Orgulho nacional, nova Ford Courier será feita no México. E a culpa é da VW
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A picape Ford Courier, um produto orgulhosamente desenvolvido no Brasil, é sucessora de outro ícone da indústria nacional, a Pampa. Inaugurou, em 2001, a produção na moderníssima fábrica de Camaçari-BA (antes era produzida em São Bernardo do Campo-SP), a primeira fora do eixo Sul-Sudeste, um sucesso de vendas...
Quem diria que, vinte anos após esse período histórico, a nova geração da Courier, que deve estar pronta em 2021, não será produzida nem no Brasil nem na Argentina, seus destinos mais prováveis, até agora. Ela deverá ser produzida no México. E a culpa disso é da Volkswagen.
O Autoblog, parceiro editorial de AutoData na Argentina, apurou que após o cancelamento do Projeto Cyclone, tema que já trouxemos a este blog, também foi por água abaixo o Projeto Courier. A ideia original que corria nos bastidores seria a unidade argentina da VW, em Pacheco, assumir a produção na nova geração da Courier enquanto a fábrica vizinha, da Ford, produziria as novas Amarok e Ranger.
Sendo assim uma fábrica da Ford no México foi beneficiada e será a primeira a construir a nova geração da Courier.
É verdade que esse projeto não tem nada da Courier brasileira de vinte anos atrás. Só o nome mesmo, em sua homenagem. O mundo evoluiu e as picapes derivadas de automóveis também: agora elas são maiores, mais robustas e tecnológicas, seguindo o padrão de Fiat Toro, Renault Duster Oroch e uma futura Volkswagen Tarok.
A Courier 2021/2022 aproveitará componentes de vários modelos da Ford. Usará peças estruturais da plataforma do novo Focus e também do ainda inédito Ford Bronco. Este SUV, bastante esperado nos Estados Unidos, também fornecerá motores e grande parte da inspiração do design exterior da Courier. Espera-se um visual moderno e bem agressivo para uma picape.
Os dois produtos da Ford também levarão conceitos modernos de construção ao Projeto Courier. Ela será uma picape de carroceria autossustentável, ou seja, não terá chassis de longarinas, como a Ranger e a F-150. Trata-se de um método de construção mais barato e que reduz o peso.
A grande vantagem de produção no México - que coloca a América do Sul em segundo plano no jogo automotivo global - está na isenção de recolhimento de impostos nos principais mercados do continente americano: Canadá, Estados Unidos, Brasil, Argentina, dentre outros.
Cautela. Os bastidores do setor automotivo ficaram movimentados esta semana. Boa parte das empresas prepara-se para um processo gradual de retomada das atividades. E algumas já voltaram a produzir. Todos estão trabalhando em protocolos específicos para garantir a segurança dos colaboradores e evitar contaminação da covid-19. O contágio zero é a meta dessas medidas porque os executivos avaliam que uma segunda onda de contaminação pode colocar tudo a perder. Está em jogo a saúde dos funcionários, mas também a própria sobrevivência das empresas.
Lá fora. A experiência já realizada em outros países, como China, Coréia do Sul e Taiwan, que aceleraram esta semana a produção nas fábricas de veículos e componentes, está sendo utilizada na definição dos protocolos da empresas brasileiras.
Aqui. Os fabricantes controlam o deslocamento das pessoas até a fábrica. Já no ônibus que transporta os funcionários são feitas medição da temperatura e distribuição de EPIs - máscara, luvas e, em alguns casos, óculos de proteção. Esse procedimento também ocorre na porta da fábrica para aqueles que não utilizam o transporte da empresa. São diversos outros cuidados que antes não existiam e que passarão a ser padrão, como a higienização completa de todo o complexo produtivo.
Devagar. O distanciamento, respeitando 2 metros de um colaborador a outro, é regra que agora será norma para todas as atividades fabris. Os turnos de trabalho também foram alongados para evitar possíveis aglomerações. Neste momento o ritmo não será o mesmo do período pré-pandemia. E talvez demore para voltar ao normal, com todos atuando na produção ao mesmo tempo.
Complexidade. É preciso muita disciplina, planejamento de todas as etapas e um trabalho intenso de conscientização dos colaboradores para que se possa vislumbrar o retorno à normalidade. Há também iniciativas de alguns fabricantes que utilizam suas instalações para a produção de itens essenciais ao combate à pandemia que demandam logística e estratégias diferenciadas para abrigar todas as atividades no mesmo espaço. Estes foram os motivos de tamanha movimentação na indústria automotiva e que levou alguns presidentes de montadoras virem a público anunciar seus planos de retomada. Transparência e iniciativa neste momento são cruciais para os negócios.
Voltaram. AutoData publicou esta semana toda essa movimentaçao e o retorno, na segunda-feira, da produção das fabricantes de caminhões Scania, em São Bernardo do Campo, SP, e Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende, RJ. A Iveco em Sete Lagoas, MG, e a Foton, que inaugurou sua nova linha de montagem em Guaíba, RS, também já estão produzindo.
Ainda não. Os líderes de outras empreas como FCA, Bosch e Continental estão ansiosos para que as atividades em suas fábricas brasileiras voltem à normalidade. Mas, agora, naquilo que estão chamando de "novo normal": devagar, com segurança e acima de tudo evitando ao máximo o coronavírus.
*Colaboraram: André Barros, Bruno de Oliveira, Caio Bednarski e Marcos Rozen
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