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Fernando Calmon

Promoções salvaram vendas de carros de resultados piores na crise

Lucas Lacaz Ruiz/A13
Imagem: Lucas Lacaz Ruiz/A13

Colaboração para o UOL

15/05/2018 18h59

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Retorno de boas vendas em 2018 não inibe promoções e mostra que consumidor está mais crítico

Quem achava que leis de mercado são pouco efetivas para aumentar a competição e baixar preços de automóveis no Brasil pode colocar as barbas de molho.

O cenário atual de rápida recuperação das vendas, que acumularam 21% de crescimento no primeiro quadrimestre de 2018 frente ao mesmo período de 2017, não impediu a expansão de promoções.

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Bônus e outras vantagens indiretas (como gratuidade de despesas obrigatórias e primeiras revisões ou períodos adicionais de garantia) também responderam pelo menor desembolso direto ou indireto ao comprar um modelo novo.

Como houve drástica queda de vendas de quase 50% entre 2013 e 2016, carros vendidos neste período e hoje considerados seminovos estão escassos. Por esse motivo as concessionárias vêm dando preferência em descontos para quem coloca na negociação um veículo seminovo.

A situação atual se deu pelo acirramento de concorrência entre as marcas, chegada de novos modelos e urgência em diminuir a capacidade instalada ociosa. Este cenário veio para ficar e nada indica mudanças nos próximos anos.

O prejuízo financeiro acumulado por quase todas as marcas só não foi maior porque o preço médio de modelos comercializados subiu de patamar. Quem continuou a comprar nos anos de recessão tinha bom poder aquisitivo para escolher modelos mais caros e completos, às vezes com todos os opcionais possíveis.

Um dos fenômenos de mudança de comportamento foi o avanço dos SUVs, mas nada se compara à contínua aceitação dos câmbios automáticos e automatizados. Em modelos na faixa de R$ 80 mil a participação atual passa de 70% e chega quase a 100% acima de R$ 100 mil.

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Roda Viva

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Imagem: Alta Roda
+ América Latina terá capítulo mais aprofundado no plano de negócios mundiais 2018-2022, da FCA, a ser anunciado em 1º de junho próximo, em Balocco, Itália. Será o último planejamento antes da aposentadoria de Sergio Marchionne, em março de 2019. Seu sucessor, apesar das especulações sobre nomes, não será anunciado neste evento.

+ Antonio Filosa, novo CEO da FCA para América Latina, mostrou entusiasmo sobre o programa "Rota 2030". Para ele, o melhor conjunto de diretrizes governamentais, quando aprovado, ao redor do mundo. Quanto à Fiat, prevê atualização do Uno, possível versão aventureira do Argo e motores de 1 litro só com três cilindros. Picape RAM 1500 é possibilidade. Sobre Alfa Romeo, volta ao Brasil improvável.

+ Fontes da coluna preveem que, até o final do ano, Grupo CAOA chegará a um acordo para a própria Hyundai assumir importações da sua marca. Produção em Anápolis (GO) do novo Tucson e ix35 também deve parar em prazo mais longo, a definir. Nova fábrica da sul-coreana seria construída na Argentina para equilibrar seu comércio bilateral dentro do Mercosul.

+ Virtus, sedã compacto anabolizado da VW, tem estilo discreto e acabamento com materiais simples. Em troca oferece amplo espaço para pernas no banco traseiro e alto nível de segurança. Acelerações do motor 1-litro turbo são convincentes, porém saída em baixa velocidade do câmbio automático é brusca demais. Motor 1,6 L (câmbio manual), silencioso em cidade; na estrada, há ruído de aspiração ao acelerar.

+ Estamos em pleno Maio Amarelo, mês focado no trânsito seguro, e o Contran decidiu interromper -- provisoriamente, acredita-se -- obrigatoriedade do mecanismo adicional para evitar levantamento da caçamba de caminhões basculantes com veículo em movimento. Atendeu pleito absurdo de alguns caminhoneiros: eles dizem não encontrar o equipamento.