Hyundai HB20 acirra competição ao mesmo tempo em que abre brecha a rivais
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A chegada de mais uma marca oriental produzindo no Brasil vai acirrar e muito a competição pelos compradores. A Hyundai ergueu a fábrica de Piracicaba (SP) em tempo recorde e, mais do que isso, estudou com bastante cuidado as peculiaridades do mercado. Primeiro de três produtos, o compacto HB20 é específico para o Brasil, muito diferente do Eon, que produz na Índia, ou o Solaris, russo. Contrariamente ao usual, o europeu i20 é que terá, dentro de dois anos, o jeitão do modelo brasileiro.
Os sul-coreanos manterão a convivência de duas redes de distribuição. Produtos montados em Anápolis (GO) pelo Grupo Caoa e os importados ficam como estão. O novo carro, feito no Brasil, será vendido por meio de rede de 130 concessionárias exclusivas, identificada pela cor azul do pórtico de entrada, a partir de 10 de outubro.
A assistência técnica, no entanto, será unificada -- ambas atenderão todos os produtos. Esse processo será gradativo, ao longo de 2013, até chegar a 200 pontos. Estratégia que deixa brecha a explorar por concorrentes.
Embora o hatch HB20 seja oferecido também com motor de 1 litro/80 cv (primeiro três-cilindros em automóvel nacional, depois do DKW-Vemag, de dois tempos, dos anos 1950), a Hyundai acredita que 60% terão motores de 1.6 l/128 cv. Ambos são de alumínio, multiválvulas e duplo comando variável. Diretrizes do projeto foram sofisticar o produto e mantê-lo, no mínimo, 1% abaixo do preço do Gol com o mesmo nível de equipamentos. Preços começam em R$ 32.000 e vão a R$ 43.000 (câmbio automático, mais R$ 3.000), em sete catálogos. Adiante, pode haver versão de R$ 28.000 (tendo como referência o IPI atual).
Há um truque, copiado da Nissan com March/Versa. Airbags são de série, mas freios ABS só nas versões de R$ 38.000 (motor 1,0; superequipada) ou de R$ 37.000 (motor 1,6; menos equipada).
No geral, o HB20 surpreende pelo nível de acabamento, escolha de materiais e regulagem de altura e distância do volante. No entanto, parafusos aparentes atrás dos para-sóis contrastam com o cuidado de ocultar os bicos do lavador do para-brisa (em geral sobre o capô). Ao mesmo tempo em que existe bom apoio para o pé esquerdo, a regulagem de altura do banco do motorista limita-se ao ângulo do assento. Seu estilo, além de moderno, é bem atraente com elegantes vincos laterais. Graças aos 2,50 m de entre-eixos, oferece espaço para pernas no banco traseiro equivalente ao Fiat Palio. Espaço atrás para cabeças também é bom, apesar de refletir algum desconforto do assento baixo. Portas traseiras, porém, dispõem de grande ângulo de abertura. Porta-malas tem 300 l, segundo a fábrica, 10% maior que os rivais. O tanque, de 50 litros, é 10% menor que o do Gol.
O carro é agradável de dirigir, mas suspensões poderiam ser um pouco mais firmes e direção um pouco menos assistida. Silêncio a bordo destaca-se entre os compactos. Caixa de câmbio manual de cinco marchas tem engates precisos; automático, quatro marchas, menos brilhante. O motor de 1,6 l impressiona pelo ímpeto de acelerar, mas abaixo de 2.500 rpm mostra alguma lentidão de resposta. O de 1 litro surpreende pela suavidade em baixas rotações e timbre de escapamento diferenciado. Ambos são os mais potentes do segmento, mas em torque perdem para o Gol (motor de menor cilindrada) e para o Palio (no de maior cilindrada).
A Hyundai poderia até vender o carro mais barato. Optou por aumentar a garantia total para cinco anos, sem limite de quilometragem (uso comercial, 100.000 km), além de segurar os preços de revisões, a cada 10.000 km ou um ano.
RODA VIVA
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+ Apesar do recorde de vendas do mês passado, alcançado pela combinação de demanda reprimida, menos imposto e juros menores, participação dos motores de 1 litro nas vendas totais caiu. Encolheu de 41,7% em julho, para 40,9%, em agosto. Entretanto, ainda representa posição média acima de 60%, quando considerados apenas os modelos compactos.
+ A Ford está pronta para produzir em São Bernardo do Campo (SP), no início de 2013, além do New Fiesta hatch (retocado e alinhado ao modelo europeu que estreia no final de setembro), a versão sedã, mais adiante. Esta continuaria sendo importada do México, mas existem dúvidas sobre o futuro do acordo comercial que inclui também Brasil e Argentina.
+ Poucos comparam preços de modelos equivalentes entre Brasil e Europa. Monovolume Dacia Lodgy, candidato à produção no Brasil pela Renault, teve preço anunciado a partir de R$ 38.000, versão a gasolina, de 1,2 l. O Spin, motor de 1,8 l e mais equipado, parte de R$ 44.500. Igualadas cargas fiscais e conteúdos, o Chevrolet fica um pouco mais barato que o romeno.
+ Semana Nacional do Trânsito (18 a 25 de setembro) terá ação do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). A organização desenvolveu campanha diferenciada sobre o tema acidentes de trânsito, focando no cidadão. Para a ONSV, somente com mudanças de atitude se conseguirá reduzir o alto índice de mortes (estimado em 60.000 em 2012) e feridos (285.000).
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