Nissan Frontier XE tem presença e conforto, mas peca em segurança
Vitor Matsubara
Do UOL, em São Paulo (SP)
17/09/2020 04h00
Tem muita gente que não se lembra da Nissan Frontier quando vai comprar uma picape 0km.
Prova disso é que o modelo ocupa o sexto lugar nos emplacamentos do segmento com 4.748 unidades registradas até agosto, menos da metade do volume de unidades da terceira colocada Ford Ranger.
Mas é bom não se ater apenas aos números, até porque S10 e Hilux não vendem mais só por serem preferidas do público. Além de contarem com versões flex (algo que ainda é importante para uma boa parcela da clientela), a dupla se apóia mais nas vendas para frotistas do que a Nissan.
UOL Carros avaliou a versão intermediária XE para descobrir se a Frontier merecia mais atenção. Descubra a seguir!
Nissan Frontier XE 2.3 BiTurbo Diesel
Preço
R$ 199.4904,0
Médias de consumo estão dentro da média das concorrentes do segmento
5,0
Motor 2.3 biturbodiesel de 190 cv esbanja agilidade e torque
4,0
Mesmo com três anos, estilo da picape ainda é atual, mas deve mudar em breve
4,0
Lista de itens de série é competente, incluindo GPS, câmera de ré e ar digital dual zone
4,0
Cabine ampla e confortável tem espaço suficiente para quatro adultos e uma criança
5,0
Custos de revisão são muito bons, custando menos do que a já barata S10
3,0
Fora o airbag duplo obrigatório por lei, a picape tem ESP e controle de tração; faltam airbags laterais e de cortina, além das assistências de condução
Pontos Positivos
- Desempenho
- Design
Pontos Negativos
- Itens de segurança
Veredito
A Frontier é uma opção interessante, mas nem sempre lembrada por quem está procurando uma picape. Bonita, bem equipada e com um ótimo motor 2.3 biturbodiesel, ela também é confortável como poucas em sua categoria. Porém, a picape desliza feio na segurança ao não vir com itens como airbags laterais e do tipo cortina e assistências de condução, como frenagem autônoma de emergência e alerta de colisão frontal. O preço também não joga muito a favor.
Versões disponíveis
É verdade que a Frontier tem o mesmo design desde sua estreia no país, em 2017. Mas também é verdade que ainda não haveria necessidade de atualizá-lo - a picape deve ganhar sua primeira reestilização até o ano que vem.
As linhas são bem equilibradas e discretas, sem recorrer a detalhes rebuscados para reforçar o visual robusto. A frente guarda até certa semelhança com a geração anterior da picape e dá destaque à grade frontal de dimensões generosas.
Embora o desenho das laterais seja bem genérico (algo que acontece em quase todas as rivais), a traseira é bem resolvida e tem um visual bem limpo.
Por dentro, a picape denuncia um pouco o peso da idade ao aproveitar componentes de modelos mais antigos, como March e Sentra. As saídas de ar-condicionado vêm do hatch (que acaba de sair de linha no Brasil), enquanto os comandos do ar-condicionado digital são os mesmos do sedã. No geral, a cabine tem um visual mais simples, mas sem parecer espartana.
A posição de dirigir é boa e não é muito alta, como acontece em algumas picapes. O espaço interno é satisfatório para cinco ocupantes, sendo quatro adultos e uma criança. Até quem viaja no banco de trás não tem muito do que reclamar, já que o assento fica em uma posição confortável.
Destaque também para o isolamento acústico, que é um dos melhores entre as picapes turbodiesel: pouco se ouve o ronco do motor e as vibrações são mínimas para um carro desta categoria.
O motor 2.3 turbodiesel traz duas turbinas para entregar 190 cv e 45,9 kgfm de torque máximo. A transmissão automática de sete marchas realiza as trocas de forma suave e "entende" situações nas quais é preciso mais desempenho.
Não foram poucas as vezes em que a Frontier saiu cantando pneu. Como o torque máximo já está disponível a 1.500 rpm, a picape arranca com vigor quando o motorista pisa mais fundo no acelerador. Depois de ter dirigido todas as rivais, posso dizer que o modelo da Nissan é um dos mais ágeis e vigorosos da categoria.
A direção, que se mostra bem responsiva acima de 80 km/h, é muito pesada nas manobras de estacionamento. Isso acontece porque ela tem assistência hidráulica, diferente de algumas concorrentes que contam com direção elétrica. Se você tem uma garagem apertada ou pretende utilizá-la na cidade, é bom se preparar para algum sacrifício.
As médias de consumo são de 9,2 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada. Durante nossa avaliação, realizada majoritariamente na cidade com trechos de rodovia, conseguimos uma média de 9 km/l.
A Frontier XE oferece um pacote competente de itens de série. Sai de fábrica com controle de velocidade em descidas, ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, central multimídia com tela tátil e suporte a Android Auto e Apple CarPlay, GPS, câmera de ré, revestimento interno em couro, banco do motorista com regulagens elétricas, piloto automático, partida do motor por botão, rodas de liga leve de 18 polegadas, sistema de som com 6 alto-falantes, saídas de ar-condicionado para o banco traseiro e tag do Sem Parar instalada no para-brisa.
Um dos grandes pecados da picape é a falta de itens de segurança, especialmente as assistências de condução. Há também apenas o airbag duplo frontal obrigatório por lei, enquanto algumas rivais trazem até 7 bolsas infláveis.
Como acabamos de mencionar, a Frontier não oferece alguns itens de segurança presentes na concorrência. Por isso, saiba que alerta de colisão, frenagem autônoma de emergência, sistema de detecção de pedestres e alerta de permanência em faixa de rolagem não estão presentes nem como opcionais.
A picape também vem apenas com airbag duplo frontal, enquanto a renovada S10 traz seis bolsas infláveis e Ranger, Hilux e L200 vêm com sete airbags. Pelo menos a Frontier XE sai de fábrica com controles de estabilidade e de tração e assistente de partida em rampas.
Os custos de manutenção estão entre os melhores do mercado. Os valores das seis primeiras revisões são os mais baixos da categoria, custando pouco menos do que a Chevrolet S10.
A vida da Frontier nunca foi fácil no segmento de picapes. Entre suas principais rivais estão nomes de peso, como Toyota Hilux SRV (R$ 209.190), Chevrolet S10 LTZ (R$ 206.190) e Ford Ranger XLT (R$ 201.990).
A Hilux tem motor menos potente (177 cv), mas entrega os mesmos 45,9 kgfm de torque máximo. Ranger e S10 são mais potentes (ambas tem 200 cv), sendo que a representante da Chevrolet possui 51 kgfm de torque.
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Motorização
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2.3, 16V, 4 cilindros em linha, biturbo
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Combustível
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Diesel
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Potência (cv)
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190 cv a 3.750 rpm
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Torque (kgf.m)
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45,9 kgfm a 1.500 rpm
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Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
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11,3 s
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Velocidade máxima (km/h)
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180 km/h
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Consumo cidade (km/l)
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9,2 km/l
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Consumo estrada (km/l)
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10,5 km/l
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Câmbio
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automático de 7 marchas
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Tração
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4x4
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Direção
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hidráulica
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Suspensão Dianteira
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independente, duplo A
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Suspensão Traseira
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eixo rígido
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Freios Dianteiros
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discos ventilados
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Freios Traseiros
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tambor
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Pneus
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255/60 R18
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Rodas
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18 polegadas
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Altura (mm)
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1826 mm
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Comprimento (mm)
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5264 mm
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Entre-eixos (mm)
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3150 mm
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Largura (mm)
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1850 mm
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Ocupantes
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5
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Peso (kg)
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2090 kg
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Porta-malas (L)
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n/d
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Tanque (L)
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80 l
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10.000 km
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R$ 699,00
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20.000 km
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R$ 1.289,00
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30.000 km
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R$ 699,00
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40.000 km
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R$ 1.289,00
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50.000 km
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R$ 699,00
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60.000 km
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R$ 1.289,00
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Seguro
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R$ 4.700 (média)
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Garantia
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3 anos
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Airbags Motorista
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Airbags Passageiro
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Controle de Estabilidade
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Controle de Tração
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Freios ABS
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Distribuição Eletrônica de Frenagem
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Ar-Condicionado
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Travas Elétricas
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Ar Quente
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Piloto Automático
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Volante com Regulagem de Altura
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Vidros Elétricos Dianteiros
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Vidros Elétricos Traseiros
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Central Multimídia
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Rádio FM/AM
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Entrada USB
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Entrada Auxiliar
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Banco de Couro
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Banco do motorista com ajuste de altura
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Bancos com ajustes elétricos
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Desembaçador Traseiro
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Computador de Bordo
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Acendimento automático dos faróis
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Faróis de neblina
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