VW T-Cross: o que traz a versão de topo do SUV mais vendido do Brasil
Lançado no início de 2019, o Volkswagen T-Cross chega ao seu quarto ano no posto de SUV mais vendido do Brasil, somando mais de 32 mil emplacamentos até o fechamento do primeiro semestre de 2023.
Desde a sua estreia, o primeiro utilitário esportivo compacto da história da Volks tem sido gradualmente aprimorado, recebendo a cada ano mais itens de série e equipamentos opcionais. Entre os principais, estão itens de assistência a segurança, infotenimento e modernização do visual.
A versão Highline parte de R$ 169.990, mas a versão testada sai por R$ 184.050 - com adição dos pacotes Bicolor (R$ 2.120), Sky view (R$ 7.130) e Tech (R$ 3.910). Ou seja, o preço já encosta no Taos Comfortline, que é R$ 186.280.
Será que, apesar do tamanho compacto do T-Cross, justifica pela quantidade de equipamentos adicionais? É o que vamos descobrir a seguir.
Volkswagen T-Cross Highline 2024
Preço
R$ 169.990 (versão Highline) ou R$ 184.050 (configuração testada)Pontos Positivos
- Dirigibilidade precisa
- Boa relação entre consumo e desempenho
- Infotenimento refinado
Pontos Negativos
- Preço
- Porta malas pequeno
- Espaço traseiro quando forem três ocupantes
Veredito
O T-Cross Highline ainda é um dos mais empolgantes SUVs compactos do mercado, mas cobra um preço alto por isso. Não deixa de ser bem equipado e confortável, mas o valor já permite pular para a categoria dos médios em uma versão de entrada. O ponto é que, mesmo entre os compactos, ainda não é o melhor em alguns quesitos (apesar de estar entre os mais caros). Ainda assim, para quem curte dirigibilidade precisa, conectividade e uma ótima relação entre consumo e desempenho, estará muito bem atendido pelo SUV 1.4 turbo da VW.
Design
Mesmo sem mudanças tão profundas desde o seu primeiro lançamento, as atualizações fizeram muito bem para o SUV. Seu visual mais discreto e urbano, combinando as proporções típicas de SUVs com dimensões compactas, caíram no gosto dos brasileiros.
Não seria exagero dizer que o T-Cross poderia ser considerado um hatch alto e musculoso - o que reforça seu papel de substituto do Golf nestes tempos de preferência por SUVs.
Entre as últimas novidades, estão o logotipo mais moderno e o novo desenho do volante multifuncional. Por falar da parte interna, o T-Cross mantém a predominância de plásticos rígidos na cabine, seguindo um padrão em sua categoria - mas que, pelo preço, bem que poderia adicionar alguns revestimentos macios a mais.
De todo modo, as peças são bem encaixadas e variam em forma e textura, conferindo um aspecto de modernidade - na configuração de topo, colunas, teto e painel exibem um visual mais escuro e elegante.
Vida a bordo e dirigibilidade
O T-Cross tem a mesma distância entre-eixos do Virtus, totalizando 2,65 m. Isso significa bastante espaço para as pernas no banco traseiro, mesmo para ocupantes de maior estatura. Entretanto, um terceiro ocupante na segunda fileira acabará comprometendo um pouco o conforto de todos no local.
Os mais altos poderão sentir algum aperto para acomodar a cabeça na segunda fileira de assentos, por conta do teto solar panorâmico opcional (que é muito bom, apesar de que não chega exatamente a encobrir a fileira traseira por completo).
Já o porta-malas de 373 litros deixa a desejar se você tiver uma família maior, ainda que a capacidade possa ser ampliada para até 420 litros por meio de um sistema que deixa os encostos mais eretos.
Na hora de dirigir, é fácil encontrar a melhor posição ao volante, por conta do banco ajustável em altura e da direção com ajustes precisos de regulagem (tanto de altura, quanto de profundidade).
Os ajustes das suspensões e da direção fazem do T-Cross um carro agradável de se dirigir, oferecendo rigidez, mesmo sem deixar o veículo duro demais.
A carroceria mais baixa e o vão livre do solo relativamente estreito - na comparação com o de outros SUVs compactos - fazem a condução do T-Cross lembrar a de um hatch médio, o que é muito bom.
Ao mesmo tempo, a altura do veículo é adequada para transpor buracos, lombadas e valetas das cidades: em nenhum momento da nossa avaliação, o assoalho ou o para-choque dianteiro rasparam ou bateram no piso.
Desempenho e consumo
Lançado em 2019, o T-Cross foi pioneiro na categoria de SUVs compactos ao oferecer motor turbo flex em todas as versões: 1.0 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm e o 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm que é exclusivo da configuração Highline na gama do modelo.
Desde então, concorrentes também aderiram à motorização turbo - especialmente o Jeep Renegade com seu 1.3 turboflex que traz, inclusive, números superiores aos do rival produzido pela VW: até 185 cv e 27,5 kgfm.
Ainda assim , o T-Cross 1.4 continua sendo referência em performance em sua categoria, oferecendo acelerações vigorosas e retomadas confiáveis. Quase 200 kg mais leve do que o Jeep, o representante da Volkswagen tem aceleração de zero a 100 km/h quase idêntica (8,6 s contra 8,7 s do Renegade).
Além do motor esperto, a versão Highline traz seletor de modos de condução, que ajusta câmbio, assistência da direção e sensibilidade do acelerador para uma tocada mais econômica ou esportiva, além de vir de fábrica com aletas no volante para trocas manuais.
O único ponto é que, em algumas situações de ultrapassagem (não em todas) com o modo 'Sport' do câmbio ativo, notamos um comportamento "agressivo demais" (ou poderia ser, na realidade, reflexo de um julgamento mais lento por parte da transmissão). Ao afundar o pé no acelerador, aconteceu de a rotação ficar empacada no giro de corte durante um ou dois segundos, ao invés de passar logo a marcha.
Quanto ao consumo, o Inmetro informa razoáveis 7,7 kml na cidade e 9,3 km/l na estrada com etanol, enquanto as médias sobem a 11 km/l e 13,2 km/l com gasolina no tanque. Não chega a impressionar nesse quesito como as versões equipadas com o propulsor 1.0 TSI, mas considerando o desempenho que tem, a relação entre performance e eficiência é um dos seus principais destaques.
Equipamentos e segurança
Desde dezembro de 2021, o SUV compacto passou a trazer de série, desde a versão 200 TSI, itens que reforçam a proteção aos seus ocupantes e que já estavam disponíveis para o "irmão menor" Nivus.
Estamos falando do controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, que regula de maneira automática a distância em relação ao veículo que está trafegando logo à frente, e também da frenagem autônoma de emergência, que freia o carro para evitar batidas ou minimizar danos causados por um eventual impacto, bem como o sistema de frenagem automática pós-colisão.
Vale destacar que o "piloto automático" adaptativo que equipa Nivus e T-Cross não para totalmente o veículo nem volta a funcionar sozinho quando o tráfego é retomado - como aquele que equipa Taos e Tiguan, Mesmo assim, é um recurso útil, especialmente na estrada, e que outros SUVs compactos não oferecem.
Ainda em relação à segurança, o T-Cross oferece controles de tração e estabilidade com assistente de partida em rampa, monitoramento da pressão dos pneus, câmera de ré, sensores dianteiro e traseiro de estacionamento, sensor de chave e partida do motor por botão, detector de fadiga, bloqueio eletrônico do diferencial.
Quanto aos equipamentos, a versão Highline vem bastante rechaada de fábrica, trazendo de série os itens que mais importam, como painel digital de 10,25 polegadas e a excelente central multimídia VW Play, com tela tátil de alta resolução e 10,1 polegadas - muito responsiva e com interface limpa e intuitiva. Compatível com Apple CarPlay e Android Auto, é uma das melhores disponíveis no mercado.
A escassez de botões físicos é compensada por um menu fixo no lado direito da tela central, permitindo acionar com apenas um toque funções como abertura da tampa do porta-malas e desativação dos sensores dianteiros e traseiros de estacionamento, bem como do sistema start-stop.
Outro ponto favorável são os comandos físicos do ar-condicionado digital de uma zona, que ganharam ajustes deslizantes e sensíveis ao toque na linha 2022. Igualmente na linha atual, o T-Cross incorporou carregamento de celulares por indução desde a versão Comfortline, recurso complementar à sincronização sem fio com smartphones iOS e Android.
A unidade avaliada acrescenta todos os opcionais disponíveis: pintura bicolor e retrovisores pretos (R$ 2.120); teto solar panorâmico (R$ 7.130); e o pacote tecnológico (R$ 3.910), composto por assistente de estacionamento semiautônomo, faróis full-LED e luz alta automática.
Motorização
1,4 litro, turbo flex
Combustível
Etanol / Gasolina
Potência (cv)
150 cv
Torque (kgf.m)
25,5 kgfm a 1.500 rpm
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
8,6 segundos
Velocidade máxima (km/h)
204 km/h
Consumo cidade (km/l)
7,7 / 11 km/l
Consumo estrada (km/l)
9,3 / 13,2 km/l
Câmbio
Automático, 6 marchas
Tração
Dianteira
Direção
Elétrica progressiva
Suspensão Dianteira
Independente do tipo McPherson
Suspensão Traseira
Eixo de torção
Freios Dianteiros
Discos ventilados
Freios Traseiros
Discos
Pneus
205/55 R17
Rodas
17 polegadas
Altura (mm)
1.570
Comprimento (mm)
4.199
Entre-eixos (mm)
2.651
Largura (mm)
1.760
Ocupantes
5
Peso (kg)
1.343
Porta-malas (L)
373
Tanque (L)
52
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Airbags do tipo Cortina
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Piloto Automático
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Vidros Elétricos Traseiros
Central Multimídia
Rádio FM/AM
Entrada USB
Entrada Auxiliar
Banco de Couro
Banco do motorista com ajuste de altura
Desembaçador Traseiro
Teto Solar
Computador de Bordo
Acendimento automático dos faróis
Faróis de neblina
Frenagem autônoma de emergência
Sensor de pressão dos pneus
Alerta de colisão
Abertura elétrica do porta-malas
Faróis com regulagem de altura
Bloqueio do diferencial
Sistema de estacionamento autônomo
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