Peugeot investe em treinamento e satisfação do cliente para virar jogo
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Entre as inúmeras frases de efeito criadas no mundo dos negócios está o termo BTR (De Volta à Corrida, na sigla em inglês). Esse termo se aplica bem ao esforço recente da Peugeot em mudar sua imagem no Brasil. A marca teve algo em torno de 2,5% de participação de mercado e caiu para menos de 1%. Hoje, ronda 1,2% ou metade do que já representou. Este cenário coincidiu com dificuldades financeiras da matriz na França, agora lucrativa, depois do controle tripartite das ações entre família fundadora, governo francês e chinesa Dongfeng.
A virada aqui começou pelo básico. Renovação de 70% das concessionárias, investimento em treinamento -- em três anos se gastou mais que nos últimos 15 anos -- e disponibilização de uma frota própria de mil carros de reserva distribuída entre quase cem pontos de venda. Ao mesmo tempo bateram na tecla: "Se o cliente não estiver satisfeito com o serviço ou atrasou a entrega, não paga." Foi criado serviço de reboque para veículos de até oito anos de uso, em pane ou acidentado.
Agora apresenta a primeira revitalização do SUV compacto 2008. Mudaram para-choque dianteiro, grade, capô, logotipo do leão estilizado saiu do capô para a grade, DRL e rodas. A inspiração estilística veio do 3008, importado da França, que passou a oferecer versão de entrada por competitivos R$ 139.990. No 2008, o interior recebeu nova central multimídia, teto solar e ar-condicionado bizona. Neste caso, os preços se mantiveram nominalmente iguais de R$ 69.990 a R$ 99.990, o que significa queda real de preços. A empresa espera aumento de 30% nas vendas do modelo.
Faz, ainda, outro movimento ousado. Torna-se a primeira marca generalista no Brasil a aposentar totalmente a caixa manual. Tanto os motores de 1.600 cm³ de aspiração natural (118 cv/etanol) quanto o turbo (173 cv/etanol) só são oferecidos com câmbio automático de seis marchas.
Desde o lançamento do 2008, em 2015, apesar dos vários desmentidos da Peugeot, essa coluna antecipou que o motor turbo seria acoplado ao câmbio automático. Não havia empecilho técnico ao analisar o carro. Provavelmente, existia estoque elevado, a ser escoado, da anterior e sofrível caixa automática de quatro marchas. Para ajudar na decisão, o mercado brasileiro deu uma forte guinada e foi deixando de lado as caixas manuais. A marca francesa afirma oferecer o único SUV automático abaixo de R$ 70.000 para o público PCD.
O carro perde em espaço interno para seu irmão de arquitetura Citroën C4 Cactus e ganha no volume do porta-malas. No entanto, apresenta comportamento dinâmico um pouco melhor, em especial em arrancadas mais fortes com o motor turbo. Seu volante ligeiramente ovalado e de pequeno diâmetro permite experiência muito interessante, inclusive visão do quadro de instrumentos por cima da parte superior do aro.
Alta Roda
+ FCA anuncia, na próxima semana, que terá motores turbo de três e quatro cilindros na sua gama Fiat e Jeep. Baseiam-se nos Firefly de 1 litro e de 1,33 litro para fabricação em Betim (MG). Serão motores sofisticados e disponíveis para 2020. O atual 1,75-litro de aspiração natural E-Torq (mais barato de produzir) continuará em linha ao menos até 2023 e também receberá atualizações.
+ Primeiro carro elétrico da Jaguar, I-Pace chega ao Brasil por R$ 437.000, incluídas revisões grátis nos cinco anos de garantia. Potência total de 400 cv (dois motores, um para cada eixo, tração 4x4) e nada menos de 69,6 kgfm lidam bem com o peso adicional das baterias de 90 kWh: acelera de 0 a 100 km/h em 4,8 s. Autonomia de 470 km, no ciclo WLTP, mais próximo da realidade.
+ Uso prático do I-Pace, nas condições brasileiras de subidas e descidas, não deve garantir tanta autonomia. Há apenas 200 carregadores públicos no País contra 40.000 postos de combustíveis. Mas a Jaguar criou um sistema de navegação inteligente, capaz de cruzar as informações da rota desejada com a autonomia disponível para viagens mais descontraídas.
+ Chevrolet Tracker Midnight, importado do México, segue a moda dos apliques pretos do logotipo às rodas. O desempenho do motor turbo (1,5 l, 153 cv) é o maior destaque deste SUV compacto. Suas dimensões limitam o espaço interno e o tamanho do porta-malas. Direção precisa, câmbio automático de seis marchas e suspensão bem acertada se destacam.
+ Pesquisa feita na Alemanha pela Bosch revelou que há grande demanda para aplicativos de telefone celular substituírem as chaves tradicionais ao abrir/fechar o carro e desbloquear/bloquear a ignição. Entre as vantagens estão menos possibilidades de extravio, mais pessoas compartilharem o carro e a segurança em caso de furtos graças ao bloqueio remoto.
+ Emperrada há mais de dois anos no Contran, a vinculação do licenciamento anual à comprovação de atendimento a um eventual recall pode se tornar obrigatória. Pelo menos esta é a proposta tramitando na Câmara dos Deputados, de autoria de Juninho do Pneu (DEM-RJ). Apenas 40% dos proprietários, no máximo, atende aos recalls, uma ameaça à segurança.
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