Fiat Strada Freedom tem motor ágil, cabine dupla decente e mais conteúdo
Resumo da notícia
- UOL Carros avaliou a versão intermediária Freedom com cabine dupla
- Picape traz motor 1.3 Firefly de até 109 cv e câmbio manual
- Versão parte de R$ 77.990 e pode chegar a R$ 81.880
Pergunte a qualquer funcionário dentro da Fiat qual é o modelo mais importante da marca no Brasil. Posso apostar que a resposta não será Uno, Mobi e nem Argo. É a Strada que literalmente carrega a responsabilidade de manter as boas vendas da empresa no país.
Assim fica fácil entender porque os italianos não podem errar na nova geração. Afinal de contas, a liderança conquistada pela picape há duas décadas não pode ir embora assim, de uma hora para outra.
Como não se bastasse, a nova Strada ainda precisa honrar a fama de ser referência de robustez e parceira de trabalho para muitos comerciantes pelo Brasil. E tudo isso ao mesmo tempo em que tenta agradar quem usa uma picape leve para o lazer. Deu para entender o tamanho da encrenca?
Será que a nova Strada tem condições de aguentar o peso dessa responsabilidade? UOL Carros começa a responder suas perguntas a partir de agora. E você vem com a gente!
Fiat Strada Freedom 1.3 CD
Preço
R$ 77.990Pontos Positivos
- Design e desempenho
Pontos Negativos
- Consumo e espaço interno
Veredito
Mesmo com 22 anos nas costas, a Fiat pouco precisava fazer para que a Strada vendesse feito pão quente. Mas a esperada renovação já era mais do que necessária - e foi bem executada. Bonita e equipada, ela traz o competente motor 1.3 Firefly nas versões Freedom e Volcano - muito superior ao cansado 1.4 Fire da configuração Endurance. A Strada Freedom também serve para pegar no batente, mas foi feita mesmo para passear. Só evite a picape se você procura um carro econômico. Do contrário, ela é uma boa escolha para quem se divide entre trabalho e lazer.
Se a antiga Strada (que permanece em linha na versão Hard Working) resistiu a duas décadas na base de reestilizações, a nova geração traz o que há de mais atual na linha Fiat.
É por isso que a picape não esconde a inspiração na "irmã mais velha" Toro, especialmente em detalhes como o desenho das lanternas (praticamente uma versão em escala reduzida) e o estilo marcante das laterais.
A dianteira, por sua vez, antecipa o visual que vamos ver nos próximos lançamentos da marca, como as reestilizações de Argo e Cronos, além dos futuros SUVs compactos. Os belos faróis combinam com a grade de barras horizontais, que destacam o novo logotipo da Fiat.
O trabalho da equipe liderada por Peter Fassbender foi tão bem realizado que é difícil notar que as portas dianteiras, colunas "A" e para-brisa são os mesmos do Mobi.
Por dentro, a Strada também traz algumas peças do subcompacto, como o painel de instrumentos com um prático visor em TFT e as saídas de ar-condicionado. O acabamento é simples, mas de bom gosto e com plásticos de qualidade muito superior a da antiga Strada.
Por terem a liberdade de criar um veículo do zero (ou seja, sem precisar trabalhar em cima de uma base antiga, como acontecia anteriormente), os designers puderam pensar em mais porta-objetos pela cabine. Há, inclusive, uma espécie de prateleira acima das entradas USB e auxiliar para acomodar seu smartphone - desde que ele não seja tão grande como o meu, claro.
O espaço interno é satisfatório para quatro adultos e uma criança, bem diferente da cabine apertada da antiga Strada Cabine Dupla. Mesmo assim, não espere por muito espaço, como acontece nas picapes intermediárias - leia-se Fiat Toro e Renault Oroch.
Outro detalhe importante: se a viagem for longa, capriche na postura e alongue-se a cada parada, já que o assento do banco de trás é praticamente vertical - como acontece em quase todas as picapes com cabine dupla.
Do lado de fora, a caçamba das versões com Cabine Dupla tem capacidade volumétrica de 844 litros e podem levar até 650 quilos de carga. Há ganchos para amarração e a Fiat soube aproveitar o espaço da caçamba com inteligência.
Foi muito boa a sacada da Fiat de oferecer o motor 1.3 Firefly na Strada. O problema é que o conjunto de 109 cv e 14,2 kgfm de torque máximo quando abastecido com etanol só equipa as versões Freedom e Volcano. Melhor ainda seria se tivessem aposentado o cansado 1.4 Fire de até 88 cv e 12,5 kgfm, que permanece em linha na configuração Endurance.
Fato é que o propulsor de 1,3 litro cumpre bem seu papel. Ágil nas retomadas e de funcionamento linear, ele embala a picape sem dificuldades com a caçamba vazia, ainda que possa sentir um pouco de dificuldade para trabalhar com capacidade máxima. Além disso, o conjunto apresenta força mesmo em baixas rotações, característica valorizada em veículos que podem transportar cargas.
Leve nas manobras, a direção elétrica garante boa estabilidade mesmo em velocidade mais alta, condição na qual a maioria das picapes costuma apresentar comportamento instável.
De pontos negativos, o câmbio manual manteve os engates um pouco imprecisos. E o consumo poderia ser melhor. Números do Inmetro indicam médias de 8,4 km/l na cidade e 9,4 km/l na estrada com etanol e 12,1 km/l no ciclo urbano e 13,3 km/l no perímetro rodoviário se o combustível for gasolina.
Porém, durante nossa avaliação, a Strada Freedom não passou de 7,5 km/l com o combustível etílico no tanque, sendo que a maior parte do trajeto foi realizada em estradas e com no máximo dois passageiros. Ou seja, com carga máxima, a tendência é piorar.
Sem contar a versão Endurance, que é mais voltada para frotistas e quem precisa de um carro para o trabalho, a Strada Freedom será a versão mais procurada por quem também procura um carro para o lazer.
E a configuração intermediária não deixa a desejar na lista de equipamentos.
Por R$ 77.990, a picape sai de fábrica com itens como 4 airbags, ar-condicionado, assistente de partida em rampas, chave do tipo canivete, computador de bordo, controle de estabilidade, controle de tração com função off-road, direção elétrica, espelhos de cortesia nos para-sóis, faróis de neblina, ganchos de fixação para cadeirinhas Isofix, ganchos para amarração de carga, grade de proteção no vidro traseiro, luz de iluminação na caçamba, luzes diurnas de posição, protetor de cárter, rodas de liga leve de 15 polegadas, sensor de pressão dos pneus, tampa da caçamba com sistema de amortecimento, travas elétricas, volante multifuncional com comandos de som e vidros elétricos.
A capota marítima da Mopar (divisão de acessórios da FCA), que também vem de série na versão Freedom, parece ser resistente e é muito prática para ser manuseada e dobrada.
A unidade avaliada por UOL Carros ainda tinha o Pack Tech (R$ 2.990), que inclui central multimídia com tela tátil de sete polegadas e suporte a Android Auto e Apple CarPlay sem cabos, quatro alto-falantes, câmera de ré e sensores de estacionamento traseiros.
Com a pintura metálica do exemplar cedido pela Fiat, o valor total chega a R$ 81.880.
Segurança é um ponto forte da Strada. Além de ter um projeto mais novo do que sua antecessora, ela traz quatro airbags de série e os importantes controles de estabilidade e de tração. Por fim, o assistente de partida em rampas também assegura que o motorista tenha tranquilidade para arrancar sem sustos.
A Fiat ainda não divulgou os preços de todas as revisões, mas antecipou que o valor total das três primeiras revisões será de R$ 1.284 nas versões com motorização 1.3. Nada mal.
Poucos modelos exercem um domínio tão grande em seu segmento como a Strada. Em 2019, a picape da Fiat emplacou 76.182 unidades, suficientes para abocanhar quase 60% da categoria de picapes leves.
A principal (e talvez) única concorrente real é a VW Saveiro, que, mesmo vendendo bem, nem de longe ameaça o reinado da rival. No ano passado, a picape teve 42.262 exemplares emplacados.
Por algum motivo, a Saveiro só é vendida com cabine dupla nas versões Robust (R$ 72.160) e Cross (R$ 91.350). Não há opção da carroceria na configuração Trendline (que custa R$ 69.290 com cabine simples), que seria a mais adequada para encarar a Strada Freedom.
Bem distante da briga pelo topo está a Chevrolet Montana, com 12.524 emplacamentos em 2019. Disponível em duas versões (LT e Sport), o modelo sai por R$ 71.250 na configuração Sport. O nível de equipamentos, porém, é muito inferior ao da Strada, resultado de um projeto que há alguns anos já sente o peso da idade.
Assim, a única picape que se equipara em preço e proposta (mais voltada para uso recreativo) é justamente um modelo de porte intermediário, a Renault Duster Oroch. Apesar de ser maior, a versão Dynamique 1.6 sai por R$ 80.690 com câmbio manual de cinco velocidades e motor 1.6 de até 120 cv.
Motorização
1.3, 8V, 4 cilindros em linha, flex
Combustível
Etanol / Gasolina
Potência (cv)
109/101
Torque (kgf.m)
14,2/13,7
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
11,2
Velocidade máxima (km/h)
169
Consumo cidade (km/l)
8,4 / 12,1
Consumo estrada (km/l)
9,4 / 13,3
Câmbio
manual de 5 marchas
Tração
dianteira
Direção
elétrica
Suspensão Dianteira
independente, McPherson
Suspensão Traseira
eixo rígido
Freios Dianteiros
discos ventilados
Freios Traseiros
tambor
Pneus
195/65 R15
Rodas
15 polegadas
Altura (mm)
1606
Comprimento (mm)
4474
Entre-eixos (mm)
2737
Largura (mm)
1732
Ocupantes
5
Peso (kg)
1.167
Porta-malas (L)
844 litros (caçamba)
Tanque (L)
55
10.000 km
n/d
20.000 km
n/d
30.000 km
n/d
40.000 km
n/d
50.000 km
n/d
60.000 km
n/d
Seguro
n/d
Garantia
3 anos
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Vidros Elétricos Traseiros
Banco do motorista com ajuste de altura
Computador de Bordo
Faróis de neblina
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