China vende 30 milhões de carros por ano e acredite: há espaço para mais
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Salão de Pequim mostra como marcas apostam num mercado que ainda tem menos veículos por habitante que o Brasil
Maior mercado mundial de veículos está na China. Aproxima-se neste ano das 30 milhões de unidades vendidas -- volume cerca de dois terços maior que o segundo colocado, os Estados Unidos, e que representa 15 vezes o volume do mercado brasileiro em 2017 -- e continua apostando em crescimento nos próximos anos, embora a um ritmo menor.
A frota circulante passou dos 200 milhões de veículos leves e pesados e só perde (por enquanto) para os próprios EUA, que se aproximaram de 280 milhões no ano passado.
O crescimento espantoso do mercado chinês vai além da pujança econômica dentro de um regime interno politicamente fechado, de partido único. Apesar de números fabulosos, a densidade da frota é de apenas 6,5 habitantes por veículo, contra 4,8 no Brasil e 1,2 nos EUA. Por essas referências novos clientes deverão comprar mais carros, especialmente no interior do país, pois as grandes metrópoles chegaram perto da saturação e com altos índices de poluição do ar.
Dois movimentos recentes apontam para novos rumos. Marcas estrangeiras poderão atuar sem necessidade de ter sociedade de 50% com algum grupo local. É uma leve abertura, mas faltam sinais de que alguma empresa automobilística vá arriscar.
Há ainda forte subsídio financeiro a carros elétricos puros, mas o governo já avisou que em 2020 serão suprimidos. Também lá o dinheiro acaba...
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Atenção especial do ocidente
O Salão do Automóvel de Pequim, aberto ao público domingo passado, vai até 4 de maio e refletiu tendências mundiais. A exposição tem crescido de importância e se alterna com Xangai ano a ano. SUVs e tração elétrica chamam a atenção, como em outras exposições.
Marcas ocidentais e orientais de tradição internacional elegem os salões chineses para lançamentos importantes. BMW, por exemplo, mostrou o protótipo da primeira versão elétrica do X3. Vendas a partir de 2020 e produzido com a sócia local Brilliance, também para exportação a Europa e EUA.
Desta vez, entre estreias mundiais, destacaram-se o inédito Mercedes-Benz Classe A sedã (apresentado com maior distância entre eixos, exigência do mercado local para este e outros tipos de carroceria) e novas gerações do Volkswagen Touareg, Ford Focus (hatch e sedã) e Lexus ES, entre outros.
Até o SUV Audi Q5 surgiu com entre-eixos longo só para agradar o comprador chinês. Ele exige e paga para ter conforto extra, mesmo que motorista e no máximo um acompanhante circulem nas cidades a maior parte do tempo, a exemplo de outros países. Talvez tenham medo de um dia o governo exigir três ou quatro passageiros no uso urbano...
Chery vem com força
Caoa Chery confirmou os produtos que vai lançar ainda este ano no Brasil. O sedã Arrizo 5 (bem próximo em dimensões ao Corolla) será feito em Jacareí (SP) e os SUVs Tiggo 4 e Tiggo 7, em Anápolis (GO).
Em rápida avaliação na pista de testes da fábrica chinesa, em Wuhu, o Tiggo 4 (4,34 m de comprimento, pouco maior que o Nissan Kicks) mostrou comportamento “esportivo” por ter suspensão firme. Tiggo 7 (comprimento de 4,50 m, entre Jeep Compass e Honda CR-V) oferece acerto suave e inclina mais nas curvas.
Segundo Marcio Alfonso, presidente da Caoa Chery, haverá acertos específicos para o mercado brasileiro. Motor turboflex de 1,5 litro terá 150 cv com etanol, potência maior que a oferecida na China. Os câmbios de ambos serão automatizados de dupla embreagem.
Roda Viva
+ Edição especial Night Eagle do Jeep Compass tem preço compatível -- R$ 150.490 ou R$ 4 mil extras -- pelo que oferece a mais sobre a versão Longitude. Como o nome da versão sugere, cromados foram substituídos pela cor preta. Esta aparece também nas rodas e acabamentos internos. Sistema de som Beats completa o pacote. Visual agradável e coerente.
+ Plataforma digital K-Commerce, desenvolvida por Renault e SAP (empresa alemã de softwares de gestão) para comercialização online do Kwid, atendeu não apenas demandas de consumidores adeptos de tecnologia. A fabricante espera obter ajuste fino de produção, em mais alguns meses, para ter pronta-entrega sem sobrecarregar estoques nas concessionárias.
+ Anfavea voltou a apoiar este ano o movimento Maio Amarelo, do Observatório Nacional de Segurança Viária. Ênfase se concentrou nas pessoas que fazem o trânsito. Peças de divulgação (vídeos, spots, posts e artes para mídia impressa e cartazes) são simples, porém bem criativas. Conteúdo pode ser baixado neste link e compartilhado sem custos.
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