Jeep Renegade ganha vida com motor 1.3 turbo, mas continua ruim de espaço
O Jeep Renegade teve sua primeira grande mudança para a linha 2022. O modelo, que foi recebendo pequenos retoques ou mudanças no meio do caminho desses sete anos de mercado, agora ganhou o banho de loja que merecia.
O SUV teve a gama enxugada para menos versões, motores e câmbios. Agora com apenas quatro opções, vem só com o propulsor 1.3 turboflex que estreou no Jeep Compass no ano passado e câmbios automáticos de seis ou nove velocidades, com 4x2 ou 4x4.
As mudanças foram benéficas, mas é claro que o SUV compacto que lidera o mercado (muito devido às suas vendas diretas, que representaram 70,6% em 2021) também tem seus problemas e manteve alguns defeitos bem claros do seu projeto.
A versão Série S é novidade na gama e responde como uma das duas versões de topo ao lado da Trailhawk, ambas custando R$ 163.290, apesar das diferenças entre elas.
UOL Carros testou a nova versão do Renegade para dizer se as mudanças valeram a pena e se surtiram efeito no conjunto.
Jeep Renegade Série S 2022
Preço
R$ 163.290Pontos Positivos
- Equipamentos
- Desempenho
Pontos Negativos
- Porta-malas
- Espaço interno
Veredito
O motor 1.3 turboflex fez muito bem ao Renegade. O carro, que ganhou o carinho do público mesmo com um motor anêmico e velho que foi ganhando melhorias para segurar a bronca até aqui, tem tudo para continuar na liderança - mas agora com mais motivos para depender menos de vendas diretas e mais da aquisição por Pessoas Físicas.
DESIGN E ESPAÇO INTERNO
Por fora o design do Renegade passou por uma renovação sutil, mas bem feita. Ao lado de um Renegade antigo é fácil ver quais são as diferenças, ainda que sozinho ele passe despercebido, especialmente de frente.
A traseira, com novas lanternas, acaba chamando mais a atenção dos curiosos no trânsito e de amantes de carros no posto de gasolina.
Mas tanto frente quanto traseira tem novos conjuntos ópticos, para-choques e na dianteira grades. A parte superior ficou mais estreita e ganhou uma abertura inferior, tudo para alimentar mais e melhor o novo motor turbo.
Por dentro, mudou o painel de instrumentos em todas as versões, exceto a Sport, para um virtual igual ao usado na Toro e no Compass, mas que aparentemente está com melhor resolução.
A seção central do painel continua igual, bem como as saídas, os comandos de ar-condicionado e uma alça para o passageiro se segurar à frente, se quiser.
O volante é novo e tem um miolo renovado, como vem acontecendo com os modelos da Fiat, mas mantém a boa empunhadura e posição já que tem ajustes de altura e distância.
O que continua ruim aqui é o espaço para quem vai sentado atrás, onde dois adultos vão relativamente bem desde que não tenham mais que 1,80 m, especialmente se quem estiver na frente também tiver essa medida. Com cinco pessoas, quem for no meio segue sofrendo com a falta de espaço para as pernas.
Além disso, para viajar com quatro adultos, o porta-malas diminuto de 385 litros não dá conta de carregar toda a bagagem, ou mesmo para atender um casal com filhos - mas não era de esperar que isso mudasse, já que o carro estruturalmente é o mesmo lançado sete anos atrás.
CONSUMO E DESEMPENHO
Sob o capô está a maior e melhor mudança do Renegade. O carro que era amado pelo estilo, mas odiado pela falta de desempenho especialmente carregado, agora tem um motor digno.
O 1.3 turboflex, que estreou no Compass e entrega até 185 cv e 27,5 mkgf, agora é o único propulsor disponível para o SUV compacto. Havia uma expectativa de que ele adotasse uma calibração menos potente, na casa dos 150 cv como há na Europa, mas a Stellantis jogou o nível lá em cima.
As respostas, tanto na cidade quanto na estrada, transformaram o Renegade em outro carro. Na cidade, com o torque máximo disponível já a 1.750 rpm, é preciso acelerar pouco para tirar o carro da imobilidade.
Na estrada, se antes o Renegade era facilmente empurrado por outros carros, agora as acelerações e retomadas são rápidas e vigorosas. Tanto é que ele faz de 0 a 100 km/h em até 9,5 s com etanol e tem velocidade máxima, declarada pela Jeep, de 202 km/h.
A pegada do Renegade continua boa onde o carro já tinha excelência, como no conjunto de suspensão que, apesar do lugar comum da frase, consegue ter um bom compromisso entre estabilidade e conforto.
Nas curvas, a suspensão garante a estabilidade para que a carroceria não balance tanto, levando junto os ocupantes, mas no piso ruim faz o serviço ao filtrar boa parte das imperfeições.
Claro que o fato de ter suspensão independente também na traseira ajuda bastante a ter esse comportamento admirável em relação à maioria dos rivais, que usam eixo de torção atrás.
O câmbio automático de nove marchas já foi mais que aprovado nesse período em que trabalhou com o motor 2.0 turbodiesel, e continua a fazer um bom papel associado ao 1.3 graças a uma boa calibragem do conjunto.
Como o Trailhawk, a versão S chega com tração 4x4. Os comandos com o seletor giratório para escolher o tipo de piso ou o modo Sport, que endurece a direção e muda o grafismo do painel de instrumentos, continuam iguais e posicionados no mesmo local.
A posição de guiar é confortável, os bancos também, mas falta mais apoio lateral nos bancos dianteiros para segurar melhor nas curvas.
EQUIPAMENTOS
O Renegade S tem painel de instrumentos virtual e configurável com diversas telas e funções, volante multifuncional e com borboletas para troca de marcha, freio de estacionamento eletrônico, câmera de ré, central multimídia de 8,4" com Android Auto e Apple CarPlay sem fio e 3 entradas USB.
O carro traz também Start-Stop, faróis de neblina de LEDs, ar-condicionado automático e digital com duas zonas, rodas de 19", revestimento interno do teto na cor preta, quatro modos no seletor de terreno (Auto, Sport, Neve e Lama/Areia).
Há na lista também chave presencial com partida por botão, sensores de luminosidade e chuva, assistente de estacionamento semiautônomo, retrovisor eletrocrômico e carregador de celular por indução no console central.
MANUTENÇÃO E SEGURANÇA
Em termos de segurança, o Renegade está muito bem equipado. O modelo vem com sete airbags, controles de tração e estabilidade integrados, alerta de ponto cego, frenagem autônoma de emergência, leitor da faixa de rodagem com correção, assistente de partida em rampa e fixação Isofix para cadeirinhas de criança.
Há também controle de velocidade em descida para fora de estrada, o hill descent, detector de tráfego traseiro cruzado e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. Mas o pênalti no pacote de conforto e segurança é a ausência de controle de velocidade adaptativo, item que a Stellantis já não colocou na Fiat Toro, mas tem no Compass.
As seis primeiras revisões do Renegade S 2022 custam um total de R$ 5.659. Da primeira à sexta, os valores são de R$ 718, R$ 817, R$ 901, R$ 844, R$ 1.346 e R$ 1.033. Vale lembrar que as revisões do modelo ocorrem a cada 12 mil km e não 10 mil como na maioria dos veículos.
MERCADO
O Renegade, a exemplo do que fez o Compass, se mexeu para manter a liderança. A Jeep tem uma folga quase inigualável na liderança com seus modelos, mas agora precisa vender mais para pessoas físicas e não só jurídicas (como locadoras) com o novo motor.
Se parece que o preço subiu demais para um carro que antes iniciava a tabela em R$ 100 mil, vale lembrar que desde a versão de entrada ele vem muito mais equipado.
Por mais interessante que possa ser a ideia da tração 4x4, é preciso saber que boa parte dos clientes não usa e poucos sabem colocar o carro em situações mais complicadas. Por outro lado, isso vende como um aditivo no pacote do carro.
Não parece que o Renegade, com as boas melhoras que teve, vai passar por dificuldades para cair no gosto do povo, mas a concorrência cresceu muito em sete anos e tem mais gente para brigar.
Motorização
1.3, 4 cil., turbo
Combustível
Etanol / Gasolina
Potência (cv)
180 cv (gasolina)/ 185 cv (etanol) a 5.750 rpm
Torque (kgf.m)
27,5 kgfm (270 Nm) a 1.750 rpm
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
9,8 s (gasolina)/ 9,5 s (etanol)
Velocidade máxima (km/h)
200 km/h (gasolina)/ 202 km/h (etanol)
Consumo cidade (km/l)
9,1 km/l (gasolina)/ 6,3 km/l (etanol)
Consumo estrada (km/l)
10,8 km/l (gasolina)/ 7,6 km/l (etanol)
Câmbio
Automático, 9 marchas
Tração
4x4 sob demanda
Direção
Elétrica
Suspensão Dianteira
Independente, McPherson
Suspensão Traseira
Independente, Multilink
Freios Dianteiros
Disco ventilado (diâmetro de 305 mm)
Freios Traseiros
Disco sólido (diâmetro de 278 mm)
Pneus
235/45 R19
Rodas
7,5? x 19?
Altura (mm)
1.706
Comprimento (mm)
4.268
Entre-eixos (mm)
2.570
Largura (mm)
1.805
Ocupantes
5
Peso (kg)
1.608
Porta-malas (L)
385
Tanque (L)
55
10.000 km
R$ 718
20.000 km
R$ 817
30.000 km
R$ 901
40.000 km
R$ 844
50.000 km
R$ 1.346
60.000 km
R$ 1.033
Garantia
3 anos
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Airbags do tipo Cortina
Airbags para joelho do motorista
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Piloto Automático
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Vidros Elétricos Traseiros
Central Multimídia
Rádio FM/AM
Entrada USB
Banco de Couro
Banco do motorista com ajuste de altura
Desembaçador Traseiro
Teto Solar
Computador de Bordo
Acendimento automático dos faróis
Faróis de neblina
Frenagem autônoma de emergência
Alerta de permanência em faixa
Sensor de pressão dos pneus
Sensor de pontos cegos
Alerta de colisão
Faróis com regulagem de altura
Bloqueio do diferencial
Sistema de estacionamento autônomo
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