O Nissan Leaf surgiu em 2010. Não era o primeiro carro elétrico da história, mas foi pioneiro na missão que perdura até hoje: difundir a categoria pelo mundo. Naquela época, poucos entregavam uma relação tão boa entre potência e autonomia. Como se não bastasse, vinha bem equipado e a sua utilização oferecia muita praticidade.

Após várias novidades que chegaram ao Brasil há pouco menos de um ano, como se comporta em 2023? O que não dá para negar é que o Nissan Leaf evoluiu em tudo. Em relação à primeira geração, tem melhor dirigibilidade, conforto, equipamentos, desempenho e autonomia.

O que ainda devemos ter em mente é que, há 13 anos, quase ninguém existia para tentar desbancá-lo do posto de "melhor carro elétrico para se comprar" (título que recebeu durante um bom tempo ao redor do mundo). Hoje em dia, a história mudou bastante.

O mercado tem preços mais acessíveis do que os R$ 298.490 cobrados pelo Nissan, autonomia que passa dos 300 km e até dos 400 km (ou ainda mais, inclusive), multimídias enormes, auxílios à condução semi-autônomos, entre outros.

Sem mais delongas, vamos descobrir qual é a sua força como carro elétrico, como meio de locomoção tanto para as cidades e quanto para as estradas, como "ode à tecnologia" (que é algo muito valorizado pelos que procuram carros dessa categoria hoje em dia), entre outros.

Design

O carro mais caro da Nissan é o que, inevitavelmente, acaba ousando mais no visual. Ainda que siga um padrão de design bem característico da marca, entrega algo a mais por meio dos seus faróis de LED afilados, lanternas traseiras com estilo bumerangue, rodas lindas, que mais parecem grelhas de black piano, silhueta que passa boa sensação de velocidade, entre outras

Enquanto uns o consideram como um hatch médio, outros entendem mais que se trata de um monovolume. Entretanto, chamá-lo de crossover não deixa de ser coerente, na minha opinião

No interior, vemos que une o requinte (por meio das cores escuras) com toques de futurismo (principalmente pelos tons de cores das telas e das linhas mais fluidas). O que é bem diferente é a manopla de câmbio, que é uma esfera que mais parece um joystick de videogame. Por outro lado, as lembranças de esportividade que vemos no exterior não se repetem tanto na parte de dentro

Vida a bordo

O destaque fica por conta da maciez dos bancos e do espaço para as pernas. Trata-se de um verdadeiro destaque entre os carros mais macios que podemos encontrar no mercado. Isso o próprio Sentra consegue entregar também, inclusive. Mas a altura em relação ao solo é boa, então ninguém a bordo vai ficar com aquela aflição de quando se raspa os pára-choques no chão

Para todos, os bancos podem ser aquecidos em dois níveis. Na fileira traseira, a viagem seria impecável se não fosse pela elevação do túnel central para quem vai no meio. De todo modo, isso não é o bastante para comprometer espaço interno

Quanto ao acabamento, vemos que a parte de trás não recebeu o mesmo capricho da dianteira. Enquanto na frente até os painéis laterais têm materiais macios, na traseira apenas os apoios para os cotovelos foram contemplados

Dirigibilidade

O volante não traz regulagem de profundidade, mas ainda é possível encontrar uma boa posição para dirigir. De fato, não tem a característica mais esportiva de condução. Ao invés disso, mais uma vez, privilegia o conforto

Apesar da maciez dos bancos e da suspensão, o corpo dos ocupantes fica bem firme pelas abas laterais que abraçam bem. Além disso, o baixo centro de gravidade ajuda na agilidade e na previsibilidade até mesmo em formas mais agressivas de acelerar, frear e esterçar. Se fosse só um pouquinho mais firme, a calibração seria ideal (pelo menos para o meu gosto)

Consumo e desempenho

O motor de 149 cv e entrega 32,6 kgfm de torque de maneira instantânea. Além disso, traz três modos de condução: "ECO" é voltado para economia de energia, "B" faz com que os freios regenerativos atuem de forma mais agressiva para aumentar a recuperação de energia e "D" que é a condução comum

O sistema de propulsão também passou por melhorias, com destaque para o sistema e-Pedal , que possibilita uma dirigibilidade facilitada. Em nossos testes, observamos que o pedal do acelerador é responsável tanto pela aceleração, quanto pela desaceleração (quando não utilizado). O pedal de freio só é necessário quando o carro da frente reduz a velocidade mais bruscamente

Conforme dados da fabricante, o Nissan Leaf é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos e atinge 144 km/h. Ou seja, acelera bem. Entretanto, o seu "calcanhar de Aquiles" é a sua autonomia de apenas 272 km (ciclo WLTP)

Equipamentos

Rodas de liga-leve de 17 polegadas

Conector do tipo 2 (mais comum) e o do tipo CHAdeMO

Retrovisor interno inteligente, que reproduz imagens da traseira

Central multimídia com Apple CarPlay e Android Auto de 8 polegadas

Bancos de couro

Sistema de som premium da Bose

Alertas de tráfego cruzado e de colisão

Sensor de proximidade frontal

Piloto automático adaptativo

Aquecimento dos bancos em dois níveis

6 airbags

Alerta Inteligente de mudança de faixa

Sistema inteligente de prevenção de Mudança de Faixa

Assistente Inteligente de Frenagem de Emergência

Monitoramento da pressão dos pneus

Controle Inteligente de Velocidade