Lançada no Brasil em setembro de 2020, a atual geração do Peugeot 208 acaba de ser atualizada, trazendo mudanças no visual externo e um novo arranjo e versões e pacotes de equipamentos.

Dentre as várias novidades está a volta da versão GT, com visual esportivo e que chega para substituir o 208 Griffe como opção topo de linha na gama do hatch compacto fabricado na Argentina.

Com preço sugerido de R$ 128.990, o 208 GT traz visual esportivo e o mesmo conjunto mecânico introduzido no modelo há um ano: motor 1.0 turbo flex T200 e transmissão CVT com origem Fiat e 130 cv de potência.

Se a versão GT não difere em desempenho da Allure (R$ 110.990), a outra a sair da fábrica com o propulsor T200, é de longe a mais equipada do 208.

Em termos de design, equipamentos de série e performance, o hatch da Peugeot hoje é um produto bem resolvido e com argumentos para vender mais frente a concorrentes como Volkswagen Polo, líder da categoria, e Hyundai HB20 - que, de janeiro a agosto de 2024, somam, respectivamente, 84.678 e 57.026 emplacamentos, contra apenas 14.152 do carro da marca francesa.

Veja a seguir os pontos fortes e fracos do novo Peugeot 208 GT 2025.

Desvendando o Peugeot 208 GT

Design: é verdade que o visual de qualquer produto é um aspecto bastante subjetivo, mas, no caso do 208, não dá para negar que o design é um dos seus pontos mais fortes.

Nessa reestilização, ficou, ao meu ver, ainda mais bonito.

As mudanças incluem o novo logotipo da Peugeot, que no Brasil estreou no 2008. Agora, o emblema traz um brasão com fundo preto.

O nome da marca francesa passa a ser posicionado no topo da peça, na cor branca - o tradicional leão agora é exibido de perfil, na mesma tonalidade.

Até então, o emblema da fabricante exibia o felino cromado, de corpo inteiro, sem a inscrição Peugeot.

Na dianteira, o novo 208 recebe modificações nos faróis, na grade e no para-choque. As luzes de condução diurna, formadas por três filetes de LEDs alusivos às garras do leão foram deslocados dos faróis para as extremidades inferiores dos para-choques, como no 2008. Esses filetes são inseridos em um nicho com acabamento preto brilhante - que predomina no exterior da configuração GT.

Na traseira, as lanternas mantêm a iluminação por LEDs, mas trazem um novo arranjo de luzes internas, no qual as três "garras" saem da posição vertical e agora são exibidas na horizontal.

Além disso, a palavra Peugeot na barra entre as lanternas traz nova logotipia, com letras maiores e acabamento escurecido, substituindo a aparência cromada anterior.

Na parte externa, as belas rodas de 17 polegadas com novo desenho são exclusivas do 208 GT e exibem acabamento diamantado e detalhes escurecidos.

Vida a bordo: medindo 4.05 m de comprimento e 2,54 m de distância entre-eixos, o 208 tem no espaço interno seu maior ponto fraco.

Passageiros mais altos vão passar por algum aperto no banco traseiro e o porta-malas não é dos mais amplos, com apenas 265 litros de capacidade.

Por dentro, o design que tanto chama a atenção na parte externa também é um destaque positivo no hatch da Peugeot.

O painel parece abraçar os ocupantes, exibindo a parte central, com aparência que remete à fibra de carbono, integrada aos painéis das portas.

Por falar em painel, o cluster digital elevado do 208 traz um efeito 3D, em que as informações são exibidas em profundidades diferentes - a aparência ficou muito bacana e ajuda a destacar o hatch ante aos concorrentes, mas o mostrador poderia ser mais customizável.

Por sua vez, a central multimídia de dez polegadas poderia ser um pouco mais rápida, mas traz conexão com dispositivos móveis via Android Auto e Apple CarPlay sem fio e carregamento de celular por indução. A imagem das câmeras de ré e frontal também poderia ter maior resolução, especialmente à noite.

A fileira de botões físicos posicionada logo abaixo das saídas de ventilação no centro do painel permitem, dentre outras funções, acionar o menu do ar-condicionado na tela da multimídia.

A configuração GT se diferencia ao trazer bancos, volante, coifa da alavanca de câmbio e apoio de braço nas portas com revestimento exclusivo com material sintético que lembra couro e traz costuras na cor verde.

O acabamento interno traz predominância de plásticos rígidos, algo que também acontece na concorrência.

Por outro lado, a posição de dirigir baixa, o já citado painel elevado e o volante compacto com base achatada dão um toque bem esportivo e moderno ao 208 - o volante diminuto não é só um elemento de design, mas permite trocas de direção mais ágeis.

Por fim, o teto panorâmico fixo, de série desde a versão Allure, é outro toque, ao lado do painel 3D, que só o 208 oferece na respectiva categoria.

Segurança: um ponto negativo na gama do Peugeot 208 2025 é trazer seis airbags apenas na versão topo de linha GT - nas demais, são quatro bolsas infláveis.

Também é apenas a configuração mais cara a trazer importantes assistências à condução: só o GT tem alerta de colisão, frenagem automática de emergência, reconhecimento de placas com limite de velocidade, detector de fadiga, comutação automática do farol alto, assistente de manutenção de faixa.

Feita essa ressalva, o 208 mais completo é, como mencionei acima, bem servido em relação à segurança.

Contudo, poderia trazer controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, mas esse recurso está indisponível até no 2008, versão SUV do hatch compacto construída sobre a mesma base estrutural CMP.

O painel de instrumentos elevado, bem rente ao para-brisa, funciona quase como um head-up display e ajuda a manter os olhos sempre na pista.

Por outro lado, o 208 carece de freios a disco nas quatro rodas - ele traz tambores no eixo traseiro.

Desempenho e consumo: o motor 1.0 T200 com 130 cv e 20,4 kgfm e o câmbio CVT com sete marchas simuladas, conjunto mecânico de origem Fiat, foram introduzidos na gama do 208 em setembro do ano passado e deram novo ânimo ao hatch da marca francesa.

Como em outros modelos do grupo Stellantis com mesma motorização, no 208 a dupla vai muito bem, entregando performance com economia de combustível.

O bom torque máximo, disponível a apenas 1.750 rpm, dá muita disposição ao hatch 1.157 kg e sobra força nas acelerações e nas retomadas.

Diferentemente de outros automóveis com transmissão continuamente variável, o CVT do 208 permite acelerações graduais, sem manter os giros altos demais ao pisar no pedal direito.

A simulação de marchas explora bem o torque em baixas rotações e o câmbio até parece ser um automático convencional, com conversor de torque.

O consumo também é bom, especialmente com gasolina no tanque. Com esse combustível, obtive média em torno de 15 km/l na estrada.

Com etanol, o consumo não empolga tanto e fica em torno de 10 km/l no ciclo rodoviário.

Na medição do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), as médias são de 8,8 km/l na cidade e de 10 km/l na estrada com etanol. Com gasolina, cai para, respectivamente, 12,7 km/l e 14,1 km/l.

Para ficar claro: apesar da aparência esportiva, a versão GT, diferentemente da geração anterior do 208, tem rigorosamente a mesma mecânica e acerto de suspensões confortável da configuração Allure - a outra opção turbo da gama.

Equipamentos: vem de série com teto panorâmico fixo, volante ajustável em altura e profundidade, bancos dianteiros, apoio de braço e volante revestidos com couro sintético, central multimídia de 10 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, controle de velocidade de cruzeiro convencional, rodas diamantadas de 17 polegadas, grade dianteira com filetes na mesma cor da carroceria, painel digital com efeito 3D, seis airbags, alerta de colisão, frenagem automática de emergência, reconhecimento de placas com limite de velocidade, detector de fadiga, comutação automática do farol alto, assistente de manutenção de faixa, sensor de chuva, carregamento de celular por indução, sensor crepuscular, chave presencial e faróis e lanternas de LEDs.

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