Há cerca de 30 anos, quando foi liberada a importação de automóveis zero-quilômetro para o Brasil, a Jeep era uma das marcas mais desejadas, especialmente com seu SUV de luxo off-road Grand Cherokee, que havia sido lançado recentemente.

Lá nos idos dos anos 1990, o modelo unia luxo, potência e robustez como nenhum outro e conquistou desde artistas até jogadores de futebol.

Hoje, a Jeep é uma marca bem estabelecida no país, com produção nacional e foco em utilitários esportivos menores e mais acessíveis, como os bons de venda Renegade e Compass.

Ao menos em nosso mercado, o Grand Cherokee já não tem o protagonismo de tempos passados, mas continua evoluindo e chegou à quinta geração, importada dos Estados Unidos.

Veja a seguir como é a geração atual do SUV de grande porte, disponível aqui na versão única e híbrida 4xe, com preço sugerido de R$ 569.990.

Desvendando o Jeep Grand Cherokee 4xe

Design: o Jeep Grand Cherokee traz um visual ao mesmo tempo imponente e discreto, exibindo aquele estilo de caixote típico dos utilitários esportivos.

A dianteira com faróis full-LED afilados e a tradicional grade com sete aberturas, levemente inclinada para a frente, não deixam dúvidas de que ali está um legítimo Jeep, com design clássico e facilmente reconhecível, ainda que tenha sido modernizado.

O capô longo e as laterais limpas, onde se destacam o vinco na altura das maçanetas e um recorte retangular na base das portas, conversam bem com as belas rodas diamantadas com cinco raios.

Na traseira, os vincos laterais terminam nas lanternas de LEDs finas e dispostas na horizontal, unidas por uma barra preta brilhante não iluminada com o logotipo da Jeep ao centro. Ficou elegante.

Espaço interno: medindo 4,9 m de comprimento, 1,97 m de largura e 2,96 m de distância entre-eixos, o Jeep Grand Cherokee é um SUV enorme para o padrão brasileiro e isso significa espaço interno de sobra.

A configuração para o mercado brasileiro é de cinco lugares e duas fileiras de assentos. Na segunda fileira, mesmo com o túnel central, há bastante conforto para levar três passageiros.

Já o porta-malas tem 580 litros de capacidade para bagagens.

Vida a bordo: além de ser muito espaçoso, o Grand Cherokee também é o Jeep mais luxuoso que você pode comprar no Brasil.

Não chega ao nível de SUVs de marcas premium alemãs, mas conta com acabamento interno bem caprichado, que inclui painel e portas revestidos de couro e apliques que imitam madeira, bancos dianteiros muito confortáveis com ajustes elétricos, ventilação e aquecimento, banco do motorista com memória, painel de instrumentos em tela de alta definição com 10,25 polegadas, multimídia de 10,1 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio e carregamento de celular por indução.

O sistema de som premium de 506 W da Alpine é outro destaque, trazendo oito alto-falantes, um subwoofer e cancelamento de ruído.

Segurança: nesse quesito, o Grand Cherokee está muito bem servido: vem de série com oito airbags, monitoramento externo com câmeras de "360 graus", controle da pressão dos pneus, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e um aparato de assistências eletrônicas à condução.

Dentre elas, traz alerta de colisão com detecção de pedestres, ciclistas e outros veículos, frenagem autônoma de emergência, assistente de manutenção de faixa ativo, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo capaz de parar o veículo totalmente e retomar a condução em congestionamentos, alerta de pontos cegos e farol alto automático.

Desempenho: equipado com o mesmo motor 2.0 turbo Hurricane a gasolina de 272 cv e 40 kgfm disponível para Ram Rampage e Jeep Compass e Commander, o Grand Cherokee tem bastante fôlego no modo 100% a combustão.

Com o auxílio de dois motores elétricos, a potência combinada vai a respeitáveis 380 cv combinados, enquanto o torque sobe para 64,9 kgfm. Com o conjunto híbrido, a fabricante informa aceleração de zero a 100 km/h em 6,3 segundos - muito bom para um SUV grande e pesado, com 2.466 kg em ordem de marcha.

O peso elevado também joga contra a economia de combustível - a média oficial de 19,3 km/l até é factível, mas difícil de ser obtida, a não ser que as baterias de 17,3 kW sejam constantemente recarregadas na tomada - a autonomia no modo 100% elétrico é de apenas 29 km segundo o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

Caso a recarga das baterias do sistema híbrido não seja realizada na rede elétrica, o Grand Cherokee é capaz de mantê-las com alguma carga utilizado constantemente o motor a combustão, além de reaproveitar a energia das frenagens e das desacelerações - o que acaba elevando o consumo. No ciclo urbano, espere algo em torno de 11 km/l no modo híbrido.

Vale destacar que no SUV grande da Jeep não dá para usar os carregadores rápidos, mais potentes - ele aceita apenas aqueles de corrente alternada e a potência máxima de recarga do veículo é de apenas 7,2 kW.

A montadora informa que a recarga total em tomada de 220 V acontece em até 2 horas e 30 minutos.

O motor elétrico principal, aquele realmente capaz de tracionar o utilitário esportivo, tem 136 cv e 27 kgfm, números baixos para um veículo de quase 2,5 toneladas. Isso faz com que o motor a gasolina seja mais exigido, reduzindo a eficiência.

Por outro lado, o Grand Cherokee tem todo um arsenal para rodar na terra, se estiver equipado com pneus adequados (vem de fábrica com pneus 100% para asfalto): vem com seletor de tipos de terreno, tração nas quatro rodas e modo de tração reduzida.

Equipamentos: vem de série com ajustes elétricos e aquecimento do volante, bancos dianteiros com ajustes elétricos (o do motorista tem memória), ventilação e aquecimento, central multimídia de 10,1 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, painel digital de 10,25 polegadas, bancos de couro, volante aquecido, rebatimento elétrico dos retrovisores externos, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, sensores de estacionamento traseiros e dianteiros, teto solar panorâmico sistema de câmeras "360 graus" ar-condicionado digital de duas zonas, rodas de liga leve de 20 polegadas, carregamento de celular por indução, head-up display, sensor crepuscular, faróis full-LED com luz alta automática, monitoramento da pressão dos pneus, alerta de colisão com frenagem automática de emergência, alerta de tráfego cruzado, assistente de permanência em faixa, alerta de ponto cego, detector de fadiga, chave presencial, sistema de som premium com oito alto-falantes, subwoofer, cancelamento de ruído e 506 W, GPS nativo, chave presencial, abertura elétrica da tampa do portae comandos de voz.

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Jeep Grand Cherokee 4xe

Preço

R$ 569.990

Carros

4,1 /5

ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Consumo

3,0

Desempenho

4,0

Design

4,0

Equipamentos

5,0

Espaço Interno

5,0

Manutenção

3,0

Segurança

5,0

Pontos Positivos

• Amplo espaço interno
• Anda bem e traz real capacidade off-road
• Vem com pacote completo de itens de segurança
• É muito bem equipado

Pontos Negativos

• Na sua faixa de preço, concorrência das marcas premium alemãs é forte
• Consumo médio na vida real fica distante dos 19,3 km/l oficiais
• Baixa autonomia no modo 100% elétrico

Veredito

O Grand Cherokee honra a tradição da Jeep ao trazer real capacidade off-road. É um SUV bem tradicional, na aparência e no porte avantajado. Traz cabine espaçosa e muitos itens tecnológicos e de segurança, além de conjunto motriz potente. Contudo, sistema híbrido seria mais eficiente com bateria maior e motor elétrico mais forte. Na prática, acaba dependendo muito do propulsor a combustão e o consumo fica aquém do prometido - a não ser que a bateria seja recarregada na rede elétrica regularmente. Perde em competitividade na sua faixa de preço, onde o consumidor tende a preferir SUVs de marcas premium.