Com preços competitivos e bons produtos, as marcas chinesas BYD e GWM fizeram os carros elétricos e híbridos se tornarem uma realidade no Brasil, com vendas crescendo e mais clientes aderindo.

Dentre os automóveis totalmente movidos a bateria, um trio desponta como o mais vendido da categoria: na liderança, o BYD Dolphin, com 9.608 emplacamentos de janeiro a junho; em segundo lugar, o Dolphin Mini, com 9.050 exemplares comercializados no mesmo período; e o GWM Ora 03 na terceira posição, com 3.687 unidades vendidas no primeiro semestre.

Com design excêntrico e ao mesmo tempo trazendo elementos de carros conhecidos, o Ora 03 é uma alternativa a ser considerada por quem busca um carro elétrico e traz duas versões: a Skin, de entrada, por R$ 150 mil; e a topo de linha GT, com preço sugerido de R$ 184 mil. Nas duas versões, o preço inclui wallbox de 7 kW e carregador portátil.

Nesta avaliação, trazemos todos os detalhes da versão mais cara do Ora 03, que tem os mesmos números de potência e torque da variante de entrada, mas conta com baterias maiores (63 kWh contra 48 kWh), detalhes visuais exclusivos e mais equipamentos de série.

Confira a seguir o teste do Ora GT e tire suas conclusões.

Desvendando o GWM Ora 03 GT

Design: definitivamente, o GWM Ora 03 é um carro com visual que não passa despercebido.

Alguns diriam que sua aparência, com formas arredondadas, é um tanto excêntrica e isso não está longe da verdade.

Fato é que o desenho "retrô futurista" do Ora 03 faz referências a modelos de outras marcas: a dianteira, com seus faróis arredondados, lembra o Mini Cooper e também a última geração do VW Fusca.

De perfil, a lateral também remete um tanto ao automóvel da Volkswagen, enquanto a traseira, com a tampa do porta-malas arredondada e sem lanternas aparentes, remete ao Nissan Leaf.

Por falar na traseira, a luz de freio e as lanternas ficam em uma faixa de LEDs logo abaixo do vidro, uma solução de design inusitada, enquanto a luz de ré e os piscas ficam posicionados na parte inferior do para-choque, como no Hyundai HB20.

Pessoalmente, não considero a melhor solução, pois o motorista do carro logo atrás poderá não enxergar a sinalização, se estiver muito próximo.

Na versão GT, há detalhes visuais exclusivos, como o desenho das rodas de liga leve com um detalhe vermelho, apliques nas caixas de rodas e nos para-choques que lembram fibra de carbono, pinças de freio dianteiras na cor vermelha e aerofólio na tampa traseira com o emblema GT alusivo à versão.

O interior segue o mesmo estilo, combinando elementos modernos e antigos (veja mais na seção "Vida a bordo", na sequência desta avaliação).

Espaço interno: medindo 4,25 m de comprimento, 1,85 m de largura e 2,65 m de distância entre-eixos,o Ora 03 é bastante espaçoso para um hatch médio e supera o rival BYD Dolphin nesse quesito.

No banco de trás, três pessoas conseguem se deslocar confortavelmente e o espaço para as pernas é bastante generoso.

Mesmo com teto solar, até os mais altos conseguem se acomodar bem, graças ao teto mais elevado do que outros carros da mesma categoria - a altura do Ora 03 é de 1,60 m.

Por outro lado, a capacidade do porta-malas não é das maiores, de apenas 228 litros com o banco traseiro levantado - com ele rebatido, o espaço para as bagagens é ampliado para 858 litros, de acordo com a fabricante.

Vida a bordo: estar dentro de um GWM Ora GT é agradável. Além de ser espaçosa, a cabine traz bom acabamento, com superfícies macias ao toque e um visual que mescla elementos retrô e atuais.

Na comparação com o Ora 03 Skin, o GT agrega comodidades como teto solar panorâmico, bancos dianteiros elétricos, ventilados e com massageadores embutidos, memória para os ajustes no banco do motorista, tampa do porta-malas com acionamento elétrico e carregador de celular por indução com 15 W de potência.

Também sai da fábrica com sistema de som de boa qualidade, com 120 W e seis alto falantes, e painel e central multimídia unidos em uma só peça, com duas telas de 10,25 polegadas lado a lado.

O carro não tem botão de partida: basta entrar no veículo com a chave presencial e selecionar a posição D para começar a dirigir, enquanto o freio de estacionamento é eletrônico com função auto hold.

Alguns detalhes não agradam tanto: a interface gráfica do painel e da multimídia é simples demais e um pouco confusa, apesar de as telas trazerem boa resolução; o volante grande demais cobre parte da visão dessas telas; não há ajustes físicos para o ar-condicionado, apenas um botão na parte central do painel, que aciona as regulagens na central multimídia, mas desliga a climatização; e a haste da seta volta para a mesma posição e demanda um tempo de adaptação e é um tanto irritante (um toque leve aciona o pisca por alguns segundos, enquanto um toque mais demorado deixa a seta ativada).

Assista abaixo o vídeo do lançamento do Ora 03 GT no ano passado, com a colunista de UOL Carros Rafaela Borges:

Segurança: nesse quesito, o Ora 03, nas duas versões disponíveis no Brasil, está muito bem servido: foi avaliado com cinco estrelas, a nota máxima, pelo instituto de segurança viária Euro NCAP - o hatch elétrico também é comercializado na Europa.

A lista de equipamentos de segurança é extensa e inclui sete airbags, sendo que um deles é central, posicionado entre os bancos dianteiros.

Além disso, traz uma parafernália de assistentes à condução, como alerta de colisão, frenagem automática de emergência com detecção de pedestres e ciclistas, leitor de placas com limite de velocidade, alerta de ponto cego, monitoramento externo "360º" com câmeras, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e controle de velocidade de cruzeiro adaptativo completo (para o carro completamente e retoma a condução quando o veículo logo à frente volta a se movimentar).

Desempenho: a versão GT traz o mesmo conjunto motriz do Ora 03 Skin: motor elétrico com 171 cv de potência e 25,5 kgfm de torque, com tração dianteira.

Pesando 1.580 kg em ordem de marcha, o Ora responde prontamente ao pedal do acelerador e, especialmente até 60 km/h, é um foguetinho sobre rodas. Na estrada, transmite segurança nas retomadas e nas ultrapassagens.

Tem seletor de modos de condução, que ajusta a resposta do acelerador e a assistência do volante para uma condução mais econômica, confortável ou esportiva.

Apesar do volante grande demais, tem uma direção ágil e um ajuste de suspensões com bom equilíbrio entre conforto e estabilidade.

Com baterias de 63 kWh, tem autonomia de 319 km, de acordo com o ciclo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, mas o alcance pode se aproximar dos 400 km na vida real.

Dá para encarar viagens não muito longas com uma carga completa das baterias - contudo, em rodovias, onde a recarga das baterias nas frenagens é menos acionada, não espere uma autonomia muito superior a 300 km.

Nessa versão mais cara, as baterias poderiam ter um pouco mais de capacidade para deixar o carro mais versátil - a recarga em carregadores rápidos de corrente contínua pode ser feita a potência de 68 kW - na qual dá para preencher as baterias de 10% a 80% em cerca de 40 minutos.

Equipamentos: vem de série com bancos dianteiros com ajustes elétricos, ventilação, massagem e memória no assento do motorista, painel digital de 10,25 polegadas, central multimídia de 10,25 polegadas, monitoramento externo "360º" do veículo com câmeras, bancos de couro, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, volante ajustável em altura e profundidade, carregamento de celular por indução, rodas de liga leve de 18 polegadas, frenagem automática de emergência com detecção de pedestres e ciclistas, alerta de colisão frontal, sensor de ponto cego, alerta de saída de faixa, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo com função stop & go, reconhecimento de placas de trânsito, acendimento automático dos faróis e limpadores do para-brisa com sensor de chuva.

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