Nissan Kicks manual tem melhor desempenho da gama, mas peca em equipamentos
José Antonio Leme
do UOL, em São Paulo (SP)
03/11/2021 04h00
Quase em extinção no mercado, os SUVs compactos com câmbio manual se tornam cada diz mais raro dentro das gamas. Uma das poucas opções entre os zero quilômetros é o Kicks Sense.
A versão de entrada conta com opção de câmbio manual ou o automático CVT. Com a transmissão mecânica parte de R$ 99.190 (preço Brasil) e também é um dos poucos modelos ainda abaixo dos R$ 100 mil na categoria.
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Com um misto de sensações, o Kicks Sense manual é certamente o que entrega o melhor rendimento dentro de toda a gama, mas peca em acabamento e equipamento em diversos aspectos.
Nissan Kicks Sense 1.6 MT
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Veredito
A melhor versão do Kicks é também a menos vendida, sem dúvida. A marca precisa atualizar seu trem de força para um turboalimentado para atender os clientes que querem desempenho aliado ao estilo agradável do Kicks. O motor fraco não alinha bem com o CVT, mas por outro lado ninguém quer câmbio manual dessa faixa de preço. Fica claro que nem sempre sua melhor versão é a que ganha mais atenção.
Versões disponíveis
DESIGN E ESPAÇO INTERNO
O Kicks Sense MT chegou às lojas com as demais versões no início do ano. O modelo chamou a atenção pela mudança visual que impactou todas as versões.
A dianteira ficou mais imponente com o novo visual, mais agressivo e que dá ao SUV mais presença nas ruas. Na traseira, as mesmas lanternas que já tinha, mas agora ligadas com por uma barra que reflete a luz.
O que deixa claro que essa é uma versão de entrada são as rodas de aço com calotas e o diâmetro menor, de 16 polegadas, que deixam o Kicks menor imponente olhando lateralmente do que as rodas de 17" das versões mais completas.
Por fora, a versão de entrada não tem também as maçanetas com acabamento cromado e perde os repetidores de seta integrados aos espelhos retrovisores externos.
Por dentro as mudanças ficam mais evidentes. O acabamento é mais simples, todo preto, sem muitos detalhes, sem textura no plástico duro que forma o painel.
O apoio de braço some e o porta-objetos no console central vira apenas um buraco sem tampa ou cobertura. O acabamento em preto opaco em todas as peças internas não tem deixa esquecer que é o carro mais básico. Sem couro nos bancos ou volante, sem estofamento no revestimento do painel e detalhes cromados nas portas e saídas de ar-condicionado.
Por outro lado, o espaço é bom e a posição de guiar também agrada. Isso porque, apesar de ser um modelo de entrada, o Kicks Sense não perdeu nem o ajuste de altura do banco do motorista e nem de altura e distância da coluna de direção.
Para quem vai atrás, o espaço é bom para as pernas e o túnel central não é tão elevado, mas bastante largo para quem vai sentado no meio.
CONSUMO E DESEMPENHO
O motor da versão Sense é a mesma das demais: um quatro cilindros de 1,6 litro, flex, que rende até 114 cv e 15,5 mkgf, seja quando alimentado com etanol ou gasolina.
A diferença aqui está no câmbio manual de cinco marchas. Se perdermos em comodidade do câmbio automático CVT usado nas demais versões, ganhamos em desempenho na Sense manual.
O câmbio manual tem um bom escalonamento e consegue arrancar e retomar melhor que o CVT, que perde muita resposta em detrimento de um melhor consumo de combustível.
Ao buscar aceleração, ele também vai bem. Claro que isso tem um custo durante a experiência de estar atrás do volante. Em 5ª marcha, rodando a cerca de 120 km/h, o Kicks mantém o giro elevado, na casa dos 3.500 rpm, para manter o motor sempre cheio.
A suspensão do Kicks é totalmente direcionada para conforto, optando por um ajuste de maciez, o que ajuda a contornar nosso piso ruim e esburacado da maioria dos lugares Brasil afora.
A direção elétrica segue o mesmo conceito da suspensão, sendo muito leve, o que passa pouca precisão durante a pilotagem, mas agrada em manobras de baixa velocidade e na cidade.
Os dados de consumo na cidade e na estrada, respectivamente, são de 7,8 km/l e 8,9 km/l com etanol e 10,9 km/l e 12,7 km/l quando rodando com gasolina.
EQUIPAMENTOS
O Kicks Sense tem uma lista até que ampla de equipamentos, mas aposta no básico para os clientes. Há trio elétrico, chave canivete, mas não presencial e comando elétrico de regulagem dos espelhos externos.
Há acendimento automático dos faróis, mas as luzes não são de LEDs, são halogenas. O volante é multifuncional com controles de áudio e para atender chamadas.
O painel de instrumentos tem mostradores analógicos e uma pequena tela digital no centro para o computador de bordo, que oferece as informações básicas.
Ele oferece ainda sensor de obstáculos, mas apenas na traseira, com alerta sonoro e a câmera de ré integrada que projeta as imagens na central multimídia.
A central multimídia tem tela de 7 polegadas e integração a Android Auto e Apple CarPlay, mas tem funcionamento confuso. Há uma função, "carga rápida" no sistema da central que se estiver ativado impede o espelhamento do smartphone na tela.
Ela ainda tem um sistema mais simples que o da central das versões mais completas. Sua resposta não é tão ágil e a resolução deixa a desejar, mas ela consegue atender.
MANUTENÇÃO E SEGURANÇA
Em termos de segurança, o pacote do Kicks de entrada traz o que se tornou "padrão" na maioria dos concorrentes: seis airbags, controles de tração e estabilidade, fixação de cadeirinha com Isofix e assistente de partida em rampa (HSA).
O sistema de freio, obrigatário por lei, traz sistema ABS com distribuição eletrônica de frenagem e também o assistente de frenagem, que aumenta a força aplicada em frenagens com força máxima.
A manutenção do Kicks durante os primeiros 60 mil km ou 72 meses, o que ocorrer primeiro, custa um total de R$ 3.393 no programa de revisão com valor fixo da companhia. As 1ª, 3ª e 5ª revisões custam 471 cada, enquanto as 2ª, 4ª e 6ª revisões saem por R$ 660 cada.
MERCADO
O mercado de quem busca uma versão manual de um SUV é cada vez menor e fica restrito sempre a versão de entrada. Quem busca essa categoria e essa faixa de preço acaba já optando pelo conforto e a comodidade do câmbio automático.
Por isso, a Volkswagen tirou da gama a versão manual do T-Cross, pouco procurada, na mudança para linha 2022. Seus rivais que ainda têm a transmissão mecânica são o Chevrolet Tracker com motor 1.0 turbo a e o Renault Duster 1.6, ambos de entrada também.
A fatia é pequena e pouco significativa e deve ser extinta nos próximos anos com a popularização do câmbio automático e dos recorrentes aumentos de preços - que costumava ter a versão de entrada manual como chamariz para as demais, automáticas.
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Motorização
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1.6, 4 cil., 16V
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Combustível
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Etanol / Gasolina
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Potência (cv)
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114 a 5.600 rpm
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Torque (kgf.m)
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15,5 a 4.000 rpm
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Consumo cidade (km/l)
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7,8 (etanol) / 10,9 (gasolina)
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Consumo estrada (km/l)
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8,9 (etanol) / 12,7 (gasolina)
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Câmbio
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Manual, 5 marchas
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Tração
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Dianteira
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Direção
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Elétrica
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Suspensão Dianteira
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Independente, McPherson
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Suspensão Traseira
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Eixo de torção
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Freios Dianteiros
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Discos ventilados
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Freios Traseiros
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A tambor
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Pneus
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205/60 R16
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Rodas
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16 polegadas
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Altura (mm)
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1.610
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Comprimento (mm)
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4.310
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Entre-eixos (mm)
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2,620
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Largura (mm)
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1.760
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Ocupantes
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5
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Peso (kg)
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1.104
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Porta-malas (L)
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432
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Tanque (L)
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41
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10.000 km
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R$ 471
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20.000 km
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R$ 660
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30.000 km
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R$ 471
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40.000 km
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R$ 660
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50.000 km
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R$ 471
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60.000 km
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R$ 660
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Garantia
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3 anos
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Airbags Motorista
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Airbags Passageiro
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Airbags Laterais
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Airbags do tipo Cortina
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Controle de Estabilidade
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Controle de Tração
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Freios ABS
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Distribuição Eletrônica de Frenagem
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Ar-Condicionado
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Travas Elétricas
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Ar Quente
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Volante com Regulagem de Altura
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Vidros Elétricos Dianteiros
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Vidros Elétricos Traseiros
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Central Multimídia
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Rádio FM/AM
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Entrada USB
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Entrada Auxiliar
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Banco do motorista com ajuste de altura
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Desembaçador Traseiro
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Computador de Bordo
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Acendimento automático dos faróis
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Faróis de neblina
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Faróis com regulagem de altura
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