Topo

Ford Ranger FX4: como é a versão de 'despedida' que custa quase R$ 300 mil

José Antonio Leme

do UOL, em São Paulo (SP)

18/03/2022 10h00

Após confirmar a chegada da nova Ranger para 2023, a Ford ainda investe na geração atual da picape, lançada em 2012 e que acaba de ganhar seu "canto do cisne" no Brasil.

Ao longo dos últimos dez anos, o utilitário fabricado na Argentina não deixou de receber novidades - a mais recente é a chegada da versão FX4, opção mais requintada em relação à Ranger Storm, com a qual compartilha o apelo aventureiro e a mecânica, acrescentando à receita acessórios como snorkel e pneus mais focados no uso fora de estrada.

Por R$ 288.990, a Ranger FX4 2023 chega às concessionárias com o mesmo preço e nível de equipamentos da versão XLT e é posicionada logo abaixo da Limited, topo de gama, que já supera os R$ 310 mil.

Será que a novidade atende melhor o público que busca uma picape 4x4, ao ser comparada com a versão Storm? O lançamento justifica o preço superio? É o que UOL Carros vai esclarecer.

Ford Ranger FX4

Carros
3,3 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

3,0

4,0

3,0

3,0

4,0

3,0

3,0

Pontos Positivos

  • Design
  • Desempenho

Pontos Negativos

  • Isolamento acústico

Veredito

A Ranger FX4 é um produto interessante, mas que poderia ter chegado antes, inclusive no lugar da versão Storm. A Ford diz que há espaço para as duas opções, mas o contexto no qual ambas estão inseridas não deixa tanto espaço para disputa dentro da marca. De todo modo, o fim da Ranger como a conhecemos está próximo e as versões servem para dar requinte e uma sensação de novidade para atual geração reforçando as qualidades apresentadas nos últimos dez anos.

DESIGN E ESPAÇO INTERNO

O design da Ranger é o mesmo há alguns anos. Na versão FX4, ela ganha algumas mudanças leves, mas bem marcantes. Uma delas é a grade frontal exclusiva, que não é igual à da Storm.

Além de ter entradas de ar diferenciadas, a FX4 também traz nas laterais o nome da versão em um adesivo na parte inferior das portas dianteiras.

Na tampa da caçamba, o adesivo com o nome da picape vem escurecido e não em tons de prata, como de costume. Ali também está o nome da versão, mas com um logotipo em alto relevo.

Por dentro, a picape traz bancos de couro com o nome da versão em baixo relevo nos encostos, além de costura vermelha no volante, na alavanca de câmbio e nos bancos, contrastando com o interior preto.

Em termos de espaço, a picape leva cinco adultos com conforto, mas o quinto ocupante, sentado no meio do banco traseiro, tem de lidar com o túnel central elevado - um problema para todas as picapes médias à venda no País por causa do eixo cardã.

Os ocupantes do banco dianteiro têm conforto, especialmente para as pernas, que não ficam tão flexionadas a 90 graus como em outras picapes, o que proporciona mais comodidade, especialmente ao motorista depois de longos trechos atrás do volante.

O acabamento foi melhorando com o passar do tempo nesta geração da Ranger. A FX4 tem, como nas demais versões, interior com bastante plástico, mas ao menos há texturas e a sensação do toque é de um produto mais bem finalizado.

Imagem: Marcos Camargo/UOL

CONSUMO E DESEMPENHO

Sob o capô está o consagrado motor de cinco cilindros e 3,2 litros, turbodiesel, que rende 200 cv e 47,9 mkgf. Ele vem associado ao câmbio automático de seis velocidades com opção de troca e modo Sport na alavanca.

Em termos de resposta ao pedal do acelerador, esse propulsor, com dez anos de serviços bem prestados, ainda entrega bom desempenho para a picape tanto no fora de estrada quanto em acelerações e retomadas com a picape cheia no asfalto. Ultrapassagens não são um esforço muito grande para a Ranger FX4.

O câmbio forma um bom par com o motor 3.2 e tem escalonamento adequado para realizar as trocas de marcha sem trancos e com respostas rápidas e no tempo certo.

Na linha 2023, o motor 3.2 passa a contar com o sistema de Arla 32, que neutraliza poluentes antes de eles serem lançados na atmosfera. Para isso, foi adotado um reservatório extra para o equipamento, fixado entre as longarinas e que tem bocal de abastecimento junto ao do tanque de diesel.

De acordo com a Ford, dependendo do modo de condução, o tanque de 20 litros de Arla 32 precisa ser reabastecido entre 10 mil e 14 mil km.

O que incomoda é o isolamento acústico baixo, levando ruído mais do que desejável para a cabine, especialmente quando se acelera com vigor.

A tração pode ser ajustada entre os modos 4x2, 4x4 para velocidades altas ou 4x4 com reduzida e opção de bloqueio de diferencial traseiro, de forma a garantir que a força seja transferida para a roda que tem contato com o solo. Todo o acionamento é elétrico e feito por meio de um seletor giratório e de botões no console central.

O fato de o modelo avaliado estar com o jogo de rodas e pneus opcional, que custa R$ 2 mil extras e é focado no fora de estrada, também não ajuda, já que pneus com caráter mais off-road são mais barulhentos no asfalto.

A suspensão da Ranger, por sua vez, sempre se destacou dentro do segmento de utilitários médios. O bom acerto encontrado torna a FX4 boa no asfalto, com pouca rolagem da carroceria nas curvas - o que significa conforto aos ocupantes, enquanto consegue filtrar bem imperfeições, tanto no asfalto quanto fora dele.

O sistema de direção com assistência elétrica não tem respostas diretas, mas isso é uma característica desse tipo de produto, tanto pelo porte quanto pelo peso, deixando a direção não tão afiada quanto seria desejável.

Imagem: Marcos Camargo/UOL

EQUIPAMENTOS

A lista de equipamentos da FX4 é a mesma encontrada na XLT. Isso inclui a central multimídia Sync, que tem integração a Android Auto e Apple CarPlay via cabo USB; ar-condicionado com duas zonas, que pode ser controlado pela central ou pelos botões no painel; espelhos retrovisores com ajustes e rebatimento elétrico; e retrovisor interno antiofuscante.

O motorista conta com ajuste elétrico de altura e distância do assento. Já o volante tem regulagem apenas de altura. Há, ainda, sensores de obstáculos na traseira, câmera de ré, sensores de luminosidade e de chuva e painel de instrumentos parcialmente digital, com duas telas de TFT coloridas e personalizáveis.

Essa lista conta também com faróis Full-LED exclusivos da versão FX4, que melhoram a durabilidade e o alcance dos fachos de luz, especialmente durante a noite, além das luzes diurnas igualmente de LEDs. Ela ganhou, ainda, um santantônio maior do que o da Storm, mas no mesmo formato - o que permite o uso funcional, não apenas estético.

Na FX4 também está disponível o Ford Pass, que permite comandar uma série de funções da picape por meio de um aplicativo de smartphone, como abertura e fechamento remoto da picape, partida a distância com climatização da cabine, localização do veículo e acesso a informações como tempo para próxima revisão, autonomia e pressão dos pneus.

Imagem: Marcos Camargo/UOL

MANUTENÇÃO E SEGURANÇA

No quesito segurança, a FX4 não traz o melhor que a Ranger pode oferecer, exclusividade da versão de topo Limited. Contudo, ainda assim ela trz de série sete airbags, bem como controles de tração e estabilidade integrados e com calibração para reboque, incluindo sistema anticapotamento.

A picape também ofererece controle de velocidade de descida, assistente de partida em rampa e bloqueio do diferencial traseir, para ser usado juntamente com a tração 4x4.

As seis primeiras revisões da Ranger acontecem em um intervalo de 10 mil quilômetros cada e têm um valor total de R$ 8.074, uma média de R$ 1.345 por revisão.

O valor de cada uma delas, que é fixo, é de R$ 1.199 na primeira e na segunda, R$ 1.499 na terceira, R$ 1.249 na quarta e na quinta e R$ 1.679 na sexta revisão.

Imagem: Marcos Camargo/UOL

MERCADO

A Ranger nunca conseguiu liderar o mercado, apesar de ser, de fato, o melhor produto da categoria, além de ser o mais tecnológico desde seu lançamento.

A fama das concorrentes também não ajudou a picape a deslanchar tanto quanto deveria, mas ela conseguiu atender bem quem a escolheu.

Sair de cena com orgulho e uma boa imagem vai ajudar quando a nova geração chegar ao mercado brasileiro em 2023. Até lá, vamos curtir a despedida.

Imagem: Marcos Camargo/UOL

Mecânica
  • Motorização

  • 3.2, 5 cil., 20V, turbo

  • Combustível

  • Diesel

  • Potência (cv)

  • 200 a 3.000 rpm

  • Torque (kgf.m)

  • 47,9 a 1.750 - 2.500 rpm

  • Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)

  • N/D

  • Velocidade máxima (km/h)

  • N/D

  • Câmbio

  • Automático, 6 marchas

  • Tração

  • 4x4 com reduzida

  • Direção

  • Elétrica

  • Suspensão Dianteira

  • Independente

  • Suspensão Traseira

  • Eixo rígido

  • Freios Dianteiros

  • Discos ventilados

  • Freios Traseiros

  • Tambores

Pneus e Rodas
  • Pneus

  • 265/60 R18

  • Rodas

  • 18 polegadas

Dimensões
  • Altura (mm)

  • 1.821

  • Comprimento (mm)

  • 5.354

  • Entre-eixos (mm)

  • 3.220

  • Largura (mm)

  • 2.163

  • Ocupantes

  • 5

  • Peso (kg)

  • 2.247

  • Tanque (L)

  • 80

Preço das Revisões, Seguro e Garantia
  • 10.000 km

  • R$ 1.199

  • 20.000 km

  • R$ 1.199

  • 30.000 km

  • R$ 1.499

  • 40.000 km

  • R$ 1.249

  • 50.000 km

  • R$ 1.249

  • 60.000 km

  • R$ 1.679

  • Garantia

  • 5 anos

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Ford Ranger FX4: como é a versão de 'despedida' que custa quase R$ 300 mil - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sua fonte de informações para aqueles que estão procurando por um novo carro. Com textos detalhados e imparciais, essas avaliações apresentam os prós e contras de cada modelo, bem como informações sobre desempenho, consumo, conforto e segurança. Independentemente de estar procurando por um carro popular ou um modelo de luxo, essa coleção é uma referência essencial para quem deseja tomar a decisão correta.