Segunda onda de covid-19 no Brasil deixa indústria automotiva apreensiva
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Ao mesmo tempo em que comemoram a retomada do ritmo de vendas pré-pandemia os concessionários de veículos estão preocupados com o cheirinho de segunda onda da covid-19 no Brasil. A escalada dos contágios e internações nos últimos dias acendeu a luz amarela para os varejistas. E a coisa parece séria, pois na Europa e nos Estados Unidos a onda vem crescendo, outro indicador que pode sustentar a adoção de novas medidas de restrições ao comércio justamente nas próximas semanas, tão importantes para as vendas com a chegada das festas de fim de ano.
Por enquanto tudo está no campo das suposições e achismos. Mas varejistas ouvidos por AutoData admitem que a possibilidade de um novo lockdown está no radar.
O fechamento de lojas colocaria um freio na reação positiva do mercado, que nesta primeira quinzena de novembro teve 10,8 mil unidades emplacadas diariamente. A saída da primeira onda começou em junho, com 6,2 licenciamentos por dia útil. Em fevereiro, último mês antes da covid-19 influenciar o mercado brasileiro de veículos, a média diária de vendas foi de 11,2 mil unidades.
Ou seja, escalar do fundo do poço de abril e maio, movimento que teve sua evolução até o desempenho de novembro, foi uma tarefa muito complicada para o varejo automotivo. Lojas fecharam as portas, pessoas perderam seus empregos e muitos brasileiros perderam a própria vida na primeira onda da covid-19.
As montadoras também estão preocupadas com a segunda onda, pois sem ela a demanda aparentemente está aquecida. É o que afirmou o presidente da Toyota, Rafael Chang, esta semana durante o lançamento da nova Hilux: "Com essa média diária [de outubro, 10,3 mil veículos/dia] estamos rodando no ritmo de 2,5 milhões unidades/ano. Essa é a nossa projeção para 2021. Se não houver segunda onda".
Chang admitiu, no entanto, que a segurança das pessoas está em primeiro lugar. Por isso, se for necessário, as linhas de montagem tornarão a parar de produzir veículos: "A prioridade será sempre a saúde dos nossos funcionários".
Na Toyota o efeito da primeira onda reduziu em 10% o quadro de funcionários pré-pandemia. Na cadeia automotiva, no total, foram mais de 4 mil postos de trabalho fechados desde março, segundo o último balanço da Anfavea. E se eliminarmos as fabricantes de máquinas agrícolas e rodoviárias que, com a alta demanda, estão contratando, o déficit do setor seria maior.
A possibilidade de um novo lockdown, provavelmente após as eleições municipais, poderia causar ainda mais danos na já combalida indústria nacional, em todos os setores. Na automotiva, dos fornecedores à ponta da cadeia, os varejistas, o impacto, por enquanto, é imprevisível.
Igualmente arriscado seria apostar que as atividades não devem parar mesmo com o crescimento exponencial das infecções, pois assim preservaria a saúde do tal de mercado. Mas e as pessoas?
De nossa parte a sugestão é: fique em casa. Só saia em caso de necessidade [extrema].
Oportunidade na pandemia. Quando as fábricas voltaram a produzir houve uma procura grande por fretamento. O transporte que antes era feito com um ônibus passou a demandar dois, pois as circunstâncias reduziram a lotação de 48 para 24 pessoas. Resultado: o segmento de fretamento foi o único a crescer a demanda este ano, alta de 27% nos cálculos da Mercedes-Benz.
Menos adaptações. A Mercedes-Benz, líder em vendas de ônibus com metade do volume do mercado brasileiro, lançou o OF 1621, chassi 100% desenvolvido para o fretamento. Antes eram feitas adaptações em chassis urbanos para receber a carroçaria do fretado.
Mais uma picape. A chegada da Fiat Strada foi um sucesso. A Volkswagen trouxe novidades para a Amarok, a Toyota elevou a potência da Hilux e a Peugeot, em alguns dias, apresentará a Landtrek. Os lançamentos têm o agronegócio brasileiro na sua alça de mira.
Elétricos no portfólio. Nissan Leaf na Movida, Golf GTE na Unidas: o brasileiro já pode alugar um carro elétrico.
Pegue o seu. O Itaú, em São Paulo, oferecerá, no início de 2021, BMW i3, Jaguar i-Pace e Jac iEV40 em sistema de carsharing.
* Colaboraram: André Barros, Bruno de Oliveira, Caio Bednarski e Vicente Alessi, filho
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