Jeep Renegade Sport: por que versão menos equipada é a que mais vale a pena
Alessandro Reis
Do UOL, em São Paulo (SP)
11/07/2022 04h00
Ao ganhar motor turbo flex e visual renovado em fevereiro, o Renegade aposentou a versão STD, que abria mão de vários itens de série para custar menos, de olho em frotistas e locadoras.
Assim, a versão Sport, hoje na faixa de R$ 130 mil, assumiu o papel de porta de entrada para o SUV compacto.
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Mesmo sendo o Renegade mais simples, essa configuração traz extensa lista de itens de série e o melhor: conta com a mesma motorização e os belos faróis full-LED das variantes mais caras.
Além disso, não economiza nos itens de segurança e traz boa conectividade.
Rodamos cerca de dez dias com o Renegade mais barato e mostramos a seguir o que ele oferece e como anda.
Também explicamos que vale a pena economizar o dinheiro que você gastaria em versões mais completas e usá-lo para o seguro e até para comprar combustível.
Jeep Renegade Sport T270
3,0
4,0
5,0
4,0
3,0
4,0
Pontos Positivos
- Traz o motor mais potente da categoria
- Versão de entrada é bem equipada e traz quase todos os itens que interessam
- Design e acabamento interno
Pontos Negativos
- Espaço interno
- Consumo elevado com etanol
Veredito
Versão mais barata, o Jeep Renegade Sport supera com folga os demais SUVs compactos na mesma faixa de preço quanto ao desempenho. Além disso, traz a grande maioria dos itens que interessam ao consumidor em um SUV compacto, como central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, câmera de ré, freio de estacionamento eletrônico e seis airbags. Além de muito mais potente, o novo Renegade também ficou mais bonito. Seu ponto fraco continua sendo o espaço interno, tanto para passageiros no banco traseiro quanto para as bagagens no porta-malas.
ESPAÇO INTERNO E EQUIPAMENTOS
Se o preço inicial do Renegade ficou mais alto, o Jeep também passou a trazer mais itens de série.
Desde a versão mais simples, o modelo sai da fábrica com quase tudo o que interessa.
É verdade que a central multimídia tem apenas sete polegadas, mas a tela traz boa resolução e sua operação é rápida e intuitiva. Além disso, conta com espelhamento de celulares via Android Auto ou Apple CarPlay sem a necessidade de fios - embora falte o carregamento de smartphones por indução, de série nas demais versões.
Também conta com belas rodas de liga leve de 17 polegadas, faróis full-LED, lanternas com LED, controle de velocidade de cruzeiro, limitador de velocidade, rack de teto, chave canivete com telecomando e um competente sistema de som com seis alto-falantes.
Todos os quatro vidros laterais são elétricos e têm acionamento de um toque, enquanto os bancos de tecido escuro são confortáveis e bonitos.
Ainda em relação aos equipamentos, a versão Sport traz ar-condicionado simples, enquanto nas demais o item é automático e tem dois ajustes independentes de temperatura.
Também é a única configuração a trazer painel de instrumentos analógico, igual ao anterior - as demais agora têm 'cluster" digital de sete polegadas.
Não senti tanta falta desses itens quanto dos sensores de estacionamento traseiros, embora o carro compense a ausência com câmera de ré - cuja imagem é de boa qualidade, inclusive à noite.
O porta-malas iluminado desde a configuração mais simples é outro detalhe que reforça a sensação de qualidade esperada em um veículo premium.
Por falar no compartimento de bagagens, ele é pequeno e deixa a desejar: apesar de a Jeep informar que a capacidade subiu de 320 litros na linha 2021 para 385 litros na 2022, só mudou o método de medição.
Com 2,57 m de distância entre-eixos, o Renegade não é a melhor opção em sua categoria no que se refere a espaço para os ocupantes do banco traseiro - pessoas com mais de 1,80 m têm dificuldade para acomodar as pernas ali.
DESEMPENHO E CONSUMO
Quem já dirigiu o Renegade com o antigo motor 1.8 flex sabe que o desempenho era o calcanhar de Aquiles do SUV bom de vendas.
Ao trocar o motor aspirado de 139 cv pelo novo 1.3 turbo flex de 185 cv e 27,5 kgfm a apenas 1.750 rpm, o modelo ganhou outra personalidade e virou referência quanto à performance.
O vigor nas acelerações e nas retomadas está garantido e existem potência e torque de sobra: basta pisar mais fundo no acelerador que o Renegade esbanja fôlego.
Nunca é demais lembrar que esse mesmo propulsor equipa veículos maiores e muito mais pesados, como Jeep Compass e Commander, além da Fiat Toro.
A diferença de desempenho em relação a outros SUVs compactos é tamanha que eu não me surpreenderei se no futuro a Jeep lançar pelo menos uma configuração do Renegade com o mesmo motor 1.0 turbo flex de 130 cv e 20,4 kgfm do Fiat Pulse.
Quando ao câmbio automático de seis velocidades, ele tem trocas suaves e explora bem o farto torque disponível, embora em algumas (raras) situações demore um pouco a engrenar a marcha mais alta, mesmo quando você alivia a pressão no pedal do acelerador.
Se o salto no desempenho foi enorme, o consumo não melhorou na mesma proporção: com etanol no tanque, obtive consumo médio um pouco acima de 6 km/l na cidade e em torno de 10 km/l na estrada
Com esse combustível, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) informa médias de 7,7 km/l em vias urbanas e de 9,1 km/l em rodovias.
Com gasolina, os números sobem para, respectivamente, 11 km/l e 12,8 km/l na medição do instituto.
Em relação à dirigibildiade, o Renegade turbo flex tem ajuste que prioriza o conforto, que fica maior na versão Sport, que traz rodas de liga leve aro 17 e pneus de perfil mais alto como padrão.
Vale destacar que o Jeep é um dos poucos SUVs compactos a trazer suspensão traseira independente, que eleva o conforto e a estabilidade.
DESIGN
Desde seu lançamento em 2015, o Jeep Renegade ganhou duas reestilizações, que representaram uma evolução, mas não alteraram a essência do design original.
Contudo, a mais recente atualização visual do SUV compacto foi a mais profunda e cumpriu com bastante competência a missão de atualizar um produto de sucesso.
Na dianteira, os novos faróis full-LED, de série desde a versão mais simples, mantiveram o formato arredondado, mas ganharam sofisticação ao incorporar os piscas de LEDs, que se acendem no mesmo anel onde estão as luzes de condução diurna.
Já a grade dianteira ficou menor e suas sete aberturas verticais, marca registrada da Jeep, são alinhadas com sete pequenos recortes na junção com o para-choque. Ficou bom.
As rodas de liga leve, que sempre foram destaque na gama do Renegade, ganharam novo desenho e ficaram ainda mais bonitas na linha 2022 - inclusive as unidades de 17 polegadas da versão Sport.
O novo visual das lanternas traseiras, que exibem um 'X' minimalista e estilizado, ajuda a identificar a reestilização do SUV compacto.
Uma coisa que não mudou no modelo são os retrovisores grandes, que lembram os de picapes, e o para-brisa mais reto e próximo do motorista, uma referência ao primeiro Jeep que enche o Renegade de personalidade.
As maçanetas e os retrovisores pretos, exclusivos da configuração Sport, são outro detalhe que ajuda a compor a aparência mais robusta.
Por dentro, pouco mudou no utilitário esportivo e isso é uma boa notícia: continua o bom acabamento interno, trazendo parte superior do painel e revestimento interno das portas dianteiras com superfície emborrachada.
Nenhum outro SUV compacto na mesma faixa de preço do Jeep é assim.
SEGURANÇA
Nesse quesito, o Renegade manda bem desde a versão mais simples.
Todas as configurações do SUV compacto vêm de fábrica com freios a disco nas quatro rodas; controles de tração e estabilidade com assistente de partida em rampa; monitoramento da pressão dos pneus; repetidor de seta nos retrovisores; e câmera de ré.
O utilitário esportivo também se alinha com rivais ao trazer, desde a verão mais básica, seis airbags: os frontais obrigatórios, mais dois laterais e outros dois de cortina.
Não bastassem esses equipamentos, a versão Sport vai mais longe e também conta com assistentes à condução.
Por meio de uma câmera instalada na altura do retrovisor interno e voltada para a frente, o SUV tem alerta de colisão com frenagem automática de emergência.
A mesma câmera possibilita agregar o assistente de manutenção de faixa, que não se limita a alertar o motorista, como também corrige o volante
Para completar, o carro também traz detector de fadiga.
MERCADO
É verdade que o Renegade Sport acaba de ficar mais caro, encostando nos R$ 130 mil, mas isso não é exclusividade do SUV da Jeep.
Mesmo ficando mais caro, nessa faixa de preço hoje você não encontra utilitário esportivo com a mesma performance - Renault Duster e Captur, também equipados com motor 1.3 turbo flex, têm desempenho parecido, mas seu câmbio é CVT, menos empolgante, e já se aproximam ou ultrapassam os R$ 140 mil.
Dentro da gama do Renegade, a configuração de entrada é a que traz o melhor custo-benefício, trazendo boa parte itens de tecnologia, segurança e conforto mais desejados em um moderno utilitário esportivo compacto.
Seu único opcional é o pacote de R$ 5.379, que agrega rodas de liga leve de 18 polegadas e bancos de couro, mas já não deixa o preço final tão interessante assim.
Apesar de o Renegade Sport ser o mais acessível, sem abrir mão de uma generosa lista de itens de série, não é a versão mais vendida.
Esse posto é da configuração Longitude, que custa a partir de R$ 145.490 e tem motor e transmissão idênticos.
Por R$ 15,5 mil extras, você acrescenta aletas para trocas de marcha no volante; rodas de liga leve de 18 polegadas; painel de instrumentos digital de sete polegadas; bancos de couro; faróis de neblina; multimídia de 8,4 polegadas; recarga sem fio de celular; sensores de estacionamento traseiros; e ar-condicionado automático de duas zonas.
Eu prefiro economizar esse dinheiro e levar o Renegade Sport, que já traz (quase) tudo o que realmente interessa.
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Motorização
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1.3, 4 cil., turbo
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Combustível
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Etanol / Gasolina
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Potência (cv)
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180 cv (gasolina)/ 185 cv (etanol) a 5.750 rpm
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Torque (kgf.m)
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27,5 kgfm (270 Nm) a 1.750 rpm
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Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
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8,8 s (gasolina)/ 8,7 s (etanol)
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Velocidade máxima (km/h)
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208 km/h (gasolina)/ 210 km/h (etanol)
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Consumo cidade (km/l)
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11 km/l (gasolina)/ 7,7 km/l (etanol)
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Consumo estrada (km/l)
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12,8 km/l (gasolina)/ 9,1 km/l (etanol)
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Câmbio
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Automático, 6 marchas
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Tração
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Dianteira
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Direção
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Elétrica
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Suspensão Dianteira
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Independente, McPherson
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Suspensão Traseira
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Independente, McPherson
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Freios Dianteiros
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Discos ventilados
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Freios Traseiros
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Discos sólidos
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Pneus
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215/60 R17
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Rodas
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17 polegadas
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Altura (mm)
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1.696
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Comprimento (mm)
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4.268
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Entre-eixos (mm)
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2.570
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Largura (mm)
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1.805
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Ocupantes
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5
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Peso (kg)
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1.468
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Porta-malas (L)
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385
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Tanque (L)
-
55
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10.000 km
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R$ 669 (12 mil km ou 12 meses)
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20.000 km
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R$ 768 (12 mil km ou 12 meses)
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30.000 km
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R$ 857 (12 mil km ou 12 meses)
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40.000 km
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R$ 795 (12 mil km ou 12 meses)
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50.000 km
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R$ 1.297 (12 mil km ou 12 meses)
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60.000 km
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R$ 983 (12 mil km ou 12 meses)
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Garantia
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3 anos
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Airbags Motorista
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Airbags Passageiro
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Airbags Laterais
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Airbags do tipo Cortina
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Controle de Estabilidade
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Controle de Tração
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Freios ABS
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Distribuição Eletrônica de Frenagem
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Ar-Condicionado
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Travas Elétricas
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Ar Quente
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Piloto Automático
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Volante com Regulagem de Altura
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Vidros Elétricos Dianteiros
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Vidros Elétricos Traseiros
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Central Multimídia
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Rádio FM/AM
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Entrada USB
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Banco do motorista com ajuste de altura
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Desembaçador Traseiro
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Computador de Bordo
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Frenagem autônoma de emergência
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Alerta de permanência em faixa
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Sensor de pressão dos pneus
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Alerta de colisão
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