O ID.4 dá a largada da estratégia de eletrificação da Volkswagen no Brasil, com 15 novos produtos até 2025. Com isso, o SUV elétrico agora pode compor a garagem dos consumidores. Mas quem se animou em comprar o carro já pode esquecer. O modelo estará disponível somente por assinatura - ao menos por enquanto.

Trata-se do programa Sign&Drive, que oferece a versão intermediária Pro Performance (que é a dos nossos testes de hoje), em um plano único por R$ 9.990 mensais durante 24 meses. Ou seja, ao final deste período, o consumidor terá desembolsado cerca de R$ 240 mil. Se o carro fosse vendido aqui, certamente custaria mais de R$ 400 mil. Aí fica aquela discussão: o que valeria mais a pena?

O que depõe a favor do programa de assinatura é que, por esse valor, além da possibilidade de manter o dinheiro total que seria desembolsado na compra do carro rendendo em aplicações financeiras durante esse período, o cliente conta com cobertura para franquia de 1500 km mensais, manutenção, seguro, documentação, assistência 24h, rastreador, gestão de multas e carro reserva.

Por outro lado, após 24 meses, o cliente não terá mais o veículo (portanto, não terá patrimônio). Além do mais, se o cliente desistir no meio do caminho e quiser rescindir o contrato, deverá pagar uma multa de 35% do valor referente às parcelas restantes. Ou seja, até pode valer a pena para uma proposta de utilização mais específica (como, de repente, para empresas, por exemplo).

Se o carro estivesse disponível para compra, o programa de assinaturas também poderia ser benéfico para permitir aos clientes experimentar o veículo de forma mais completa, através de um test drive mais detalhado. No entanto, uma vez que o carro não está disponível para compra, essa vantagem não está disponível.

Se mais delongas, vamos ver como é o carro mais caro da marca no Brasil, que apesar de você poder dirigir no dia a dia, não pode chamá-lo de seu (pelo menos em todos os sentidos possíveis).

Design

O visual mostra que o carro é uma união entre um carro do futuro, com elementos lúdicos que parecem ter vindo de um videogame, além do porte e das linhas que inspiram a sofisticação

Vemos grandes superfícies em plástico sem pintura (para aumentar a sensação de robustez), grandes rodas de 21 polegadas, três tons de cor (sendo que dois deles compõem a demarcação do teto), molduras de black piano para reforçar os traços dos conjuntos ópticos de LED, entre outros pontos

O interior aposta no painel flutuante, pedais com inscrição de pausa (no freio) e play (no acelerador), além de superfícies com diferentes cores e materiais - mas todos eles sensíveis ao toque. É impossível alguém achar esse carro monótono

Vida a bordo

Aproveitamento de espaço é com ele mesmo. Tem porta-malas de 543 litros, acomodação de sobra para três pessoas na segunda fileira, assoalho plano e saídas de ar-condicionado com ajuste de temperatura, além de duas portas USB-C

Para quem anda na frente, o foco é a sensação de amplitude, uma vez que o painel é separado do console. Nele, há um grande porta-objetos com compartimentos que podem ser arranjados ao gosto dos usuários

Não há nem botão de partida ou de acionamento do freio de estacionamento, porque o VW ID.4 não necessita disso. Basta a chave presencial e encostar na maçaneta para a porta se abrir. Para ligar o veículo, basta pisar no freio

O único ponto que vale destacar é que a central multimídia exige que, quem a estiver utilizando, se familiarize durante mais tempo. Ela não é tão intuitiva desde os primeiros usos quanto outras, justamente porque tem inúmeras funções (até mesmo de purificação do ar da cabine, para se ter uma ideia). Mas, como é de se esperar, é a mais moderna e completa também

Dirigibilidade

A marca optou por um trem de força intermediário para favorecer a capacidade maior de autonomia. Ainda assim, não abre mão das boas respostas. De todo modo, a diferença na resposta é bem grande entre o modo Eco e o Sport (com o Normal no meio do caminho)

A suspensão segue a linha dos outros carros da marca e é firme. Entretanto, mais do que os demais, filtra as imperfeições do solo. É possível sentir como se trata de um carro de grande porte, uma vez que buracos e valetas impactam menos na dirigibilidade (ante SUVs mais "comuns")

A evolução de sistemas como o pacote de direção semiautônoma é notável. Além de manter o carro na faixa e controlar a velocidade, o sistema consegue identificar o tipo de veículo à frente e diferenciar faixas contínuas de tracejadas

Como se não bastasse, as "babás eletrônicas" permitem que o motorista fique até 10 segundos com as mãos fora do volante. Nesse momento, um alerta começa a ser emitido, visual e sonoro, e dentro de 5 segundos ele desativa o sistema por completo

Consumo e desempenho

O seu motor elétrico de 204 cv e 31,6 mkgf de torque é alimentado por uma bateria de íons de lítio, que tem 77 kWh de capacidade. Com isso, é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos

A capacidade de autonomia é de 522 km, segundo a marca. Além do mais, o tempo de recarga prometido é de 80% da bateria em 40 minutos. Como velocidade final nunca é o forte dos carros elétricos, não passa dos 160 km/h

Equipamentos e segurança

Vem com faróis e lanternas full-LED; bancos com ajuste elétrico, aquecimento e massagem; painel de instrumentos digital de 5,3 polegadas; central multimídia de 10 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio; ar-condicionado de três zonas; sete airbags; controle de cruzeiro adaptativo; câmera 360°; iluminação interna em LED; teto panorâmico; frenagem autônoma de emergência; detector de ponto cego; controle de cruzeiro adaptativo; assistente traseiro de saída de vaga e airbag central