VW Voyage 1.6 'entra na lei' e impressiona por motor eficiente e preço alto
Vitor Matsubara
Do UOL, em São Paulo (SP)
31/08/2020 04h00
Resumo da notícia
- Carro ganhou encostos de cabeça e cintos de 3 pontos para todos os ocupantes
- Motor 1.6 MSI de 120 cv surpreende pela agilidade e baixo consumo
- Sedã pode sair mais caro do que modelos maiores e mais modernos
Foi em 2019 que a Volkswagen começou a quebrar a cabeça para resolver um problemão que teria a partir do ano seguinte.
A obrigatoriedade de encostos de cabeça e cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes fez com que a empresa fizesse mudanças nos veteranos Gol, Voyage e Saveiro (nas versões com Cabine Dupla).
Agora, estes modelos saem de fábrica com os itens de segurança para o quinto ocupante, como exige a lei. Essa foi apenas mais uma das mudanças realizadas nos projetos em quase 12 anos de vida. Desde 2008, eles receberam apenas leves atualizações visuais e, mais recentemente, ganharam o motor 1.6 MSI que estreou no Fox e hoje também equipa Polo e Virtus.
UOL Carros passou uma semana com o Voyage 1.6 e conta se o veterano sedã ainda é uma boa compra.
VW Voyage 1.6 MSI AT
5,0
5,0
Sobra fôlego para o sedã nas acelerações e retomadas, graças ao casamento entre o bom motor 1.6 MSI e a caixa de seis marchas
3,0
Com quase 12 anos de estrada, o Voyage não está completamente defasado, mas poderia ganhar uma merecida aposentadoria
3,0
Não espere nada além do básico: a maioria dos itens do carro avaliado está à venda apenas em pacotes de opcionais
3,0
Por ser um projeto antigo, o Voyage não tem espaço interno tão generoso como o dos modelos mais recentes, especialmente atrás
4,0
Custos de manutenção são baixos - e um dos motivos que ainda fazem Gol e Voyage venderem bem
3,0
Agora com 5 cintos de segurança e apoios de cabeça para todos, o sedã ficou mais seguro, mas ainda deve airbags laterais
Pontos Positivos
- Desempenho
- Consumo
Pontos Negativos
- Segurança
- Design
Veredito
Quem está procurando um carro para trabalhar encontra no Voyage uma opção interessante. Bom de dirigir e muito econômico, ele também agrada pelo baixo custo de manutenção. Mas o projeto defasado resulta em espaço interno acanhado e falta de mais itens de segurança. O preço, porém, é o principal calcanhar-de-aquiles do carro, já que, com todos os opcionais, ele custa mais caro do que sedãs maiores, mais modernos e mais sofisticados.
Versões disponíveis
O Voyage compete em uma categoria na qual itens como custos de manutenção e relação custo-benefício estão à frente do design. Talvez por isso é que a VW não se preocupa tanto com o estilo do Voyage.
A última atualização é recente: em 2018, ele ganhou uma nova dianteira, com faróis maiores e uma grade frontal mais alta, além de para-choque redesenhado. Só que o estilo não era bem inédito, já que ele havia sido inaugurado pela Saveiro em 2017 e posteriormente replicado no Gol Rallye antes de chegar às versões mais comuns.
A plástica esconde um pouco da idade do sedã, que é refletida em alguns detalhes de projeto, como a linha de cintura mais baixa e os vincos pela carroceria. Mesmo assim, o design do Voyage ainda não parece tão datado como o de alguns concorrentes.
Por dentro, o carro tem um estilo agradável e surpreendentemente elegante para um carro de entrada. As linhas do painel de instrumentos lembram as do Tiguan Allspace, abusando de formas horizontais. Pena que a Volkswagen decidiu manter os velhos painéis de porta do modelo de 2008, que destoam completamente do resto da cabine e dão uma nítida sensação de improviso.
O espaço interno também não é dos melhores, resultado de um projeto com mais de uma década. A posição de dirigir é levemente deslocada para a esquerda, enquanto quem viaja no banco de trás não tem muito espaço para os joelhos. O porta-malas comporta bons 480 litros.
O grande destaque do Voyage é o bom motor 1.6 MSI, que entrega até 120 cv e 16,8 kgfm quando abastecido com etanol. Caso o proprietário decida pela gasolina, os números caem para 110 cv e 15,8 kgfm.
Se no Fox e no Polo o motor já empolga, no Voyage ele é ainda melhor. Quem é mais atento já notou que Gol e Voyage têm 3 cv a mais em relação ao Polo. De acordo com a fabricante, isso acontece porque o formato do coletor de escape e sistema de admissão do Gol permitem um melhor fluxo de entrada e saída dos gases.
O casamento com o câmbio automático de seis marchas (que é o mesmo dos demais modelos da marca, mas com calibragem específica) é dos mais felizes. A caixa faz trocas rápidas e preza pela suavidade, inclusive nas reduções, algo que nem sempre acontece no Polo 1.0 TSI. Experimente pisar fundo no acelerador e a transmissão vai segurar a troca ao máximo para explorar a elasticidade do conjunto.
Os números de consumo também são muito interessantes. Se o combustível for etanol, o sedã faz 8 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada. Bom mesmo é rodar com gasolina, quando o Voyage faz 11,1 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada.
Durante nossa avaliação, que teve pequenos trechos rodoviários e foi realizada com ar-condicionado ligado na maior parte do tempo, o sedã chegou a fazer quase 14 km/l.
Mesmo custando R$ 72 mil, o Voyage 1.6 é muito básico. A lista de itens de série inclui ar-condicionado, direção hidráulica (bem que poderia ter assistência elétrica...), vidros dianteiros elétricos, travas elétricas, ganchos para fixação de cadeirinhas Isofix e suporte para celular.
O pacote Urban Completo custa R$ 3.480 e acrescenta computador de bordo, sensores de estacionamento traseiros, alarme com controle remoto, luzes de leitura para o banco traseiro, alças de segurança no teto, chave do tipo canivete, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, espelhos retrovisores e maçanetas na cor da carroceria, espelhos retrovisores com regulagens elétricas e função tilt-down, faróis de neblina, lanternas fumê, luzes de seta nos espelhos retrovisores, para-sóis com espelhos de cortesia e iluminação, rodas de liga leve de 15 polegadas, abertura elétrica a tampa do porta-malas e vidros elétricos traseiros.
Já o pacote Composition Touch sai por R$ 2.310 e traz a central multimídia Composition Touch com tela de 6,5 polegadas com espelhamento de tela e volante multifuncional revestido em couro com paddle shifts.
Por fim, a pintura metálica pode ser adquirida por mais R$ 1.610. Completa do jeito que nos foi cedida para avaliação, a unidade das fotos custa R$ 77.790.
Para se ter uma ideia, o Chevrolet Onix Plus LTZ completo está à venda por R$ 77.190. Além de mais barato, ele ainda vem com vários itens indisponíveis no Voyage, como 6 airbags, internet 4G com Wi-Fi, acendimento automático dos faróis, direção elétrica, câmera de ré, carregador de celular por indução, destravamento das portas sem chave, partida do motor por botão e piloto automático.
Uma das virtudes do Voyage está no baixo custo de manutenção. Além dos preços camaradas das revisões de 10 mil a 60 mil quilômetros, o carro tem um seguro barato, fazendo dele uma boa opção para quem precisa de um veículo para trabalho.
O carro também ganhou em segurança com a adição dos encostos de cabeça e cintos de três pontos para todos os ocupantes, além dos ganchos para cadeirinhas Isofix. Todos estes itens são obrigatórios desde o fim de janeiro deste ano, conforme prevê a resolução 518 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Entretanto, o sedã poderia ser mais seguro se viesse com airbags laterais e do tipo cortina e os controles de estabilidade e de tração.
Partindo de R$ 70.390 sem opcionais, o Voyage enfrenta concorrentes igualmente defasados, só que mais completos e mais baratos.
O Nissan Versa V-Drive Special Edition custa R$ 68.690 e vem com volante multifuncional, central multimídia com tela de 6,75 polegadas, coluna de direção com regulagem de altura e vidros elétricos nas portas traseiras, todos itens opcionais no Voyage. O motor é o conhecido 1,.6 16V de até 111 cv e o câmbio é do tipo CVT.
Já o Toyota Etios X sai por R$ 66.190 e sai de fábrica com controles de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampas, coluna de direção com regulagem de altura e vidros elétricos nas quatro portas. O sedã é movido pelo motor 1.5 flex de até 107 cv e tem transmissão automática de quatro velocidades.
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Motorização
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1.6, 16V, 4 cilindros em linha, flex
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Combustível
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Etanol / Gasolina
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Potência (cv)
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120 cv / 110 cv
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Torque (kgf.m)
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16,8 kgfm / 15,8 kgfm
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Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
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10,1 s
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Velocidade máxima (km/h)
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185 km/h
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Consumo cidade (km/l)
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8 km/l / 11 km/l
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Consumo estrada (km/l)
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10,1 km/l / 14,3 km/l
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Câmbio
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automático de 6 marchas
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Tração
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dianteira
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Direção
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hidráulica
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Suspensão Dianteira
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independente, McPherson
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Suspensão Traseira
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eixo de torção
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Freios Dianteiros
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discos ventilados
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Freios Traseiros
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tambor
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Pneus
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195/55 R15
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Rodas
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15 polegadas
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Altura (mm)
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1464 mm
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Comprimento (mm)
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4213 mm
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Entre-eixos (mm)
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2467 mm
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Largura (mm)
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1656 mm
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Ocupantes
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5
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Peso (kg)
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1058 kg
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Porta-malas (L)
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480 litros
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Tanque (L)
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55 litros
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10.000 km
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R$ 532,73
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20.000 km
-
R$ 596,83
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30.000 km
-
R$ 522,73
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40.000 km
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R$ 838,93
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50.000 km
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R$ 522.73
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60.000 km
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R$ 596,83
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Seguro
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R$ 1.900 (média)
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Garantia
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3 anos
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Airbags Motorista
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Airbags Passageiro
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Freios ABS
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Distribuição Eletrônica de Frenagem
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Ar-Condicionado
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Travas Elétricas
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Ar Quente
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Volante com Regulagem de Altura
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Vidros Elétricos Dianteiros
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Banco do motorista com ajuste de altura
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Desembaçador Traseiro
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