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Como locadoras farão vendas de carros bombar nos próximos meses
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Enquanto as condições não estão alinhadas para o varejo automotivo, que sofre com a falta de versões específicas e a restrição do crédito, dentre outros fatores que afugentaram o consumidor das lojas, as locadoras continuam levando quase que a maioria dos veículos produzidos no País.
Em realidade faz algum tempo que é assim, mas neste recente período pandêmico nem elas conseguiram os veículos que precisavam, acumulando uma demanda que agora parece será atendida. Com a crise dos semicondutores razoavelmente contornada, as montadoras estão acelerando a produção para entregar esses pedidos, que podem chegar a 850 mil veículos em quinze meses. Ou talvez até mais.
Foi o associações do segmento de locação do País afirmaram durante o principal evento de AutoData este ano, o Congresso Perspectivas 2023 realizado esta semana.
"A média para o ano que vem é de 500 mil unidades, usando como base os números de produção que estão sendo discutidos pela Anfavea. Ainda temos uma demanda de 350 mil veículos em 2022, após a compra de 402 mil unidades até setembro", segundo Paulo Miguel Júnior, da Abla, Associação Brasileira de Locação de Automóveis.
No primeiro dia do Congresso Perspectivas, o presidente da Anfavea cravou a expectativa otimista das vendas internas crescerem 5% em 2023. Mas foi além: em conversas com fontes ligadas ao setor financeiro o que ouviu é que há projeções de crescimento de 10%. "Independentemente do índice a convicção é de que 2023 será melhor do que 2022. Temos um cenário de redução do desemprego e da taxa de juros, que é importante para a concessão de crédito, e a expectativa de um PIB um pouco maior, podendo até surpreender".
Associando esse otimismo que, segundo Lima Leite, é positivo para o varejo porque o "pessimista sofre por antecipação", com a tendência já consolidada de que o mercado de locação é um grande comprador de veículos do País, a projeção de 850 mil unidades pode ser superada nos próximos quinze meses.
Esse grande volume será puxado pelo envelhecimento da frota das locadoras durante a pandemia da covid-19, que passou de 14 meses para cerca de 32 meses. É preciso contextualizar que a frota mais velha eleva o custo de manutenção das locadoras e também desagrada o consumidor, que em muitos casos não deseja locar um carro com mais de 30 mil quilômetros.
Além disso as fabricantes já devem estar a par dos modelos e configurações desses pedidos das locadoras. Segundo a Abla 65% serão hatches e sedãs de entrada, sempre equipados com, pelo menos, direção hidráulica e ar-condicionado. 15% serão SUVs e 15% picapes, com o restante se dividindo em outros segmentos, disse Miguel Júnior.
Agora é esperar para descobrir se as montadoras realmente fizeram a lição de casa e não ficarão sem semicondutores ou outros insumos para entregar todos esses veículos aos seus maiores clientes.
* Colaboraram André Barros, Caio Bednarski e Vicente Alessi, filho
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