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Fernando Calmon

Pneu que não fura nem derrapa? Veja tecnologias prometidas pelas marcas

Pneus são o único e estreito vínculo entre o veículo e o solo e também vão seguir ganhando tecnologias nos próximos anos - Getty Images
Pneus são o único e estreito vínculo entre o veículo e o solo e também vão seguir ganhando tecnologias nos próximos anos
Imagem: Getty Images

Colaboração para o UOL

22/05/2018 17h47

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Marcas que fabricam pneus acompanham de perto os cenários que se apresentam ao mundo automotivo das próximas décadas

O futuro da indústria automobilística aponta, ninguém sabe com certeza em que ritmo, para a tração elétrica e avanço das tecnologias de condução autônoma. É uma aposta industrial e de infraestrutura caríssima, sujeita a altos riscos econômicos e de difícil implantação fora de países ricos ou superpopulosos como a China e, eventualmente, a Índia.

Pular a etapa racional dos híbridos pode se tornar um erro grave, talvez tarde demais para reverter.

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No entanto, automóveis continuarão a existir e para rodar vão continuar precisando de pneus. Esses são o único e estreito vínculo entre o veículo e o solo. Os fabricantes desses produtos de borracha estão longe de atuar com indiferença sobre os cenários que se apresentam nas próximas décadas.

Uma das apostas mais ousadas é o pneu esférico da americana Goodyear, Eagle 360 Urban, que dispensa rodas. Um exercício de ficção científica com uma espécie de pele biônica na superfície de rodagem, que nunca fura, utiliza inteligência artificial e pode levitar magneticamente em uma estrada especialmente construída para ele. Nem a empresa consegue fazer previsão de quando se tornará realidade.

Os desafios para carros elétricos também não são poucos: os pneus precisam de um rodar silencioso. E mesmo com dimensões mais estreitas, devem compensar o desgaste extra pelo peso das baterias e torque instantâneo do motor que proporciona acelerações fortes.

Goodyear Oxygene - Divulgação - Divulgação
Protótipo da norte-americana Goodyear, o pneu Oxygene absorve água da rua molhada e inicia um processo de fotossíntese, reduzindo o CO2 e devolvendo oxigênio para a atmosfera
Imagem: Divulgação

Evolução começa agora

De qualquer forma, a evolução terá que vir também para os carros atuais. Foi motivo de análise aprofundada pelo site inglês www.just-auto.com, do qual este colunista é correspondente. Primeira preocupação é diminuir peso. A japonesa Yokohama trabalha para reduzir massa em 25%.

Cada pneu de automóvel exige 40 litros de petróleo para ser produzido. É possível economizar ao usar óleo de soja na composição da borracha. A francesa Michelin desenvolve uma roda flexível capaz de se deformar e evitar que o pneu esvazie ao passar por buracos de DNA brasileiro, sonho de consumo por aqui.

Muito interessante é a proposta da alemã Continental: câmeras rastreiam o spray de água em pista molhada e, com ajuda de outros parâmetros, antecipa o risco de aquaplanagem. Interage, então, com controles eletrônicos para diminuir a velocidade, resolvendo um dos maiores problemas de um veículo com direção autônoma e mesmo de motoristas comuns.

Italiana Pirelli promete, no final deste ano, introduzir a troca de informações em tempo real entre pneus e a eletrônica de bordo, em particular com Sistemas de Assistência Avançada ao Motorista (ADAS, na sigla em inglês).

E que tal um pneu que "respira" e limpa o ar em torno dele? Pois a Goodyear propõe exatamente isso. Desenvolveu um protótipo de um pneu não-pneumático com estrutura aberta que aumenta a aderência ao absorver água da pavimentação molhada. Na lateral, existem musgos capazes de utilizar umidade e iniciar um processo de fotossíntese absorvendo CO2 e devolvendo oxigênio para a atmosfera.

Portanto, de onde menos se espera, brota alta tecnologia. Mesmo de uma estrutura circular e que aparentemente nada agrega. Quem pensava assim estava redondamente enganado, nos dois sentidos do termo.

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Roda Viva

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Imagem: Alta Roda
+Honda abriu a "porteira" para crossovers derivados de hatches com o WR-V, em março de 2017. Fórmula simples: maior altura de rodagem, mudanças estéticas na frente e traseira, penduricalhos de sempre. Primeiro seguidor, Ka Freestyle, chega em julho. Volkswagen não confirma, mas deve lançar no próximo ano o T-Track (nome provisório) com base no Polo.

+ Outro sinal positivo de recuperação sustentável do mercado interno de veículos veio da ampliação em 27,6% do crédito liberado para financiamentos (incluído leasing), em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O dado ruim: apesar de nível da inadimplência perto da mínima histórica, os bancos ainda estão bem seletivos. Mais de 40% das propostas são recusadas.

+ Fim do Inovar-Auto e do super IPI voltou a viabilizar importações desde 1º de janeiro. McLaren aproveitou: seu representante Eurobike acumula grande experiência em automóveis caros. Já em 2019 espera vender 24 unidades. A marca inglesa, claro, enfrenta Ferrari e Lamborghini. Cupê 570S começa em R$ 1,9 milhão e o 720S vai a R$ 3,1 milhões.

+ Tesla continua a enfrentar grandes dificuldades industriais para deslanchar seu modelo elétrico de porte médio, em Fremont, Califórnia. O dono e bilionário, Elon  Musk, pensava que fábrica de automóveis era mina de ouro e descobriu mina de problemas. Mais fácil produzir foguetes. Parafraseando o ditado, está comendo o pão que o diabo, ou melhor, o carro amassou...