O Nissan Kicks é um dos veteranos do segmento. Surgiu em 2015 e teve a sua reestilização em 2021, quando ficou mais alinhado visualmente ao modelo americano. Desde sempre, o modelo teve seu reconhecimento pela economia de combustível e pelo design. Hoje em dia, ainda mantém bons números de vendas, ainda que não dispute com os líderes.

A versão testada Advance CVT + Pack Plus (R$ 132.690) está entre as que melhor reúnem acabamentos mais refinados e equipamentos pelo preço. Para a versão acima, a Exclusive, o salto de preço é de R$ 12 mil. Será que, mesmo sem o projeto ter mudado tão profundamente, o SUV ainda é competitivo em 2023?

Design

• Destaque da reestilização, que veio na linha 2021, foi característico pela melhoria na sensação de robustez.
• O modelo adotou a mesma linguagem visual que tem sido aplicada aos demais modelos da marca, com os acabamentos de black piano (em especial na grande grade dianteira) e os logotipos que trazem linhas brancas, sugerindo aspecto mais futurista. Os faróis e o para-choque integrados complementam os pontos que estiveram entre as novidades mais recentes.
• Na traseira, além do pára-choque traseiro renovado, se destaca pela barra refletiva que liga as duas lanternas, com posicionamento interno de luzes diferentes do modelo anterior.
• O interior também explora linhas e ângulos para reafirmar a filosofia de desenho do exterior. Tem costuras que, como sempre, sugerem maior refinamento. Algo que é sempre muito bem vindo é o volante com base achatada, algo que está presente.
• A Nissan bem sabe que o visual do Kicks é muito bem resolvido e, para mim, de bom gosto. O ponto é que, considerando o tempo de mercado do projeto como um todo, talvez já esteja esbarrando na necessidade de virar um carro totalmente novo para reaquecer sua popularidade.

Espaço interno e conectividade

• O sistema multimídia tem tela de 8 polegadas e os recursos de conectividade Apple Car Play e Android Auto. Só não avançou no processo de espelhamento de smartphone, que ainda exige uso de cabo.
• A utilização do sistema é fácil e o toque é bom, mas não traz tantos recursos quanto outros carros de sua categoria. O cluster, por sua vez, mistura o tacômetro digital com o velocímetro analógico.
• Os bancos são macios, há acabamentos com superfícies sensíveis ao toque e todos os ocupantes têm estofamento para apoiar os cotovelos. Para quem vai atrás, o espaço para os ocupantes é bom, pois o túnel central não é tão elevado e porque os bancos dianteiros têm leve recuo na parte de trás, favorecendo o vão para os joelhos.

Segurança e equipamentos

• Vem com câmera de ré com linhas guias, sensor de estacionamento, enquanto em segurança reúne seis airbags (frontais, laterais e de cortina), controles de tração/estabilidade, assistente de partida em rampas e monitoramento da pressão dos pneus, botão de partida, o acendimento automático dos faróis.
• Ao contrário da versão acima, a Exclusive CVT, o Advance não oferta as câmeras 360º, tampouco o rebatimento elétrico dos retrovisores e os dois alto-falantes da Bose instalados no encosto de cabeça do motorista, que ajudam a amplificar o palco sonoro, independente do estilo musical.

Ergonomia e dirigibilidade

• A posição ao volante é muito "de cima para baixo" para o meu gosto. Como a posição mais baixa do banco ainda mantém o corpo de forma muito elevada. Ainda que o volante tenha boas possibilidades de ajuste, a empunhadura acaba comprometendo um pouco, pois fica mais voltado de baixo para cima do que a 90º da linha do peito (que é sempre o mais ideal para evitar a fadiga e para favorecer a precisão enquanto se esterça).
• A suspensão é bem macia e, por isso, posiciona bem o SUV aos que procuram esse atributo. Como o "cobertor" é curto no quesito da dinâmica, abre mão de ser mais firme e preciso em curvas mais ousadas.

Consumo e desempenho

• Mantém o motor 1.6 flex de 114 cv e 15,5 Kgfm, acoplado ao câmbio automático CVT. O conjunto cumpre a proposta desenhada para o carro, mas não entrega muita agilidade. Quando as rotações do motor se elevam, aí sim entrega desempenho dentro do esperado. Até 100 km/h, acelera em 11,8 segundos, ainda que pese apenas 1.136 kg.
• Em compensação, para quem deseja mesmo é economia de combustível, entrega boas médias: 11,3 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada (com gasolina). Com etanol, os números caem para 7,6 km/l e 9,3 km/l. Ainda assim, a autonomia não é a mais favorecida, por conta dos seus 41 litros de tanque.