador de Bordo
Acendimento automático dos faróis
Faróis de neblina
Frenagem autônoma de emergência
Alerta de permanência em faixa
Sensor de pressão dos pneus
Sensor de pontos cegos
Alerta de colisão
Abertura elétrica do porta-malas
Faróis com regulagem de altura
Bloqueio do diferencial
Sistema de estacionamento autônomo
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