Comitiva brasileira viaja para reunião com a Tesla sem saber se Musk estará
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Desembarca nos Estados Unidos amanhã, dia 7, comitiva formada por representantes do governo federal, que se reunirá com pessoas ligadas à Tesla. A intenção é apresentar escopo de projeto para atrair a novata fabricante de automóveis elétricos a produzir no Brasil.
AutoData conversou com o deputado federal Daniel Freitas (PSL-SC), o articulador dessa iniciativa. Ele fará parte da comitiva e terá em mãos uma carta de intenções assinada pelo governador de Santa Catarina com as mesmas condições oferecidas à BMW, já instalada em Araquari por meio de decreto estadual de fomento à indústria, dentre outras prerrogativas.
"Estamos indo justamente para saber o que é necessário que o Brasil faça, em termos de legislação e abertura, para conseguir atrair a Tesla", disse o deputado. "Sabemos que a empresa tem um projeto de expansão global e que a América do Sul está no radar. O Chile fez os primeiros contatos e estamos correndo para que eles não façam nenhum anúncio sem antes escutar o que o Brasil tem a oferecer."
No entanto a comitiva não sabe quem serão os representantes da Tesla seus interlocutores. Elon Musk estará presente? Esta é uma incógnita, assim como a patente dos representantes da empresa.
Não há na bagagem, tampouco em qualquer fórum governamental ou empresarial, contudo, estudo de mercado ou de fornecedores locais que estariam aptos a trabalhar para a produção dos modernos veículos elétricos Tesla. Existe apenas, neste momento, a disposição dos governos federal e catarinense em trazer a montadora para cá.
Rota de colisão? Daniel Freitas, autor de projeto de lei na Câmara dos Deputados que concede grandes incentivos à venda e à produção de veículos elétricos no País desconhece a política industrial automotiva, o Rota 2030. Mesmo não sendo especialista no assunto, tampouco no setor industrial, diz que pretende levar à presidência da Câmara proposta de votação do PL em regime de urgência.
Tá ouquêi. O apoio do próprio presidente da República e do Ministério de Ciência e Tecnologia é o combustível que faz o deputado seguir adiante com sua proposta de beneficiar sobremaneira com incentivos empresas que produzem veículos elétricos. O projeto de lei é, segundo Freitas, uma exceção à politica de austeridade, justamente uma das bandeiras da equipe econômica do governo: "O importante é que a discussão se inicie: a ideia foi aceita pelo governo e agora precisamos criar o ambiente".
Eficiência. Ao manter o antigo motor 1.6 SCe flex - que ainda usa tanquinho! - no novo Duster a Renault deixou de melhorar a eficiência energética a ponto de alcançar as metas do Rota 2030. A nota no selo do Inmetro mudou de D para B, quando com câmbio CVT, e A, para a transmissão manual.
Enquanto o turbo não vem. O Renault 2.0 saiu de linha, preparando terreno para a chegada do prometido 1.3 turbo. Quando chega? Sem previsão, segundo o presidente Ricardo Gondo.
Vem, investimento! Um novo ciclo na Renault do Brasil pode ocorrer após os R$ 3,2 bilhões que se esgotaram com o lançamento da nova geração do Duster. A fase é de negociações com a matriz. Mas nos bastidores o burburinho é de que as conversas estão complicadas, pois há forte cobrança por lucratividade no mercado brasileiro.
Bimestre em queda. Muito cuidado ao analisar as vendas de veículos no primeiro bimestre: em 2019 o Carnaval foi em março, o que prejudica a comparação sazonal. Queda de 1% não é motivo de preocupação.
Média avançando. Merece destaque a média diária, que saltou de 8,8 mil para 11,2 mil unidades de janeiro para fevereiro, alta de 27%.
Calma, de novo. Em janeiro a média foi prejudicada pela adoção da placa Mercosul, que atrasou alguns emplacamentos. Ficou represado e foram efetivados em fevereiro. As médias dos dois meses, portanto, estão contaminadas, para o bem ou para o mal.
A Argentina, sim, preocupa. No país vizinho as vendas caíram, de novo, no bimestre: 28%.
Tendência? A publicação local Autoblog relata que existe uma fórmula muito usada pelos representantes da indústria argentina: ao multiplicar o resultado de fevereiro por doze chega-se próximo ao resultado do ano.
Esperamos que não. Ao multiplicar por doze os 27,2 mil licenciamentos do mês passado alcançamos 326,4 mil veículos. Bem abaixo do resultado do ano passado: 459,6 mil unidades.
* Colaboraram André Barros, Bruno de Oliveira e Caio Bednarski
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