Toyota Camry tem conforto e desempenho, mas fica devendo em tecnologia
Resumo da notícia
- Sedã é referência em luxo dentro da linha Toyota
- Camry traz motor V6 de 310 cv e câmbio de 8 marchas
- Alta do dólar fez preço saltar para salgados R$ 276.990
Desde meados dos anos 90 que o Camry é a referência em luxo da Toyota no Brasil. Ao longo das gerações, o modelo foi ganhando requinte e tecnologias para se descolar cada vez mais do 'queridinho' Corolla.
A geração atual está à venda no Brasil desde o final de 2017. Perdeu o status de novidade, mas segue sendo cobiçado por quem é fã da marca ou simplesmente pelos clientes que gostariam de ter um sedã luxuoso sem abrir mão da discrição, algo que os visados modelos de Audi, BMW, Mercedes-Benz e Volvo infelizmente não entregam em um país com tanta desigualdade social e violência como o Brasil.
Recentemente, o Camry voltou aos holofotes por conta de um rival. Com o fim da importação do VW Passat, o modelo da Toyota é um dos poucos remanescentes da categoria de sedãs grandes de luxo ao lado de Honda Accord e Hyundai Azera.
Antes que um SUV venha para tomar seu lugar, UOL Carros faz uma avaliação completa para mostrar os pontos fortes e as deficiências do sedã que é uma das referências em sua categoria.
Toyota Camry XLE V6
Pontos Positivos
- Conforto
- Desempenho
Pontos Negativos
- Tecnologia
- Preço
Veredito
O Camry é uma opção bem interessante para quem é fã da marca Toyota e pode subir um degrau depois do Corolla. O motor 3.5 V6 tem desempenho de sobra e um rodar dos mais suaves. O design ainda encanta e o espaço interno é bem generoso. Mas o peso da idade já é sentido na falta de tecnologias que hoje estão presentes até em modelos de categorias inferiores, como nos sedãs médios - vide o próprio Corolla Altis. Fora isso, o preço salgado assusta os pretendentes, que encontram na concorrência opções tão ou mais interessantes por valores mais camaradas.
Nunca houve um Camry com design tão ousado como a geração atual.
As linhas tradicionalmente conservadoras deram lugar a um estilo mais arrojado e esportivo, diferente do que estávamos acostumados a ver na Toyota. Mesmo assim, o resultado ficou muito bom e prova disso é que, mesmo depois de quase quatro anos, o sedã ainda é atraente.
As linhas da dianteira inspiraram o Corolla atual, lançado no Brasil em 2019. Atrás, as lanternas afiladas têm detalhes translúcidos, seguindo o estilo que agrada o mercado dos Estados Unidos, onde o Camry faz sucesso há décadas. Nota-se uma curvatura bem suave do teto com uma traseira relativamente curta para suas dimensões, seguindo a tendência dos cupês de quatro portas.
Por dentro, o console central tem um desenho bem ousado e de muito bom gosto. Há muito espaço interno, especialmente no banco de traseiro, o que apenas reforça a vocação do Camry de ser um carro para executivos que costumam andar com motorista - pelo menos no Brasil.
Ponto positivo para a qualidade de montagem. A unidade avaliada por UOL Carros tinha quase 24 mil quilômetros rodados (algo raro em um universo no qual 99% dos carros cedidos para testes são praticamente novos) e não havia um barulho sequer na cabine.
O motor 3.5 V6 é um dos grandes atrativos do sedã. Com 310 cv e torque máximo de 37,7 kgfm, ele traz a típica sinfonia de um motor de seis cilindros, mas acompanhada de um ronco encorpado e discreto. Afinal de contas, quem tem um Camry não quer chamar atenção.
Diferente do Accord, que tem um comportamento mais arisco e por vezes até esportivo, o Camry preza pela suavidade ao rodar. A condução é extremamente prazerosa pelo silêncio a bordo. O câmbio automático de oito marchas trabalha de forma discreta e precisa, assegurando que o motorista tenha fôlego de sobra em situações de emergência, como em acelerações ou ultrapassagens.
A suspensão tem uma calibragem extremamente confortável e nem parece se tratar de um veículo importado. Mesmo em um piso tão castigado como o nosso, o Camry se comporta com desenvoltura e absorve muito bem as imperfeições.
O Camry é uma das grandes vítimas da valorização do dólar nos últimos anos. Quando foi lançado no Brasil, em meados de 2018, ele custava R$ 189.900. Passou por alguns aumentos e rompeu a barreira dos R$ 200 mil alguns meses depois. Só que nunca havia chegado ao patamar atual: hoje o sedã sai por proibitivos R$ 276.990.
A lista de equipamentos, porém, parece ser a de um bom sedã médio. Há 7 airbags, controles de estabilidade e de tração, ar-condicionado digital com três zonas de temperatura (uma delas para o banco de trás), central multimídia com tela tátil de oito polegadas, sistema de navegação por satélite (GPS), bancos dianteiros com regulagens elétricas e DVD player.
O Camry comete outros pecados. Por ser um projeto mais antigo, o sedã não traz assistências de condução como piloto automático adaptativo, alerta de colisão e frenagem de emergência. Hoje, todos estes equipamentos podem ser encontrados no Toyota Corolla Altis Hybrid.
A câmera de ré não traz guias para auxiliar as manobras - e nem pense em visão em 360 graus. Além disso, a central multimídia não suporta Android Auto e Apple CarPlay e não há um simples teto solar, que está disponível até no Yaris.
Mesmo sendo um modelo importado, o Camry tem bons valores de revisão. A quarta parada, que costuma ser a mais cara no programa de revisões dos veículos, sai por R$ 1.281.
Na segurança, o sedã traz 7 airbags, incluindo a bolsa para proteger os joelhos do motorista. Entretanto, como já mencionamos, faltam as assistências de condução semiautônomas, que já estão presentes em carros de categorias inferiores.
Está cada vez menor o número de concorrentes do Camry.
Assim como nos Estados Unidos, seu rival direto é o Honda Accord (R$ 224.900). A geração atual foi lançada em 2018 e traz um motor 2.0 turbo no lugar do tradicional V6. Mesmo sendo menos potente (256 cv), o sedã tem os mesmos 37,7 kgfm de torque máximo e vem com uma transmissão automática de 10 marchas.
Outro concorrente tradicional é o Hyundai Azera (R$ 269.900), que traz um motor 3.0 V6 de 261 cv e câmbio automático de oito marchas. O Camry também acaba enfrentando sedãs das marcas de luxo mais renomadas, como BMW Série 3, Mercedes-Benz Classe C e Volvo S60, que são menos potentes do que o modelo da Toyota, mas também custam menos.
Motorização
3.5, 24V, V6
Combustível
gasolina
Potência (cv)
310
Torque (kgf.m)
37,7
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
7
Velocidade máxima (km/h)
225
Consumo cidade (km/l)
8,3
Consumo estrada (km/l)
11,5
Câmbio
automático de 8 marchas
Tração
dianteira
Direção
elétrica
Suspensão Dianteira
independente, McPherson
Suspensão Traseira
independente, duplo A
Freios Dianteiros
discos ventilados
Freios Traseiros
discos sólidos
Pneus
235/45 R18
Rodas
18 polegadas
Altura (mm)
1455
Comprimento (mm)
4885
Entre-eixos (mm)
2825
Largura (mm)
1840
Ocupantes
5
Peso (kg)
1620
Porta-malas (L)
593
Tanque (L)
60
10.000 km
R$ 553,72
20.000 km
R$ 768,00
30.000 km
R$ 714,00
40.000 km
R$ 1.281,00
50.000 km
R$ 714,00
60.000 km
n/d
Seguro
R$ 6.800 (média)
Garantia
5 anos
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